O câncer de próstata ainda é um tema difícil para muitos homens, mas a divulgação da importância da prevenção, somada aos avanços em diagnósticos e em tratamentos, vem contribuindo para reverter este cenário. Atualmente, a tecnologia tem sido a maior aliada para a detecção precoce da doença, bem como para a escolha do melhor tratamento – o que aumenta, de forma considerável, as chances de cura dos pacientes. Testes genéticos, radioterapias e cirurgias menos invasivas são algumas formas de combater a doença que é a segunda mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma) na área oncológica.
Este é um cenário real, assim como todos os avanços no combate que temos hoje, como o uso da robótica na urologia. Como a pelve é uma região de difícil acesso, ter a visão ampliada e tridimensional ajuda muito na retirada do tumor e no pós-operatório do paciente”, explica Paulo Maron, urologista do Leforte Oncologia.
O urologista e uro-oncologista Marcelo Bendhack, presidente da Sociedade Latino-Americana de Uro-Oncologia (UROLA), destaca as principais informações e dúvidas sobre o câncer de próstata. Este mês, as atenções estarão voltadas ao Novembro Azul, campanha mundial de alerta, prevenção e conscientização para o diagnóstico precoce da doença.
Marcelo Bendhack é, especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e membro do conselho da Federação Mundial de Uro-Oncologia (WUOF).
O câncer da próstata é considerado o segundo mais comum na população masculina em todo o mundo. Como é crescente a expectativa de vida na população mundial, as estimativas apontam que o número de casos novos da doença deve aumentar em 60%. Trata-se de uma doença não transmissível, e que tem apresentado aumento no número de casos e mortalidade significativa.
Assintomático, geralmente é
“A recomendação é que se faça exames preventivos a partir dos 50 anos. Mas para aqueles cujos pais e irmãos já tiveram câncer de próstata e também no caso dos afrodescendentes, a orientação é iniciar os exames de rotina a partir dos 40 anos de idade”, explica o urologista Marcelo Bendhack.
Em 2018, foram diagnosticados no Brasil 68.200 casos de câncer da próstata, 31,7% a mais em relação às demais neoplasias, e 15.391 mortes (dados de 2017), conforme estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva).
Prevenção
Alimentação saudável, prática de atividade física, evitar o excesso de bebidas alcóolicas e o estresse. E não aderir ao tabagismo. Casos graves da doença estão associados também à obesidade, ao consumo de alimentos com gorduras saturadas e industrializados.
Os exames preventivos são recomendados a partir do 40 ou 50 anos de idade, dependendo das características de cada paciente. Porém, também devem procurar um urologista homens na adolescência, assim como as mulheres recorrem aos ginecologistas.
Paciente em tratamento de câncer e atividade física: deve ser praticada até mesmo por quem está em tratamento de câncer. Pesquisas científicas sugerem benefícios, como diminuição da sensação de fadiga, ansiedade, depressão e melhora a qualidade do sono. Mas é preciso uma avaliação médica criteriosa, sobretudo para exercícios mais intensos, como corrida, ciclismo, natação, remo e levantamento de peso.
Frequência de ejaculações: estudo divulgado pela Associação Europeia de Urologia, com quase 32 mil homens, entre 20 e 49 anos, apontou que a frequência de ejaculações, por masturbação ou relações sexuais, pode proteger a próstata. O efeito anticancerígeno ainda não está muito bem explicado, mas inicialmente foi efetivo para casos de cânceres menos agressivos, porém sem efeito em tumores mais graves.
Exames
Os dois principais e mais conhecidos são o toque retal e o PSA – Antígeno Prostático Específico. O exame de sangue (PSA) tem segurança de até 70% na identificação de um tumor de próstata. Porém, somado com o exame do toque retal, o índice de segurança pode chegar a 90%. Alguns pacientes podem apresentar PSA normal, mas receber a suspeita de câncer de próstata exclusivamente pelo exame de toque.
A proteína PSA é produzida na próstata e, caso exista um princípio de tumor, normalmente haverá produção maior dessa proteína. O valor de referência para o PSA é até 4, considerado normal. Esse valor pode mudar um pouco em função da idade e do tamanho da próstata do paciente. Acima desse valor, pode ser um sinal de tumor.
