Há um ditado bem comum no mundo materno-infantil que diz “criança não vem com bula”. De fato, não existe fórmula mágica, menos ainda exata, para cuidar dos filhos. Cada família tem suas táticas, manhas e experiências. Porém, alguns cuidados relacionados à saúde das crianças valem ser compartilhados, pois os hábitos bons ou ruins adquiridos na infância podem refletir na fase adulta. As precauções têm início já no pré-natal, passam pela amamentação e se estendem também à adolescência.
O Dia da Infância, comemorado na última quarta-feira (24) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), busca promover uma reflexão sobre a condição de vida das crianças de todo o mundo, incluindo questões sociais, econômicas e educacionais. A ideia é chamar a atenção para temas que constam na Declaração Universal dos Direitos da Criança, como o acesso a direitos básicos como alimentação, saúde, lazer, liberdade e ambiente familiar e de sociedade.
Os direitos da criança começam já no ventre no mãe. Ainda gestantes, as mães devem se preocupar com a alimentação e vacinas, além de procurar treinamentos que vão auxiliar em relação aos cuidados nos primeiros meses de vida do bebê. Estas orientações podem ser adquiridas através dos contatos com o pediatra antes mesmo do nascimento, que também vai desmistificar questões práticas da nova rotina.
“Após o nascimento, a melhor forma de fortalecer o sistema imunológico da criança é através do aleitamento materno, que, junto com as vacinas recomendadas pelo Calendário Nacional de Vacinação, irá criar uma barreira protetiva para o bebê, evitando infecções e estimulando a produção de anticorpos”, destaca a médica Carla Dall Olio, coordenadora da emergência pediátrica do Hospital Barra D’Or.
Sono e alimentação saudável
A médica destaca ainda como pontos importantes para a saúde da criança o sono e a alimentação. De acordo com ela, o ideal é que os pequenos durmam em média oito horas por dia, podendo variar para mais, caso seja um bebê de até seis meses. “O descanso está diretamente ligado com o desenvolvimento neurológico, metabólico e à produção hormonal. As horas de sono dependem do ritmo de cada família, sendo esta responsável por procurar manter um repouso de qualidade”, explica.
Já a alimentação adequada e equilibrada, associada à pratica de exercícios, evita obesidade infantil, controla a glicemia, e previne distúrbios de lipídios e triglicerídeos. “No entanto, a atividade física deve fazer parte, também, de toda família, além ser estimulada com parcimônia, pois “é preciso ter cuidado para não estressar a criança com excesso de atividades. Tempo livre também é importante”, aconselha a pediatra.
Visitas ao pediatra
Entre as recomendações está a importância do acompanhamento, de forma rotineira, do pediatra. As famílias tendem a visitar menos o especialista, pois, à medida em que a criança cresce, menos doente tende a ficar, ocasionando a evasão nos consultórios. “O acompanhamento do pediatra é importante para detectar outras questões de crescimento”, ressalta.
Segundo ela, exames de rotina ajudam, por exemplo, a diagnosticar síndromes metabólicas – que, às vezes, está presente desde cedo devido à alimentação inadequada, e avaliar a produção hormonal. “Além disso, é uma oportunidade para orientar sobre outras questões, como doenças sexualmente transmissíveis, já na fase de transição da infância para a adolescência”, finaliza Carla Dall Olio.
Fonte: Hospital Barra D´Or e SES-RJ, com Redação