Jovem, talentosa e no auge da carreira, aos 34 anos, a cantora paranaense Naiara Azevedo veio a público denunciar a violência doméstica sofrida causada por seu ex marido. Em entrevista, ela detalhou as agressões e expôs fatos chocantes que revelam traços de violência física, psicológica, moral e até patrimonial. Uma clara relação abusiva e tóxica com ingredientes que, sem dúvida, podem trazer sérias sequelas emocionais para a vítima.

Mas de que maneira podemos classificar esses vários tipos de violência e como denunciar ou perceber se estamos em uma relação tóxica?

Infelizmente, no Brasil ainda registra-se um elevado percentual de casos de violência doméstica, abusos e até assassinatos cometidos contra contra as mulheres. Uma triste constatação. A violência psicológica, por exemplo, é um dos cinco tipos de agressão à mulher e pode ser classificada quando o parceiro coloca em risco ou causa dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento feminino, ou seja, é um tipo de conduta que causa prejuízo emocional para a vitima.

A violência física, como o próprio nome sugere, é quando o parceiro ofende a integridade ou a saúde corporal da mulher. Em muitos casos, elas apanham tanto que, por não possuírem uma rede de apoio ou por medo ou vergonha de denunciar, viram “saco de pancada” a ponto de entrarem para as estatísticas do feminícidio. Outro tipo de violência é a moral, que trata de comentários ofensivos ou humilhação pública por parte do agressor.

Enquanto a violência patrimonial é a retenção, subtração ou destruição de objetos da mulher ou mesmo de redução de recursos monetários com o objetivo de controlar e limitar as ações da parceira. Aliás, essa foi uma das acusações de Naiara Azevedo. A cantora alega que perdeu o controle de todo seu patrimônio e do dinheiro que ganhava fazendo shows, uma vez que o ex marido ficava com quase tudo que ela ganhava.

Portanto, precisamos falar mais a respeito do que é violência contra mulher, pois são exatamente essas violências veladas que precisam ser combatidas. É muito importante que mulheres, como a Naiara e tantas outras “Naiaras” não se calem e mostrem que violência não é somente a física com socos, pontapés, hematomas, por exemplo, mas também a patrimonial, moral, psicológica.

Esta última é mais comum do que imaginamos. Tanto que costumamos valorizar aquilo que está visível externamente, como hematomas, esquecendo que há violência que não se mostra e assim não vemos, mas dói da mesma forma ou até mais.

Uma coisa é certa: não se pode normalizar a dor. Normalizar um grito, um xingamento, um ciúme excessivo, um controle como atos “que faz parte”, pois não fazem. Não se pode normalizar a ocultação monetária, a limitação aos poderes do outro. Além disso, o ciclo da violência doméstica precisa ser reconhecido e quebrado.

‘A violência doméstica não pode ser ignorada e muito menos minimizada’

Enfim, Naiara Azevedo criou coragem e denunciou. A violência doméstica não pode ser ignorada e muito menos minimizada. É algo que impacta de forma integral a vida de quem sofre. Não há uma causa simples e única, mas é importante tentar se afastar de forma definitiva nos primeiros sinais. É preciso que as mulheres prestem atenção nos detalhes e observem o parceiro, vejam se há reciprocidade da relação e como ele resolve problemas.

Há condutas agressivas? É alguém que bate nas coisas, joga coisas no chão, alguém que por exemplo, anda rápido no carro quando está irritado? É alguém que respeita uma fila no supermercado? É um homem que tenta tirar vantagem de tudo? Sabe lidar com suas emoções? Como age quando está com raiva? Começa a culpar o outro?

A mulher precisa identificar se o parceiro sabe lidar com respeito e empatia com os problemas que se apresentam na vida a dois. Pois, o outro sempre nos dá sinais e, de acordo com algumas respostas, não há como seguir um relacionamento seguro e saudável, tendo aspectos como falta de respeito, agressividade, humilhações e chantagens, por mais amor que possa existir. Caso contrário, essa mulher poderá estar sofrendo calada ou correndo risco de vida. 

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