Da Agência Fiocruz de Notícias
Nota técnica do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz divulgada nesta quarta-feira (26/1) indica uma piora no cenário da pandemia no país, tendo como foco os indicadores de leitos de UTI para adultos no SUS. Segundo a publicação, muitos estados ampliaram o número de leitos de UTI, e em 12 das 27 unidades da Federação (UF) houve um aumento nas taxas de ocupação. Seis estados e o Distrito Federal estão na zona de alerta crítico, 12 estados estão na zona de alerta intermediário e 8 estão fora da zona de alerta.
Os pesquisadores do Observatório afirmam que a situação está nitidamente piorando, embora o avanço da vacinação ajude a desenhar um quadro diferente do de outros momentos mais críticos da pandemia. Como fica claro na Nota Técnica, com a grande transmissibilidade atual, com a variante Ômicron, mesmo um número inferior de casos que necessitam de internação em UTI gera números expressivos que pressionam o sistema de saúde.
A vacinação faz com que indivíduos se tornem pouco suscetíveis a internações, mas idade avançada e comorbidades podem gerar vulnerabilidades. Até porque, uma parte considerável da população ainda não recebeu a dose de reforço e outra parcela nem foi vacinada.
Diante desse quadro, e em meio à estação mais quente do ano, que é também um período de férias que favorece aglomerações, a Nota Técnica reforça a importância de avançar na vacinação e endurecer a obrigatoriedade do uso de máscaras e do passaporte vacinal em locais públicos. Os pesquisadores também sugerem a promoção de campanhas de orientação à população e o auto isolamento quando do aparecimento de sintomas.
Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%) e Goiás (82%) se mantiveram na zona de alerta crítico, juntando-se a eles Piauí (82%), Rio Grande do Norte (83%), Mato Grosso do Sul (80%) e Distrito Federal (98%).
Na zona de alerta intermediário permaneceram Amazonas (75%), Roraima (70%), Pará (76%), Tocantins (77%), Ceará (75%) e Bahia (67%) e entraram Rondônia (65%), Amapá (69%), Rio de Janeiro (62%), São Paulo (66%) e Paraná (61%), que estavam fora da zona de alerta.
Mato Grosso (78%) deixou a zona de alerta crítico e também ingressou na zona de alerta intermediário.
Os indicadores usados são: crítico (taxas superiores a 80%); intermediário (taxas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%); e fora da zona de alerta (taxas inferiores a 60%).
Entre as 25 capitais com taxas divulgadas, 9 estão na zona de alerta crítico: Porto Velho (89%), Rio Branco (80%), Macapá (82%), Fortaleza (93%), Natal (percentual estimado de 89%), Belo Horizonte (95%), Rio de Janeiro (98%), Cuiabá (89%) e Brasília (98%).
Catorze estão na zona de alerta intermediário: Manaus (75%), Boa Vista (70%), Palmas (69%), São Luís (64%), Teresina (percentual estimado em 79%), Maceió (65%), Salvador (67%), Vitória (77%), São Paulo (71%), Curitiba (71%), Florianópolis (69%), Porto Alegre (60%), Campo Grande (79%) e Goiânia (75%).