O fim do relacionamento da cantora Iza, de 33 anos, grávida de 6 meses, com o jogador Yuri Lima, 29, após a traição do atleta com uma produtora de conteúdo adulto, revelou uma das faces mais cruéis da infidelidade conjugal – quando a mulher está emocionalmente fragilizada pela gestação. Para especialistas, entretanto, há muitas outras formas de traição que podem doer em quem é traído.

Entre homens e mulheres, a média nacional de traição é de 40,5%. Mas a infidelidade é mais comum entre homens do que mulheres no Brasil. Entre eles, 50,5%, admitem já terem sido infiéis em seus relacionamentos. A traição foi admitida por 30,2% das mulheres. Os dados são da pesquisa Mosaico 2.0, conduzida pela psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Mas, afinal, por que homens traem mais?

Para a psicóloga Ana Streit, que é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, a resposta está numa questão cultural no Brasil, do machismo estrutural e da normalização da traição. Segundo ela, o machismo está infiltrado na nossa sociedade em diferentes camadas, e isso influencia, de certa forma, os relacionamentos.

Um dos motivos principais, levando este aspecto do estereótipo de gênero em conta, é o homem sentir-se que tem o direito de trair, afinal, é superior à mulher, nessa análise contextual”, pontua.  Historicamente, vemos que os homens traem mais, até mesmo em função do patriarcado e da diferença de gênero, que coloca o homem nessa posição de mais poder. Quanto maior o machismo, mais o homem terá crenças de que pode trair e a mulher, de que precisa aceitar ou tolerar esse tipo de comportamento”, destaca.

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Os diferentes tipos de traição

Mestre em psicologia e saúde, a psicóloga Ana Streit explica que há diferentes tipos de traição. Cada tipo de traição irá machucar de formas mais ou menos intensas quem foi traído, e além disso, um aspecto que impacta também é a soma de traições.

Além da conhecida traição sexual, existem muitas outras como comprometimento condicional, que é “estar com a pessoa até que alguém melhor apareça”; um caso sem sexo, ou seja, estar envolvido emocionalmente com outra pessoa e esconder essa relação do parceiro; manipulações, entre outras atitudes de egoísmo e injustiça, que denunciam a não reciprocidade na relação”, diz.

Existe também o estelionato emocional, que nada mais é do que uma forma de violência psicológica, composto de manipulação, de mentiras e da construção de um mundo de ilusão. Ana explica que, ao manter um caso extra conjugal de anos, por exemplo, a pessoa precisa se envolver em uma série de mentiras para sustentar o caso e escondê-lo do parceiro/a.

Essa complexidade aumenta o impacto e dificulta a reconstrução da confiança. O perdão pode acontecer, mas, não quer dizer que seja sinônimo da reconstrução da relação. Pode se perdoar uma traição, mas, optar por nunca mais dar ao outro o benefício da dúvida, afinal, se mostrou alguém não digno de confiança.

Empatia e reciprocidade

No entanto, a especialista em relações saudáveis diz que é importante não generalizarmos: “Precisamos abrir um espaço para refletir sobre o comprometimento nos relacionamentos e para a equidade de gêneros, onde empatia e reciprocidade falam mais alto do que nossas raízes machistas e patriarcais”, declara Ana.

O impacto emocional dele é gigantesco, pois usa de aspectos saudáveis do outro, como a confiança, por exemplo, e distorce, fazendo com que a pessoa enganada fique machucada não só nesta relação, mas nas posteriores também. É o que chamamos de ferida de apego, uma ferida emocional complexa de ser tratada, mas que se relaciona diretamente à forma da pessoa se relacionar nas próximas experiências”, orienta.

Tem também a questão que a pessoa precisa de uma autorização interna para ela trair.  É mais comum, inclusive, traição em pessoas que ainda estão ainda visando buscar um prazer de curto prazo. Elas desejam uma outra pessoa e preferem viver aquele momento e, muitas vezes, sacrificar relações duradouras. Então é mais comum que a gente veja esse cenário em pessoas que se autorizam a trair mesmo que vá sacrificar algo de longo prazo.

“Isso acontece mais por homens pela autorização que os homens se dão. Então, se eu acredito que as consequências não vão ser grandes. Dependendo daquilo que eu vi ao longo da minha vida, que eu formei ao longo da minha história. Aquilo que eu vi quando criança. O meu contexto familiar, aquilo que eu fui capturando no meio, eu posso ter uma tendência maior a trair, a normalizar a traição“, explica Ana Streit, que é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental.

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Assim como Chico Moedas, namorado de Iza mostra o que é ser um ‘sujeito imaturo’, diz especialista

O episódio envolvendo a cantora Iza e seu agora ex Yuri Lima  faz relembrar que em setembro de 2023 algo parecido aconteceu com a cantora Luísa Sonza, que anunciou em um programa de televisão que foi traída pelo então namorado Chico Moedas em um banheiro de boteco.

Outro caso recente de dor de cabeça com “sujeitos inexperientes” aconteceu com Ingrid Santa Rica, participante do Casamento às Cegas Brasil 4, que disse ter enfrentado problemas com Leandro Marçal, seu então esposo.

No último episódio da série, que passa na Netflix, ela revelou que Leandro não contribuiu financeiramente com nada, nem mesmo trazendo “a própria toalha”, como ela mencionou. Além disso, Leandro desrespeitou Ingrid, resultando em um relato sério de abuso no programa.

O caso de Iza em gerado, por parte dos internautas, sentimentos de decepção, frustração e tristeza, principalmente entre mulheres, muitas das quais já se viram nesse papel também. A verdade é que tudo isso só reforça o que já sabemos: muitas das relações tradicionais são cheias de caras imaturos que não estão dispostos a serem sinceros, como foi o caso de

‘Assim como Neymar, mais um jogador trai sua mulher grávida’

O especialista em relacionamentos Caio Bittencourt, da plataforma MeuPatrocínio – que aproxima suggar babies e sugar daddies – diz que atitudes como essa são responsáveis por causar grandes traumas em muitas mulheres, que acabam se fechando para novas oportunidades de amor. “É por desse tipo de postura que muitas mulheres acumulam uma série de traumas nas relações amorosas”.

Segundo ele, estar em um relacionamento requer parceria e honestidade, quando isso não está presente, não há como dar certo. “Infelizmente, as relações com homens imaturos mostram cada vez mais que confiança e lealdade não tem sido prioridade entre eles, e assim como Neymar, mais um jogador trai sua mulher grávida, isso é um absurdo”, comentou.

Entenda o caso

O anúncio da traição por parte do jogador de futebol Yuri Lima com a cantora Iza, grávida de 6 meses, tem causado alvoroço na internet. A artista, que tem 33 anos e está à espera da primeira filha, anunciou que recebeu prints de conversas de teor sexual do então namorado, de 29 anos, com a produtora de conteúdo para plataformas adultas Kevelin Gomes, 24 anos.

A cantora revelou o caso de traição no seu próprio Instagram, dizendo que recebeu prints de um jornalista que comprovavam a infidelidade. Ela também contou que, no momento do anúncio, seu então companheiro ainda não sabia que ela já estava por dentro de tudo o que aconteceu. Iza e o atleta do Mirassol anunciaram a gravidez da primeira filha, Nala, no início de abril de 2024. Eles estavam juntos desde janeiro de 2023.

Com Assessorias

 

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