Como um simples beijo pode ser um perigo para a sua saúde

Ato de beijar pode acarretar doenças periodontais, sífilis, herpes labial e ‘doença do beijo’. Infectologistas e dentista explicam

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No dia 13 de abril é comemorado o Dia Internacional do Beijo e, apesar dos inúmeros benefícios à saúde, como vimos aqui, é importante se manter alerta sobre algumas doenças que podem ser transmitidas pela saliva, como doenças periodontais, sífilis e herpes labial. Por isso, antes de sair celebrando a data com qualquer pessoa, é preciso ter cautela.

Durante o beijo, vírus e bactérias presentes na saliva e na secreção respiratória podem causar doenças, contaminando pessoas saudáveis. Um estudo realizado pela Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada, após analisar um beijo de língua com duração de 10 segundos, concluiu que o contato pode transferir até 80 milhões de bactérias.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 65% da população com menos de 50 anos é portadora de herpes labial, que pode ser facilmente identificada por pequenas bolhas, vermelhidão na região e transmitida através do beijo e compartilhamento de objetos, como copos e talheres.

“As principais doenças transmitidas através do beijo são a mononucleose infecciosa, que até é chamada de “doença do beijo”, causada pelo vírus Epstein-Bar. Mas há também a possibilidade de contrair infecções sexualmente transmissíveis, como o HPV, herpes simples e a labial,  sífilis e gonorreia, entre outras”, informa a  infectologista Juliana Barreto, que atende em Goiânia (GO).

Juliana Barreto explica que a doença do beijo, conhecida como mononucleose infecciosa, é mais incômoda do que efetivamente grave, e pode se resolver sozinha. “Mas as demais requerem tratamento, como a sífilis, o herpes simples e o HPV. E, para o HPV, é importante fazer a vacinação dos adolescentes”, orienta.

A conscientização é uma parte fundamental para não transmitir a infecção a outra pessoa, ou seja, para quem está com alguma lesão na região bucal, o beijo fica suspenso, orienta a médica. “Mas, uma vez sanadas as lesões, não há perigo para a contaminação pelo beijo”, diz. Ufa, ainda bem, né?

4 sinais de herpes labial que você deve ficar de olho

Problema não é indício de má higiene bucal e pode aparecer devido a queda na imunidade ou estresse

O causador do problema na região bucal é o vírus Herpes simplex. A maioria das pessoas entra em contato com ele ainda durante a infância e, em boa parte dos casos, fica inativo ao longo de toda a vida do paciente. Ou seja: você não apresenta qualquer tipo de sintoma.

“Algumas pessoas podem desenvolver sintomas em momentos específicos, como durante quedas de imunidade ou períodos de muito estresse. Por isso, a herpes não é um sinal de má higiene bucal”, alerta o cirurgião dentista Paulo Zahr, presidente do Grupo OdontoCompany.

Ele listou os quatro principais sinais para identificar e tratar o problema de forma simples:

  • Vermelhidão nos lábios

A vermelhidão nos lábios é um dos primeiros sintomas relacionados com a herpes labial.

  • Rachadura nos lábios

Outro sinal bem característico é a presença de rachaduras, causadas pela sensibilidade na região.

  • Coceira e ardência

Vermelhidão e rachaduras são o combo perfeito para o surgimento de dor, coceira e ardência. No entanto, esses sinais são bem inespecíficos e devem ser avaliados

  • Feridas e bolhas

Por fim, outro sintoma muito comum (e possivelmente o mais conhecido) da herpes labial diz respeito às feridas e bolhas formadas nos lábios, normalmente nos cantinhos. Ao contrário da afta, é bem improvável que elas apareçam do lado de dentro da boca.

O que fazer quando a herpes aparece?

“Caso você apresente algum desses sintomas, o ideal é buscar o apoio de um profissional da odontologia. Para isso, não deixe de escolher um dentista qualificado e que possa te ajudar. Ele poderá prescrever o tratamento adequado para cada paciente”, explica o presidente do Grupo OdontoCompany.

O dentista também alerta para não deixar de cuidar da higiene bucal até o dia da consulta. Outra dica é evitar o compartilhamento de objetos, como copos e talheres, com pessoas que moram na mesma casa.

