O Ministério da Saúde vai antecipar a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza como estratégia de diminuir a quantidade de pessoas com gripe nesse inverno. Primeiro, devem ser vacinadas gestantes, crianças até seis anos, mulheres até 45 dias após o parto e idosos, historicamente mais vulnerável à doença, que pode levar até a morte. O início da campanha está prevista para começar no dia 23 de março e não mais na segunda quinzena de abril. Para a campanha, o Insitututo Butantan produziu 75 milhões de doses que previne contra os três tipos de vírus de influenza que mais circularam no ano anterior.

Subiu para 132 o número de casos suspeitos de coronavírus monitorados pelo Ministério da Saúde no Brasil. Os dados foram repassados pelas Secretarias Estaduais de Saúde até esta quinta-feira (27) e demonstram o aumento da sensibilidade da vigilância da rede pública de saúde devido à inclusão de 15 países, além da China, que apresentam transmissão ativa do coronavírus. No total, 16 estados informaram ao Ministério da Saúde sobre os casos suspeitos.

De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mesmo que a vacina não apresente eficácia contra o coronavírus, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para o coronavírus. “A campanha acontecerá em âmbito nacional, como as anteriores. Vamos começar por gestantes, crianças até seis anos, puérperas e idosos. Depois, incluiremos outras categorias. Dessa forma, espera-se que o vírus tenha menor propagação”, explicou o ministro.

O ministro lembrou a importância de ampliar a cobertura vacinal e destacou que a vacina é uma das medidas mais importantes para a prevenção de doenças. “As influenzas A e B são mais comuns que o coronavírus e a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe diminui a situação endêmica dos vírus respiratórios no país, por isso é tão importante que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha procurem uma unidade de saúde”, concluiu.

O anúncio de antecipação da campanha de vacinação aconteceu após reunião com o governador do Estado de São Paulo, João Doria, e representantes da Saúde do Estado. A antecipação da campanha de vacinação foi possível por um esforço conjunto do Ministério da Saúde, do Instituto Butantan, produtor da vacina, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devido à atual situação de Emergência Internacional de Saúde Pública pelo coronavírus.

Saiba mais sobre gripe/influenza

CASOS DE CORONAVÍRUS

O Brasil já conta com um caso confirmado da doença e, até esta quinta-feira (27), monitora outros 132 casos suspeitos de coronavírus. Os dados demonstram o aumento da sensibilidade da vigilância da rede pública de saúde devido à inclusão de 15 países, além da China, que apresentam transmissão ativa do coronavírus. No total, 16 estados informaram ao Ministério da Saúde sobre os casos suspeitos.

Com esta mudança, os critérios para a definição de caso suspeito enquadram agora, as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar e tiveram passagem pela Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China, nos últimos 14 dias.


Leia também:

Saiba mais sobre coronavírus

64% dos brasileiros não estão com vacinação em dia

De acordo com um levantamento feito pela GlaxoSmithKline (GSK), 64% dos brasileiros adultos não estão com a caderneta de vacinação em dia. Porém, 89% da população tem conhecimento da importância da imunização para prevenir doenças, mas um terço (33%), afirma que “não sabe muito bem” quais são as vacinas indicadas para a sua idade.

A facilidade em compartilhar informações de forma rápida hoje em dia fez com que muitas pessoas acreditassem em mensagens falsas divulgadas em aplicativos de celulares, que afirmam que as vacinas podem causar alguns efeitos colaterais ou até mesmo agravar o problema.

“Toda vacina passa por diversos testes laboratoriais antes de ser disponibilizada para a população”, explica o Dr. Rafael Padovani, biomédico do Laboratório Rocha Lima. Além do receio em ter alguma complicação após a vacinação, outros fatores contribuem para que as pessoas evitem colocar a caderneta de vacinas em dia como a falta de tempo por conta da rotina atarefada do dia a dia.

“Muita gente pensa que a imunização é algo importante apenas nos primeiros anos de vida e na infância, então a taxa de adesão na fase adulta é muito baixa, e como atualmente as pessoas estão vivendo cada vez mais, é fundamental se cuidar”, ressalta Padovani. Outro ponto importante é que quando a pessoa é imunizada, ela acaba protegendo de forma indireta quem não pode tomar vacina, seja por utilizar algum medicamento ou por conta de alguma doença.

796 mortes em 2019

A cada ano as vacinas contra a gripe contém uma composição diferente que varia de acordo com os vírus mais frequentes. Mesmo com o empenho do governo em realizar campanhas de conscientização, em 2019, 796 pessoas morreram e 3.430 foram infectados somente com o H1N1. A campanha de vacinação contra a gripe costuma ser em abril, porém, esse ano, com o objetivo de evitar que os serviços de saúde fiquem sobrecarregados, a campanha será em março com o objetivo de evitar o avanço do coronavírus.

“Apesar de parecer simples, a gripe possui diversas variações de vírus, e pode trazer complicações gravíssimas e até levar a óbito”, diz o biomédico. A vacina contra a gripe são trivalentes, ou seja, imunizam contra três tipos de vírus. É importante lembrar que é necessário se vacinar todo ano, já que o vírus sofre mutações e os anticorpos para o vírus vão diminuindo.

Quarta doença que mais mata no Brasil

Outra vacina importante é a contra a pneumonia, conhecida como conanti-pneumocócica. Além de ser a quarta doença que mais mata no Brasil, são registrados 900 mil casos no país por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde. Tosse, febre alta, náuseas e vômitos são alguns dos sintomas da doença. Em casos mais leves, a pneumonia pode ser tratada em casa, já em casos mais graves, é necessário que o paciente seja internado.

A vacina é indicada para crianças, jovens com doenças crônicas e principalmente para idosos, portanto, é importante a vacinação para proteger o organismo dessa patologia. “A imunização faz com que o organismo crie anticorpos contra os agentes causadores da pneumonia, então a pessoa que é vacinada fortalece a defesa do próprio corpo e consegue combater os micro-organismos que podem causar uma infecção mais grave”, finaliza Rafael.

VIGILÂNCIA PREPARADA

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o preparo do sistema de saúde e a agilidade dos laboratórios provam a eficácia do sistema de vigilância do Brasil. “O Sistema Único de Saúde (SUS) é um tripé, em que as esferas federal, estadual e municipal do governo trabalham juntas. Temos a responsabilidade de dar informação qualificada, com credibilidade. Para isso, criamos o Centro de Operações em Emergência (COE), que consolida informações de todo país, de todas as cidades e, a partir daí, pensamos sobre as atitudes que serão tomadas. Todos os dias atualizamos o boletim com dados nacionais e internacionais, fazemos parte dessa rede mundial de informação”, disse.

O ministro Luiz Henrique Mandetta lembrou ainda que a transparência e informações precisas são as armas contra as chamadas Fake News. “A transparência é uma das preocupações do Governo Federal e a informação clara e atualizada é fundamental. Precisamos combater as informações falsas, que prejudicam o sistema de vigilância. Nosso site é abastecido diariamente com informações e a página com atualização dos casos de coronavírus já é a mais acessada por internautas que buscam novidades sobre o assunto”, garantiu.

Com Assessorias

Shares:

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *