Petrópolis, janeiro de 2021. Chuvas intensas e deslizamentos de terra deixaram 241 mortos e mais de 4 mil desabrigados na principal cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro. A maior tragédia já registrada no município superou o desastre natural de 1988, quando 171 pessoas morreram. Mas estas não foram as únicas vezes que a ‘Cidade Imperial’ foi castigada pelos temporais. Somados todos os desastres naturais desde 1966, o número de vidas perdidas já passa de 800.

Naquele ano, 80 pessoas morreram no município em decorrência de chuvas fortes. Em 1979, outro temporal matou 87 pessoas. No ano 2001, mais 51 pessoas morreram em Petrópolis. Em 2011, a tragédia das chuvas deixou 918 mortos em toda a Região Serrana – 73 deles em Petrópolis. Até hoje, pelo menos 100 pessoas nunca foram encontradas na região. Em 2013, foram mais 13 vidas perdidas na cidade, todas por conta das chuvas.

Diante de “tragédias anunciadas” como estas, como a Região Serrana está se preparando para encarar as chuvas de verão, que prometem ser intensas por conta das mudanças climáticas, e prevenir a perda de novas vidas humanas, além dos inúmeros danos ambientais e materiais? Uma demonstração de como as forças de segurança estão se preparando para enfrentar os temporais foi dada neste  Dia Estadual de Redução de Riscos de Desastres (29 de novembro).

Para marcar a data, a Secretaria de Estado de Defesa Civil (Sedec-RJ) e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) escolheram a cidade de Petrópolis para realizar uma série de ações para testar a mobilização e o emprego de recursos e equipamentos em caso de emergências provocadas por chuvas fortes. Cerca 250 militares de diversas unidades participaram de um simulado de resposta a um desastre natural com vítimas.

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A atividade aconteceu no terreno da nova Academia de Bombeiro Militar, que está sendo construída na Cidade Imperial, com previsão de conclusão em 2024. Foram realizadas demonstrações diversas do poderio operacional da corporação, incluindo sobrevoo de aeronave, rapel com especialistas, cães farejadores, uso de ferramentas recém-adquiridas como motosserras de corte de concreto, desencarceradores com pinça rompedora de concreto e corte de vigas, além de drones com câmera térmica, entre outros.

O secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro, garantiu que o Governo do Estado está pronto para as chuvas de verão. “O treinamento de hoje testou, com sucesso, o nosso alinhamento estratégico e o tempo-resposta em caso de uma tragédia. O investimento recorde que vem sendo feito na Secretaria de Defesa Civil e no Corpo de Bombeiros RJ se traduz em prevenção de desastres e em vidas salvas”, afirmou.

Cristo Redentor e Palácio Guanabara iluminados em laranja

Em outra iniciativa para marcar o Dia Estadual de Redução de Riscos de Desastres, o monumento ao Cristo Redentor e o Palácio Guanabara, dois importantes cartões-postais do Rio de Janeiro, foram iluminados de laranja, a cor da Defesa Civil do Estado.

O objetivo deste tipo de ação é chamar a atenção, mobilizar a sociedade, estimular a cultura de prevenção e reduzir os riscos perante situações emergenciais. “A iniciativa lembra a importância de medidas simples para evitar grandes tragédias, especialmente no período de chuvas”, afirmou o coronel Leandro Monteiro.

 

Segundo ele, a Sedec-RJ trabalha de forma integrada com outras secretarias e órgãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, ao longo de todo o ano, a fim de garantir medidas efetivas de proteção da população, além de reduzir danos e prejuízos.

O calendário de atividades inclui exercícios de desocupação de escolas e comunidades, treinamentos simulando enxurradas, enchentes, desabamentos e soterramentos, sempre visando à preparação, orientação e capacitação da sociedade e dos militares.

Fonte: Sedec-RJ

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