Na correria do dia a dia, nem sempre paramos para o ritual da refeição. Optar por um lanche rápido no fast food ou por comidas prontas e industrializadas virou rotina na vida de muitos brasileiros. “Sabemos que com as transformações sociais vivenciadas nos últimos anos e o hábito de as pessoas passarem mais tempo fora de casa, as refeições ‘mais rápidas’ tornaram-se comuns”, afirma Regina Helena Pereira, diretora do departamento de nutrição da  Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).

Mas comer errado e rápido demais, muitas vezes em quantidade excessiva de alimentos, é um grande perigo para o organismo e pode causar problemas e doenças. “Pular refeições, comer alimentos ricos em gorduras, consumir alimentos industrializados em excesso e outras atitudes deste tipo diminuem a disponibilidade de nutrientes – que são necessários ao bom funcionamento do organismo -, o que resulta no processo de doença“, explica Máximo Asinelli, nutrólogo na Clínica Asinelli.

“Na maioria das vezes o ‘mais rápido’, pode ser também o mais prejudicial, sobretudo, ao coração “, destaca a nutricionista. Além das doenças cardiovasculares, a má alimentação, segundo Dr Máximo, pode causar outros problemas de saúde, como obesidade, colesterol elevado, gastrite, constipação intestinal (prisão de ventre) e até doenças generativas (veja abaixo).

Consumir alimentos mais leves facilita a digestão

Gorduras saturadas, frituras e carne vermelha gorda são os alimentos que mais levam tempo para serem digeridos. “Os alimentos que são de difícil digestão exigem muito mais do organismo, justamente porque requer um gasto energético muito maior para a sua metabolização. Portanto, se você quer evitar a indisposição, procure consumir alimentos mais leves”, recomenda o médico.

Ainda que pareça mentira, a maior parte destas doenças pode ser prevenida no âmbito da própria casa, aplicando-se regras simples: a força de vontade. Máximo pontua que as verduras com a tonalidade verde-escuro como couve, brócolis, escarola e espinafre também não podem faltar, pois são ricas em vitamina A, E , D e Ácido fólico. “Os sucos verdes preparados com abacaxi, couve ou hortelã podem ser indicados para quem precisa de mais disposição”, ressalta.

Alimentos amigos ou inimigos do coração 

Em homenagem ao Dia da Saúde e Nutrição, celebrado neste sábado (31), a Socesp preparou uma lista de alimentos que podem ser amigos e inimigos do coração. E sugere a reflexão sobre como podemos compor os cardápios das refeições diárias minimizando os riscos à saúde.

AMIGOS:

  1. Peixes de água fria – Fontes de ômega 3 e pode reduzir o LDL (colesterol ruim) e aumentar do HDL (colesterol bom). O ideal é se alimentar de peixes mais vezes por semana do que em relação a carnes.
  2. Alho – Rico em substâncias antioxidantes com efeito dilatador dos vasos sanguíneos, que faz com que diminua a pressão arterial.
  3. Aveia – Rica em fibras solúveis essenciais para redução de absorção de gorduras.
  4. Oleaginosas (castanhas, nozes etc) – Tem em sua composição grande parte de gorduras monoinsaturadas, que promovem manutenção e até elevação do bom colesterol (HDL), além do magnésio que ajuda a reduzir a pressão arterial.
  5. Canela – Estudos sugerem que a canela auxilia no metabolismo dos açúcares, contribuindo para e redução da glicemia pós-prandial (aumento do nível de glicose na corrente sanguínea cerca de dez minutos após uma refeição). Isso auxilia na prevenção de doenças derivadas da resistência à insulina.
  6. Iogurte desnatado – Estudos comprovam que o cálcio e magnésio presentes neste alimento, aliados aos produtos de sua fermentação natural, auxiliam no controle da pressão arterial e na redução da adiposidade abdominal.

INIMIGOS:

  1. Açúcar – Atua na elevação de glicemia, insulina e peso corporal. Está relacionado diretamente com a obesidade e diabetes, que é um fator de risco muito grave para as doenças cardiovasculares.
  2. Sal – Principal fonte de sódio da dieta. Quando em excesso, pode-se elevar a pressão arterial.
  3. Carnes processadas – Ricas em gorduras saturadas, sal e outros conservantes ricos em sódio.
  4. Gordura trans (ou óleos hidrogenados parcialmente) – São as gorduras mais nocivas ao coração e chegam a ser proibidas em países ricos e desenvolvidos. Fazem parte da elaboração de diversos alimentos industrializados que utilizam gordura em seu preparo. Por exemplo: biscoitos, sorvetes, chocolate. Elevam o colesterol ruim (LDL) e reduzem o colesterol bom (HDL).

Outras doenças causadas pela má alimentação

Obesidade: Doença que surge derivado a uma alimentação rica em matéria gorda, açucarada e excesso de proteínas.

Gastrite:  Alimentos errados, poucas refeições ao dia com grande volume de alimentos e com grandes intervalos entre cada refeição podem causar o problema, além do estresse.

Colesterol elevado: O aumento de colesterol na corrente sanguínea pode ocasionar entupimento de veias e artérias causando o infarto e derrame. O colesterol provém de duas fontes: do seu organismo e dos alimentos que você ingere.

Hipertensão arterialDoença que surge derivado ao excesso de sal na alimentação.

DesnutriçãoDoença que surge devido a uma alimentação baixa em calorias e nutrientes.

Anemia nutricionalDoença resultante da insuficiência do consumo de ferro e ácido fólico devido ao consumo excessivo de açúcares, gorduras e alimentos refinados.

Constipação (prisão de ventre): Problema de saúde derivado do consumo excessivo de alimentos refinados, como a farinha, o açúcar, a carne, as gorduras. E também devido ao consumo insuficiente de fibras oriundas de vegetais e frutas.

Fonte: Clínica Asinelli e Socesp, com Redação

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