Mais de 60% dos brasileiros acima de 18 anos estão com excesso de peso, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde sobre Sobrepeso e Obesidade, realizada pelo IBGE e divulgada no final do ano passado. Alguns estudos indicam que transtornos alimentares aumentaram na pandemia, por causa da ansiedade causada pelo distanciamento social, o que pode gerar o risco de uma nova epidemia mundial de obesidade na pós-pandemia.
Essa percepção é confirmada em levantamento da Conexa Saúde, plataforma de saúde digital que registrou aumento de mais de 330% no número de atendimentos em telenutrição, entre janeiro e maio deste ano. A procura por atendimento online com nutricionista foi realizada 58% por mulheres e 42% por homens. A faixa etária de 26 a 35 anos foi a que mais usou o serviço, representando 41% no total das consultas online.
Segundo a nutricionista Danielle Toledo, especialista em nutrição clínica, funcional, gastronomia e transtornos alimentares, com a pandemia, questões ligadas à saúde emocional tiveram maior impacto no dia a dia das pessoas e o mesmo ocorreu em relação à alimentação.
Para muitas pessoas, a comida passou a ter um novo aspecto. Para alguns, com a perda de outros prazeres ou com aumento da ansiedade, a comida ganhou ares de consolo ou recompensa. Para outros, a preocupação com a alimentação teve um impulso a mais no cuidado com a saúde, seja para aumentar a imunidade, reduzir peso ou controlar doenças crônicas como diabetes, colesterol ou pressão alta”, comenta.
Por ser um recurso de fácil acesso, a telenutrição tem se consolidado como uma boa alternativa para quem quer cuidar da alimentação, seja por questões de saúde ou para ganhar mais disposição. Na primeira consulta online, o nutricionista faz uma avaliação dos hábitos e necessidades de cada paciente e propõe uma nova organização alimentar de acordo com os gostos e disponibilidade de produtos acessíveis em cada região do país.
Podemos desenhar planos de emagrecimento, de reeducação alimentar, prevenção de doenças crônicas ou para ganhos de massa muscular. Tudo de maneira simples e alinhada com o paciente, pois é importante que ele se engaje nessa jornada para chegarmos aos resultados esperados”, destaca a nutricionista.
Em um atendimento de telenutrição é aplicado um questionário de sinais e sintomas para avaliar a evolução nutricional do paciente. Desde o início, ele é orientado para acompanhar suas medidas seguindo alguns protocolos, envolvendo a evolução fotográfica, auto-aferição da circunferência da cintura e instruções para medir o próprio peso corporal.
Busca pelo peso ideal
O acompanhamento nutricional online pode ser semanal, quinzenal ou mensal, de acordo com a necessidade de cada pessoa. “O que tem dado muito resultado na adesão dos pacientes é a facilidade de acesso à plataforma e os resultados obtidos. Temos muitos relatos de pessoas que conseguem perder peso, adotando novos hábitos alimentares e por estarmos a distância de um clique, eles se engajam mais nesse processo”, complementa Danielle.
A telenutrição também tem sido muito utilizada pelas empresas na oferta do serviço aos seus colaboradores. Com isso, é possível fazer um mapeamento do estado de saúde de cada colaborador e permitir à área de saúde da empresa a visibilidade da evolução do tratamento, além de promover ações de educação nutricional e incentivo ao bem-estar.
Segundo dados internos da Conexa Saúde, com a implementação da telenutrição, as empresas conseguem uma economia de até 40% em gastos com plano de saúde e até 30% de aumento em produtividade de seus colaboradores.
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