Os sintomas da herpes labial podem aparecer e deixar as pessoas com desconforto e dor. Então, não deixe de tratar o problema e caso note algum desses sinais, converse com o seu dentista de confiança.

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O que você precisa saber sobre a doença do beijo

Outro problema muito comum causado por esse gesto de carinho e afeto é a mononucleose, também conhecida como a ‘doença do beijo’. Segundo a infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Christianne Takeda, a doença pode causar sintomas como febre prolongada, aumento de gânglios no pescoço, fraqueza e dor no corpo.

“É essencial estar atento aos sinais e buscar assistência médica quando necessário. A chave é manter-se atento à própria saúde para que, desta forma, o beijo siga como uma demonstração segura de afeto”, diz ela.

O infectologista Ricardo Calil Kores, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), pertencente à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responde o que você sempre quis saber, mas nunca teve coragem de perguntar em uma consulta médica.

É possível contrair alguma infecção através do beijo? Quais?

Sim. As infecções são transmitidas através da saliva ou contato prolongado com a boca. Dentre elas estão: mononucleose, HPV, herpes, clamídia, gonorreia, sífilis (se tiver lesão), Covid, gripe e resfriado. Vale lembrar que HIV não é transmitido pelo beijo.

Qual é a doença conhecida como doença do beijo?

A mononucleose, que é uma virose causada pelo vírus EBV (Epstein Bar) da família dos vírus Herpes. Ela é comumente conhecida como doença do beijo por ser muito transmissível entre os jovens e principalmente na época do carnaval, mas pode ocorrer em qualquer época do ano.

Quais são os sintomas da mononucleose?

Os sintomas mais frequentes são: febre, dor de garganta forte, mal-estar, dores no corpo, gânglios aumentados (ínguas) no pescoço, manchas pelo corpo, dor abdominal. Podem ser brandos ou bastante intensos. Os sintomas da mononucleose se confundem muito com gripe, Covid, amigdalite bacteriana ou por outros vírus mesmo.

Se estou com suspeita de ter contraído mononucleose, quando devo procurar atendimento médico?

A pessoa deve procurar atendimento médico para realizar o diagnóstico, ou seja, verificar se é mesmo a mononucleose e também se esses sintomas se intensificarem, a dor não melhorar, não conseguir se alimentar e se hidratar.

Como é feito o diagnóstico da mononucleose?

O diagnóstico é feito com exame clínico e exames de sangue. É importante compartilhar com o profissional de saúde todo o histórico e hábitos antes dos sintomas.

Qual o tratamento da mononucleose?

O tratamento é feito com analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios. Repouso e bastante hidratação. Não é recomendável automedicação. O uso de antibióticos pode até piorar o quadro.

É um tratamento prolongado?

Normalmente é uma infecção que resolve rápido, mas em algumas pessoas pode demorar mais também.

A única forma de contrair a mononucleose é através do beijo?

O contato com gotículas respiratórias da pessoa infectada pode transmitir o vírus. Isso ocorre, por exemplo, através da tosse, do espirro, ou mesmo da fala, entre indivíduos próximos. Compartilhamento de copos, canudos, talheres e demais utensílios de alimentação também são uma forma de transmitir o EBV, apesar de que o vírus permanece viável por curto intervalo de tempo no ambiente.

Ao beijar uma pessoa com mononucleose necessariamente vou ficar doente?

A boa notícia é que a maioria das pessoas é exposta ao vírus da mononucleose ainda na infância, desenvolvendo imunidade permanente. Dessa forma, a maior parte delas já é imune ao vírus.

Existe alguma forma de se expor menos as doenças através do beijo?

Pense sempre nas nossas defesas. Se uma pessoa é mais frágil, com sistema imunológico fraco pode então contrair muito mais fácil uma infecção.

Por isso a importância de ter hábitos de vida saudáveis, bom sono, alimentação, níveis adequados de vitaminas, menos estresse, praticar exercícios físicos, realizar avaliações de rotina, vacinas para outras doenças em dia ajudam a não contrair infecções.

Com Assessorias

 

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