De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 45 milhões de brasileiros (23,9% da população total) têm algum tipo de deficiência – visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. A população de surdos é de 9,7 milhões de pessoas, o que representa 5,1% da população brasileira.
Uma das maiores demandas dos surdos são referentes aos governos e estados criarem mais escolas bilíngues para o ensino das LIBRAS. “Esses cursos são importantes para profissionais da área educacional que precisam ter o conhecimento das linguagens e do tratamento as crianças e adolescentes especiais. Ele contribui para a educação, mas também é um ensino fundamental para o convívio do dia a dia”, afirma Francislene Lopes Soares, fundadora e diretora pedagógica da WR Educacional.
Mas o Brasil pós-pandemia traz desafios indiscutíveis à garantia de direitos iguais no tocante ao acesso à informação, comunicação, liberdade de expressão e participação democrática. “Há tempos existem políticas que favorecem e, de certa forma, incluem pessoas com deficiência no âmbito social e profissional, no entanto, ainda falta muito para diminuir a estigmatização e a exclusão social”, ressalta.
Para Francislene, não podemos negar que uma boa parte da população brasileira, finalmente, entendeu que é preciso incluir e não excluir os cidadãos, independente da deficiência que portam. Igualmente, não podemos negar que bons exemplos, neste sentido, estão sendo vistos no panorama social, desde o início da quarentena, como lives musicais da Marília Mendonça, do Thiaguinho, da dupla Simone e Simaria e Vitor Kley, com a presença de intérpretes de LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais.
E esta é uma tendência que vemos também no mundo do esporte, por meio de jogadores de futebol como Marinho (do Santos) e Thiago Galhardo (do Internacional) que, nas últimas semanas, comemoraram os gols em LIBRAS no intuito de tornar o esporte mais inclusivo.
Porém, as demonstrações não param por aí. A WR Educacional, empresa da área de educação com mais de 3 mil cursos livres on-line, registrou um aumento de 12,78% na procura dos cursos de Libras, Noções Básicas sobre o Autismo, Educação Inclusiva e Educação Especial.
O interesse por esses cursos cresceu não só porque as pessoas estão vendo mais ações inclusivas por parte do Governo e das mídias nacionais mas também pelo fenômeno da globalização. Esse grande boom tecnológico, que foi o advento da internet, trouxe um novo olhar ao ser humano, uma vontade de encurtar distâncias, de aprender/ensinar coisas novas, ajudar e participar da inclusão de pessoas com deficiência neste novo mundo. Aprender LIBRAS é como aprender um novo idioma, é se inserir no mundo do outro e inseri-lo no nosso”, diz Francislene.
Além disso, para a fundadora há, ainda, a questão de que profissionais da área da Educação estão se preparando para o retorno às atividades presenciais e cresce o desejo se esforçar, ao máximo, para tratar todos os alunos com igualdade. Por isso, eles estão em busca de um aperfeiçoamento profissional, uma capacitação como esta que oferecemos aqui na WR Educacional, a fim de que sejam não apenas professores, mas também facilitadores do novo idioma e da inserção social de alunos com deficiência.
Segundo ela, esses cursos possibilitam, aos educadores, o conhecimento de novas linguagens e realidades do cotidiano de crianças e adolescentes especiais, com múltiplas deficiências e/ou com deficiência auditiva. Neste último caso, o conhecimento de LIBRAS vem facilitando a comunicação e o convívio com os que possuem esta deficiência, os surdos e mudos, bem como sua inserção social.
O professor, mais do que nunca, deve ser uma ponte facilitando o processo de ensino/aprendizagem e a inclusão social promovendo a igualdade entre seus educandos apesar da diversidade e da individualidade de cada um. Isto posto, neste momento, não há ferramentas mais necessárias que o aprendizado da LIBRAS, de práticas que levem à educação inclusiva, à educação especial e o conhecimento e reconhecimento de transtornos como o Autismo, a Síndrome de Asperger, deficiência mental e outras”, comenta.
Cooperativa cria assistente virtual para ajudar usuários de Libras
O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil – Sicoob, que conta com mais de 4,8 milhões de cooperados, dá mais um passo para promover a justiça financeira e inclusão, não só a financeira, mas também ações que demonstram o quanto ter a cooperação como estilo de vida gera conscientização.
Homenageando Helen Keller, a primeira pessoa surda e cega a entrar na faculdade, o portal do Sicoob disponibiliza a assistente virtual Helen, que traduzirá o texto selecionado pelo usuário em sinais de Libras. O recurso é disponibilizado em uma janela lateral de todas as páginas do site. Helen Keller foi uma escritora e ativista social norte-americana surda e cega que lutou em defesa dos direitos sociais e, principalmente, das pessoas com necessidades especiais. No primeiro dia de setembro, o site do sistema foi atualizado para leitura em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
“Este é um passo importante na história do Sicoob. Gerar conforto e inclusão para todos os nossos cooperados, não só em termos financeiros, mas de dignidade e respeito, são pilares na construção de uma sociedade melhor”, afirma Antônio Vilaça Júnior, diretor de Tecnologia do Centro Cooperativo Sicoob.
Na mesma janela de tradução para Libras, a Helen também traduz para voz os textos publicados no site, melhorando a navegação por deficientes visuais, pessoas com deficiências intelectuais – como a Síndrome de Down -, analfabetos funcionais, idosos, disléxicos e outras pessoas com dificuldade de leitura e de compreensão de texto.
Dia Nacional do Surdo
Dia 26 de setembro é o Dia Nacional do Surdo e durante o mês estão acontecendo diversas atividades de conscientização sobre a acessibilidade e a comemoração das conquistas obtidas ao longo dos anos. Entretanto, por que setembro? O mês foi escolhido pelos surdos para comemorar e relembrar a luta por seus direitos devido ao fato o INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos, ter sido fundado no dia 26 de setembro de 1857.
Ao longo de todo o mês de setembro, o Sicoob vem realizando diversas ações on-line para promover e celebrar a data. Dentre as atividades, a entidade ofereceu conteúdos didáticos sobre o tema para a comunidade surda e público ouvinte como a leitura do primeiro livro da Coleção Financinhas: “Caio achou uma moedinha” para crianças e disponibilização de guias de Libras, que aconteceu no último domingo (20/09).
Para encerrar as ações promovidas durante o mês, a entidade fará uma live em seu canal do Youtube neste sábado (26/09), às 20h, para falar sobe educação financeira para surdos. De acordo com o Sistema, o intuito da ação é dar mais um passo para se aproximar da comunidade e cultura surda e, ainda, mostrar que não existem barreiras para cooperar.
Com Assessorias