Um estudo publicado na Neurology, periódico da Academia Americana de Neurologia, mostra que pessoas que consomem mais carne vermelha processada, como bacon e salsicha, têm maior risco de declínio cognitivo e demência em comparação com aquelas que consomem menos.

Nos últimos anos, tem surgido muita desinformação e um maior estímulo ao consumo de carne vermelha. Esse é um alimento importante, mas não deve ser a base da alimentação. A carne vermelha contém muita gordura saturada. Assim,  estudos mostram que seu consumo excessivo eleva o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Desse modo, ambos ligados à redução da saúde cerebral”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

O Dia Mundial sem Carne em 20 de março é uma data para incentivar as pessoas a consumirem menos carne. Além disso, sensibilizar sobre as consequências das escolhas alimentares para a saúde, o meio ambiente e o bem-estar animal. A adoção de hábitos mais conscientes, como a inclusão de uma alimentação vegetariana, é uma forma de promover mudanças positivas.

Em 2024, a produção brasileira de carnes bovina, suína e de aves alcançou 31,57 milhões de toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este é o maior volume já registrado na série histórica da estatal. Assim, impulsionado pelo pico do ciclo pecuário e pela crescente demanda tanto no mercado interno quanto no externo. O consumo per capita de carne bovina em 2024 foi de cerca de 26 kg.

Mas afinal, a carne é prejudicial à saúde?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), devemos ingerir 500 gramas de carne vermelha por semana. Nesse sentido, esta recomendação se deve a evidências de que algumas doenças como diabetes, câncer do intestino e doenças cardíacas têm uma relação direta com a ingestão excessiva do alimento. Por mais que a carne seja um componente nutricional importante para o organismo, a ingestão em excesso pode ocasionar diversos problemas.

Consumir com frequência, principalmente carnes vermelhas, pode trazer problemas. Entre eles: renal, hepático e coronariana, como alterações nos níveis de colesterol e hipertensão, além de outros prejuízos para o sistema circulatório, rins e fígado, podendo facilitar também o desenvolvimento de câncer e tumores”, diz o professor Henrique Marques de Almeida Rolim.

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Alternativas e novos hábitos

Para quem quer iniciar o processo de uma vida sem carne, professora Maria Fernanda Galante orienta que é aconselhável seguir um processo gradual, retirando aos poucos das refeições e sem deixar de considerar outras fontes de minerais e vitaminas.

Para a especialista, o ovo é o grande coringa na transição, além da proteína de sojade ervilha ou a chamada “nova carne”, de origem vegetal, e também produtos que podem fornecer um aporte proteico suficiente. Segundo ela, a busca pela alimentação a base de produtos orgânicos e naturais, é ainda um fator de favorecimento da juventude do corpo e contra o desenvolvimento de patologias.

Essa transição precisa ter o acompanhamento de um nutricionista, para uma plena adequação de calorias e fontes de macro e micronutrientes, fazer exames periódicos e realizar a suplementação quando necessário, principalmente, de ferro e vitamina B12, das quais a falta pode resultar em problemas, sobretudo anemia.

Aumento na procura por plant based 

As carnes feitas a partir de plantas, popularmente conhecidas como “carnes do futuro”, e os “laticínios” de origem vegetal têm ganhado cada vez mais popularidade entre aqueles que desejam reduzir o consumo de ingredientes de origem animal. Bem como,  aqueles que estão começando a adotar o vegetarianismo ou o veganismo como estilo de vida.

Esses produtos feitos a partir de plantas são especificamente desenvolvidos para tentar replicar o gosto, o aroma, a textura e a experiência geral de alimentos de origem animal. E, para muitas pessoas, é mais fácil optar por produtos com essas características como forma de reduzir o consumo de carnes e laticínios em vez de simplesmente abandonar toda a experiência dos alimentos de origem animal em troca de cozinhar alimentos vegetais in natura.

E, segundo revisão publicada no final de julho no periódico cientifico Future Foods, as carnes e laticínios feitos a partir de plantas são alternativas mais saudáveis. Além de serem mais ambientalmente sustentáveis em relação aos alimentos de origem animal.

Mas é necessário sempre avaliar a tabela nutricional e a lista de ingredientes de cada alimento. Nesse sentido, tomando cuidado com o excesso de conservantes e ingredientes químicos que podem trazer problemas de saúde”, pondera a médica nutróloga.

Em resumo, com todas essas informações, podemos concluir que adotar uma alimentação com menos carne oferece diversos benefícios. Assim, tanto para a saúde quanto para o meio ambiente. Então, não podemos ter uma vida de qualidade sem considerar a importância que o meio ambiente desempenha em nossas vidas.  Afinal, ele é essencial para o nosso bem-estar e para as futuras gerações.

Reproduzido do portal Comida na Mesa

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