Alienação parental impacta saúde mental de crianças e adolescentes

Psicóloga analisa como dificuldade de diálogo entre pais separados pode trazer consequências avassaladoras na idade adulta

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Por Rosângela Sampaio*

Gostaríamos de imaginar a infância como uma época pura, livre do fardo das responsabilidades que se abatem sobre nós. Mas muitas crianças e adolescentes sofrem em processos de alienação parental, situação que os atormenta por anos a fio, arruinando sua educação e seu estilo de vida, minando sua felicidade e, consequentemente, sua saúde mental. 

Crianças com idade escolar têm a mesma taxa de depressão, e com a mesma intensidade que os adultos. Pior: a alienação parental se incute na forma de enxergar o mundo, trazendo consequências avassaladoras na idade adulta.

Quando os pais estão em processo de separação é muito importante que a situação seja colocada de forma neutra, clara e simples, sem desqualificar a imagem um do outro, possibilitando o diálogo familiar. Alguém que não sente, elabora e transforma o fim de um relacionamento é capaz de desenvolver um processo de alienação parental, que não poupa nem o próprio filho. 

Quando os pequenos entendem que existe uma diferença entre relação amorosa dos pais e a relação entre pai, mãe e filhos, e que, mesmo que a primeira não tenha continuidade, o mesmo não se aplica à segunda, entre pais e filhos o processo fica menos doloroso.

Alguns pais relutam em buscar ajuda profissional no decorrer do processo interferindo no curso natural do próprio amadurecimento emocional e no crescimento emocional das crianças. Perceber a conexão entre contrariedades, crenças e consequências é o primeiro passo para trabalhar todo o processo de mudança de forma saudável, inclusive com seu filho.

O processo de psicoterapia é um dos meios para os pais se cuidarem e de se ouvirem, para estarem bem consigo mesmos e em suas relações com os filhos, o processo de desconstrução e reconstrução do núcleo familiar é menos doloroso e mais assertivo.

Para as crianças a psicoterapia infantil é o recomendada. Assim, a criança se sente mais à vontade para expressar seus sentimentos e facilita seu entendimento diante de todo processo.

Possivelmente o relacionamento mais importante e duradouro que você possa ter, começa quando você traz uma criança ao mundo, infelizmente não nascemos sabendo construir relacionamentos amorosos duradouros e nem sabendo criar filhos com excelência, quando aliados ao fato de que não fomos educados emocionalmente, nos deparamos com as adversidades que a vida nos propõe de acordo com nossos comportamentos e literalmente perdemos o controle.

Todos nós começamos como amadores, mas podemos aprender muito sobre ser um bom pai/mãe principalmente nos momentos desafiadores.

A primeira pergunta que devemos fazer é: qual o papel dos pais diante de uma separação? Acredito que o principal papel dos pais é amar e nutrir seus filhos, e incentivar sentimentos de autoestima e autoconfiança.

6 dicas para dar um feedback construtivo, em vez de críticas destrutivas em relação ao término da relação:

Comece fazendo apreciações em relação ao ex-companheiro/a;

Concentre-se no comportamento ou no desempenho indesejado, não na pessoa (substitua a “pessoa” por uma descrição do problema);

Fale sobre seus sentimentos, use as mensagens “eu” para manter a propriedade de seus sentimentos (“Eu não estou feliz com essa situação, mas vamos passar por isso juntos”);

Concentre-se no futuro não no passado; 

Consiga um acordo com seu parceiro(a) sobre o que será feito em prol do bem estar dos filhos;

Ofereça ajuda, esteja sempre atento aos sinais.

*Psicóloga, pós-graduada em Psicologia e Saúde da Mulher, Fitoterapia e Prescrição de Fitoterápicos e Terapia Cognitivo Comportamental, Professional & Career Coaching. Instagram: @rosangelasampaiooficial

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