Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em seis unidades federativas e em dez capitais brasileiras, de acordo com dados do novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (12), no Rio de Janeiro, pela Fundação Oswaldo Cruz. A tendência de crescimento foi observada no Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Rondônia e Santa Catarina.
O levantamento destaca que o crescimento no Ceará se deve às infecções por covid-19, principalmente entre a população mais idosa. Já no Distrito Federal, no Maranhão e em Santa Catarina, houve expansão de casos graves principalmente em crianças e adolescentes infectados por rinovírus. A análise sé referente à Semana Epidemiológica (SE) 49, a atualização abrange o período de 1 a 7 de dezembro.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, entre os casos com diagnóstico confirmado para algum vírus, 40,5% deram positivo para rinovírus e 29,6% para coronavírus. Os outros foram: 7,2% para influenza A; 7,9% para influenza B e 6,9% para vírus sincicial respiratório (VSR). De maneira geral, as internações são mais frequentes entre crianças de até dois anos, enquanto as mortes são mais numerosas entre a população a partir de 65 anos.
Desde o início do ano até o dia 7 de dezembro, mais de 167 mil casos de SRAG tinham sido notificados em todo o Brasil, com cerca de 10 mil mortes. O vírus sincicial respiratório foi o mais recorrente entre os casos com diagnóstico positivo para algum vírus, mas quase 60% das mortes com resultado confirmado foram provocadas por covid-19.
Vírus da Covid pode se espalhar para outras regiões
A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e da plataforma InfoGripe Tatiana Portella alerta que, com o aumento dos casos de covid-19 no Ceará, é possível que o vírus se espalhe para outros estados. E recomenda atenção à vacinação.
É importante que todas as pessoas dos grupos de risco, como idosos, crianças, grávidas, puérperas, indígenas, profissionais de saúde e outros grupos também recomendados pelo Ministério da Saúde estejam em dia com a vacinação”, enfatiza a pesquisadora.
Além disso, em todos os estados foi observado aumento de casos de SRAG, a gente também recomenda que as pessoas busquem usar máscaras dentro de locais com maior aglomeração de pessoas, com baixa circulação de ar e dentro dos postos de saúde.
Caso apresente qualquer sinal de gripe ou resfriado, o ideal é ficar em isolamento em casa. Se não for possível fazer esse isolamento, o recomendado é sair de casa usando uma boa máscara. Diante de qualquer sinal de piora desses sintomas de síndrome gripal, é muito importante procurar um atendimento médico”, orientou.
A pesquisadora observou que foi registrado aumento de hospitalizações em três unidades federativas. “Houve um importante crescimento de hospitalizações nos estados do Espírito Santo, Santa Catarina, Maranhão e Distrito Federal, associado principalmente ao aumento de casos por rinovírus. Esse vírus tem afetado principalmente crianças e adolescentes de até 14 anos”, informou Portella.
A pesquisadora da Fiocruz lembra que as regras de etiqueta sanitária e a atenção aos sinais de alerta continuam valendo.
Caso apresente qualquer sinal de gripe ou resfriado, o ideal é ficar em isolamento em casa. Se não for possível fazer esse isolamento, o recomendado é sair de casa usando uma boa máscara. Diante de qualquer sinal de piora desses sintomas de síndrome gripal, é muito importante procurar um atendimento médico”, finalizou.
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Incidência e mortalidade
A incidência e mortalidade média nas últimas oito semanas epidemiológicas mantiveram o cenário típico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. A incidência de SRAG impacta mais as crianças de até dois anos. Já em termos de mortalidade ocorre o inverso, com a população a partir de 65 anos sendo a mais impactada.
Nos casos de SRAG por Sars-CoV-2 (Covid-19), a incidência tem maior impacto nas crianças pequenas e idosos, enquanto a mortalidade é mais elevada entre os idosos a partir de 65 anos. Quanto aos demais vírus com circulação relevante no país, o impacto nos casos de SRAG tem se concentrado nas crianças pequenas e são decorrentes principalmente ao rinovírus.
Rio nega tendência de aumento em indicadores precoces da doença
Secretaria de Estado de Saúde reforça a importância de manter a vacinação e as medidas de prevenção e controle
A nova edição do Panorama Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), divulgada na sexta-feira (6/12), apresenta que os indicadores precoces da doença estão em um platô, quando consideradas as quatro últimas semanas epidemiológicas. Seis dos oito índices acompanhados mantêm-se em um nível semelhante nas últimas semanas. Apesar de crescimentos e quedas pontuais, a doença não apresenta tendência de crescimento ou queda.
Nas últimas três Semanas Epidemiológicas, o Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) registrou um mesmo nível na taxa de positividade dos testes rápidos de antígeno (entre 19,82% e 19,42%). O sistema particular de laboratórios Dasa também registrou pouca variação no indicador (entre 14,79% e 14,29%).
No Lacen, a taxa de positividade dos testes RT-PCR variou em 3% (de 18,44% para 21,05%). Na rede particular Dasa, também houve um aumento pontual, que não reflete tendência de crescimento (de 15,79% para 19,57%).
O número de atendimentos de pacientes com sintomas gripais nas Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs) do Estado do Rio também é monitorado pela SES-RJ. Entre a SE46 e a SE48 o número variou pouco entre a população adulta (de 1.774 para 1.763), e recuou entre as crianças (de 1.223 para 1.044).
A gravidade dos casos é analisada a partir da solicitação de leitos em hospitais. Entre a SE46 e a SE48, o estado registrou pouca variação entre o público adulto (de 309 para 334), e queda no infantil (176 para 143).
Para consultar o Panorama Covid e outras informações, como número de internações, óbitos e taxa de cobertura vacinal, acesse o Painel de Monitoramento da Covid-19.
Com informações da Agência Brasil, Agência Fiocruz e SES-RJ