As mulheres brasileiras, em especial, têm como característica o uso de biquínis menores e roupas mais decotadas, especialmente no verão. Com a chegada do Carnaval, uma das grandes preocupações das mulheres é poder escolher seu decote e seu biquíni sem se preocupar com a aparência das mamas. Por isso, muitas mulheres recorrem à mastopexia, que é a cirurgia que visa levantar e remodelar as mamas.

A técnica corrige a mama ptosada (os chamados popularmente ‘seios caídos’, uma condição que ocorre na mulher especialmente após amamentar, por causa do excesso de peso ou com o passar dos anos. Por meio dessa cirurgia é feita a remoção do excesso de pele e, quando necessário, a implantação de próteses de silicone, com a finalidade de reduzir a flacidez dos seios, deixando-os mais firmes e altos.

O procedimento mudou a sua vida empresária que atua no mercado financeiro, Eliane Miranda da Costa, de 43 anos. “Antes não conseguia colocar um vestido com decote nas costas porque tinha que usar sutiã, Não podia usar um ‘tomara que caia’, porque literalmente as mamas caiam. Hoje a minha autoestima melhorou muito e sempre que posso uso decotes”, conta.

Mas a empresária demorou 15 anos para realizar a tão sonhada cirurgia nos seios devido ao medo das cicatrizes entre as mamas. “Todos os médicos diziam que devido ao caimento das minhas mamas, deveria ser cicatriz em T, o que deixaria marcas dos dois lados da mama. Foi aí que conheci a mastopexia em L e soube que poderia reduzir os cortes e as marcas”, conta.

Uma técnica de mastopexia com cicatriz reduzida em L já é considerada a preferência entre as mulheres. A cicatriz em L é feita com uma incisão em volta da aréola, um pequeno corte na vertical, e uma incisão na horizontal na parte de baixo das mamas, de aproximadamente 4cm.  A ausência de cicatriz entre as mamas não aumenta a cicatriz horizontal lateral, melhora o formato da parte interna das mamas e possibilita à mulher a escolha das suas roupas sem se preocupar com a marca.

Médico brasileiro sistematizou a técnica

O Brasil é o segundo país do mundo em cirurgias plásticas, com 1,3 milhões de procedimentos realizados ao ano. As cirurgias de mastopexia aparecem também em segundo lugar, de acordo com o último levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (2020).

A mastopexia em L foi descrita pela primeira vez pelo cirurgião Hollander, em 1924, e posteriormente replicada por cirurgiões brasileiros na década de 80, com Antonio Roberto Bozola, e na década de 90, por Chiari Junior. Mas por muitas décadas essa técnica permaneceu pouco realizada pela dificuldade de marcação pré-operatória e limitação do tratamento da parte interna das mamas, uma vez que não individualiza a pele e o tecido mamário.

A técnica de mastopexia multiplanos com cicatriz em L – foi sistematizada pela primeira vez no Brasil pelo cirurgião paranaense Adel Bark Junior, com um grande diferencial: ela atua individualmente nos três componentes anatômicos das mamas: por isso é denominada multiplanos, pois consegue tratar a pele, o músculo e a glândula de forma separada.

“Com a técnica Multiplanos tratamos de forma completa e simétrica a mama internamente, melhorando a anatomia interna e externa de cada esfera. Desta forma é possível oferecer um resultado mais previsível e uma maior estabilidade para a mama a longo prazo”, explica o cirurgião.

Além disso, segundo ele, com multiplanos é possível subir o sulco inframamário (posição da mama no tórax), promovendo maior estabilidade, maior colo mamário com implantes menores, e alongando a região abdominal.

O cirurgião traz em seu currículo mais de três mil cirurgias de mastopexia utilizando a cicatriz em L, sendo atualmente o método utilizado por ele em 100% das pacientes. Os altos índices de satisfação nas pacientes operadas, devido a uma incisão menor — fez com que o cirurgião se dedicasse a reproduzir a técnica que é uma evolução da tradicionalmente realizada incisão em formato de T invertido. Com isso foi lançado em Curitiba o primeiro Curso de Mastopexia Multiplanos em L do mundo.

Com a sistematização da Mastopexia Multiplanos em L, mais de 150 cirurgiões brasileiros e de outros 9 países, já foram treinados em Curitiba e estão aplicando os conceitos para suas pacientes. “Mesmo em mamas volumosas e com grande ptose (queda) é possível, com a técnica multiplanos entregar a estabilidade e a cicatriz reduzida em L”, afirma o cirurgião curitibano.

Diferencial é eliminar marcação prévia

Adel conta que aos poucos foi eliminando a necessidade da marcação prévia, que gerava grande complexidade cirúrgica e aplicando a técnica em casos cada vez mais desafiadores. Com isso, conseguiu sistematizar uma maneira reprodutível de executar a técnica da cicatriz em L, tanto que a grande maioria dos cirurgiões que vieram para aprender a replicá-la estão realizando a cicatriz em L em suas pacientes.

“Vários colegas relatam que mesmo quando não conseguem entregar a cicatriz em L, o conceito Multiplanos permitiu reduzir suas cicatrizes e promover maior estabilidade da cirurgia. Hoje, estamos cumprindo nosso papel de beneficiar o maior número possível de mulheres pelas mãos dos nossos colegas, permitindo que eles realizem o procedimento com segurança. Com a nossa plataforma de ensino online, complementamos e sedimentamos os conceitos compartilhados no curso prático”, afirma Adel.

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