Apesar dos novos alentadores do Ministério da Saúde sobre redução no consumo de cigarros no ambiente de trabalho (veja aqui), o Brasil ainda tem cerca de 21 milhões de fumantes, o que representa 12% de toda a população, segundo dados do Ministério da Saúde.
O consumo de cigarros e outros derivados causa um prejuízo de R$ 56,9 bilhões ao país a cada ano. Deste total, R$ 39,4 bilhões são com custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade, provocadas por morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores.
Outra pesquisa divulgada neste Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto) mostra que o mercado do tabaco no Brasil movimenta aproximadamente 500 milhões de reais vindos diretamente dos compradores, segundo pesquisa.
O estudo, realizado com 1004 pessoas pela Toluna, fornecedora de insights do consumidor para a economia sob demanda, revela que os fumantes brasileiros gastam em média, R$ 26 por mês com cigarros, e quando multiplicamos esse valor pelo número de fumantes no Brasil, que, segundo pesquisa da OMS é de cerca de 18 milhões de pessoas, temos esse valor bilionário.
A mesma pesquisa também focou em hábitos dos fumantes e na vontade em parar de fumar. Entre os respondentes 47% afirmaram que fumam atualmente ou já fumaram em algum momento das vidas. Entre as pessoas que continuam com o hábito, 85% delas querem parar. Já as pessoas que já pararam, disseram que o principal motivo (54%) foi o medo de ter um problema de saúde, com a alternativa de ter melhor condicionamento físico em segundo lugar (20%).
A pesquisa foi realizada no dia 28 de agosto de 2018 com 1004 pessoas das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, onde pessoas da classe C2 tem renda média domiciliar de R$ 1.625 por mês. Confira mais números da pesquisa neste link: http://tolu.na/l/a7WNn8k2M
Prejuízos à saúde são incalculáveis
Os prejuízos à saúde são numerosos e incalculáveis, que vão desde a perda de sensibilidade a insuficiência respiratória, infarto a diversos tipos de câncer. Somente nesta pesquisa com 92 mil exames ocupacionais, foram notadas incidências de piora na condição respiratória, pressão arterial, glicemia e colesterol – a pressão arterial acima de 15 entre os fumantes foi 30% mais presente do que na população não fumante; a glicemia acima de 150 – 63% a mais para os fumantes e o índice de fumantes que acusaram problemas respiratórios foi 25% maior do que os não fumantes.
“É normal associar o fumo a questões respiratórias. O mais interessante desse estudo foi verificar o impacto do tabagismo no nível de estresse e na qualidade do sono desses profissionais analisados. Os dados chamam a atenção para efeitos colaterais não muito debatidos, que são causados diretamente pelo hábito”, diz Geraldo Bachega, diretor-médico da RHMED. Ele se refere à relação direta entre estresse e falta de sono ao fumo: o número de fumantes que reportaram estar sob estresse foi 85% maior que o de não fumantes. Fumantes também reportaram 127% mais problemas de sono.
“Fazemos esse tipo de análise sobre a população de cada empresa para sugerir medidas que ela possa adotar para aumentar a qualidade de vida e melhorar a saúde dos seus colaboradores. Agora, estamos começando a fazer essa análise para todo o universo de mais de 550 mil de vidas da RHMED. Esperamos com isso usar a nossa área de inteligência em saúde ocupacional para provocar debates e campanhas que realmente contribuam para a melhora das condições de saúde da população brasileira como um todo.”, completa o especialista.
Esses dados reforçam a importância das ações nacionais de sensibilização da população para os danos causados pelo tabaco. Instituído em 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo tem como objetivo de conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta, sendo considerado, portanto, um problema de saúde pública. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas morram todo o ano no Brasil em decorrência do fumo.
Fonte: Toluna e RHMED