Se você não tem um familiar que teve câncer, certamente tem um amigo, colega de trabalho ou de faculdade… ou mesmo um vizinho que enfrentou ou enfrentará a doença. A cada semana, pelo menos um artista ou personalidade anuncia ter sido diagnosticado com câncer, uma das principais causas de morte no país e que não para de avançar. E milhares de fãs choram a perda de seus ídolos, como Mr Catra, que morreu recentemente de câncer de estômago.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar cerca de 600 mil novos caso até 2019. Projeções das principais referências mundiais no tema apontam que o câncer se tornará, em 2029, a principal causa de mortalidade no país, superando as doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

Para a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), esse aumento crescente do número de casos demanda um aprimoramento das políticas públicas de prevenção, detecção e tratamento do câncer. No entanto, até o momento, dos presidenciáveis que lideram as pesquisas de intenção de voto nenhum apresente políticas para vencer os desafios do tratamento de câncer no Brasil em seus programas de governo.

Em Armação dos Búzios, no litoral fluminense, um encontro que reunirá profissionais de Oncologia do Brasil e do mundo, a ser realizado na semana das eleições gerais no país, vai colocar esse tema em evidência. O ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, abrirá a programação, com o tema “Disparidade Público-Privada na Assistência Oncológica”, onde mostrará o abismo entre o tratamento de doentes de câncer no Sistema Único de Saúde e na rede privada.

Além de debater o avanço do câncer no Brasil, sem a devida correspondência em políticas públicas para o enfrentamento da doença, o 1º  Simpósio Internacional Fluminense de Oncologia, realizado pelo SBOC-RJ e Instituto do Câncer do Norte Fluminense acontece nos dias 5 e 6 de outubro. As inscrições podem ser feitas até domingo (30) pelo site http://www.sifon.com.br/

Para a SBOC, desafios não faltam

Confira outros trechos da nota oficial da SBOC sobre a ausência de políticas públicas para o tratamento do câncer no Brasil:

“O câncer de colo uterino, por exemplo, que está desaparecendo em vários países do mundo, é uma das doenças mais prevalentes no Brasil, causando a morte de um número significativo de mulheres jovens. Esse cenário poderia ser evitado com o aumento de políticas voltadas para o diagnóstico precoce e fortalecimento dos esforços de vacinação.

É igualmente preocupante o tempo necessário para que pacientes tenham acesso a medicamentos oncológicos, mesmo na rede privada. Pelas regras atuais, a atualização do rol de procedimentos e medicamentos cobertos pela ANS ocorre a cada dois anos, mas, na prática, esse prazo acaba se tornando até quatro.

No SUS, parte significativa dos recursos é usada para o fornecimento de medicamentos ultrapassados, ineficazes, tóxicos e caros, enquanto não são aprovadas drogas modernas com benefício clínico importante e segurança comprovadas. Mesmo quando incorporados, a maior parte dos tratamentos não cabe nos valores repassados aos hospitais via Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (Apac).

Além disso, a legislação brasileira impõe sérios entraves burocráticos à aprovação de pesquisas clínicas. Como resultado, pouquíssimos pacientes participam de estudos de novas drogas no País.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica acredita que é essencial que o tema ganhe relevância no debate político e reforça que está à disposição para encontrar soluções conjuntas para esses desafios, no intuito de primar pela prevenção, diagnóstico adequado e tratamento de qualidade aos pacientes com câncer em nosso país.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica entende que as eleições de 2018 são uma oportunidade para a sociedade discutir questões fundamentais com aqueles que se propõem a ocupar o mais alto cargo do governo do nosso país, a presidência”.

Mais sobre o evento

Paula Ugaldi
Paula Ugaldi vai trazer sua experiência no Canadá para falar sobre cirurgia torácica (Foto: Divulgação)

O Simpósio Internacional surgiu de encontros entre profissionais participantes das edições do Simpósio de Oncologia do Norte Fluminense, sediado em Campos dos Goytacazes, e que este ano realizará sua quarta edição. Com o objetivo de criar oportunidades para apresentação e discussão de importantes e atualizadas evidências científicas, o I Simpósio Internacional Fluminense de Oncologia contará também com espaço para apresentação de trabalhos científicos.

Temas importantes estarão em pauta, como a  robótica na Oncologia e o uso de canabinoides no tratamento da dor do paciente com câncer. Para ampliar a participação de profissionais do estado e de todo o país, o Simpósio tem como destaque na programação temas multidisciplinares e a presença da renomada médica brasileira Paula Ugalde que trabalha em Quebec, no Canadá, dissertando sobre avanços em cirurgia torácica. O evento acontece no Ferradura Resort e tem como público-alvo médicos ligados à oncologia; equipe multidisciplinar; estudantes e residentes.

Serviço:

I Simpósio Internacional Fluminense de Oncologia e IV Simpósio de Oncologia do Norte Fluminense

Dias 5 e 6 de Outubro de 2018 – sexta-feira e sábado

Ferradura Resort – Armação dos Búzios

Mais informações: http://www.sifon.com.br/

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