O toque retal pode ser realizado antes ou mesmo depois do PSA. A eficiência desse exame ocorre devido à posição anatômica da próstata, que está localizada de forma medial e anterior à região do reto. O urologista pode pedir ainda exames como ultrassom, ressonância nuclear magnética da próstata e biópsia.
ISUP e Gleason
Após fazer o diagnóstico de um câncer, o próximo passo é tentar entender qual o comportamento da doença. Há tumores que crescem rápido e outros que levam muito tempo (vários anos) para crescer.
O Score de Gleason avalia duas áreas que compõem a maior parte do câncer na região da próstata. Os patologistas atribuem diferentes graus para cada uma das áreas analisadas. Se a pontuação de Gleason é (G)3 + (G)4 = (G)7, significa que a maior parte do tumor é grau 3 e a menor grau 4, tendo como resultado 7, ou seja, equivalente a um nível intermediário do câncer de próstata. O mais alto grau para a pontuação de Gleason é 10.
Já escala da ISUP (International Society of
Tratamentos
Terapia-alvo: tratamento
Hifu: o Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade (High Intensity Focused
A técnica evita que estruturas importantes localizadas ao redor da próstata sejam atingidas pelas ondas ultrassônicas, o que reduz os efeitos colaterais. A duração do procedimento com a Terapia Focal HIFU é mais curto, geralmente entre 30 minutos a 3 horas, e um regresso mais rápido às atividades cotidianas.
Os índices de incontinência urinária ficam entre 0 e 2% e a disfunção erétil em 5 a 7% dos pacientes, quando a aplicação é parcial ou focal. Quando total, o índice é próximo a 26%. Tem baixa taxa de mortalidade doença específica e alto índice de sobrevida livre de metástases após 10 anos. Os índices de morbidade são aceitáveis, em comparação aos demais procedimentos para o câncer de próstata.
Cirurgia: na prostatectomia
Radioterapia: utiliza raios de alta energia ou partículas para eliminar as células doentes. A radiação modifica o DNA da célula, evitando o crescimento ou divisão das células cancerosas. A longo prazo, o tratamento pode causar disfunção erétil ou problemas urinários e intestinais, incluindo frequência urinária aumentada, dificuldade para urinar, sangue na urina ou incontinência.
Crioterapia: pode ser indicada em casos de doença localizada primária ou recidivada. A técnica utiliza temperaturas extremamente baixas para destruir células cancerígenas na próstata. Para a sua aplicação é necessário introduzir agulhas por via perineal no interior da próstata. Efeitos colaterais de curto prazo podem incluir inchaço na área genital, irritação ao urinar e sangue na urina. Os efeitos secundários de longo prazo são impotência sexual e incontinência urinária. Recorrência local pode ocorrer.
Hormonioterapia: o objetivo é reduzir os níveis de hormônios masculinos (testosterona) no corpo ou impedir a sua ligação a receptores androgênicos nas células prostáticas. Isso porque a testosterona estimula a proliferação das células prostáticas cancerosas. Tratamentos hormonais são muitas vezes utilizados em conjunto com radioterapia ou cirurgia. Pacientes com metástases são tratados inicialmente com hormonioterapia. A terapia hormonal pode aumentar o risco cardiovascular.
Quimioterapia: A quimioterapia é usada mais frequentemente em casos avançados de câncer da próstata, habitualmente em pacientes que não respondem ao tratamento hormonal.
Exame ainda pouco conhecido promete ser mais eficiente
Na luta contra a enfermidade surge um exame, ainda pouco conhecido no país, mais eficiente na seleção do paciente para a realização da biópsia prostática: o índice de saúde da próstata – phi, mais preciso que os exames hoje comumente usados.
O exame do PSA (Antígeno Prostático Específico, do inglês Prostate Specific Antigen) mede a quantidade dessa enzima no sangue, naturalmente produzida pela próstata. Níveis elevados de PSA servem de alerta ao médico para a pesquisa de doenças relacionadas à glândula. Não só o câncer, mas também outras patologias benignas, o que acaba resultando em indicações desnecessárias de biópsia prostática em um número significativo de pacientes sem câncer. Isso porque o índice de PSA elevado no sangue pode ser consequência de outras enfermidades como prostatite aguda, prostatite crônica e hiperplasia prostática benigna. Ou seja, sua precisão é limitada.
O exame do índice de saúde da próstata-phi utiliza a combinação de três marcadores presentes na amostra sanguínea: o PSA livre, o PSA total e o p2PSA. Um cálculo matemático permite determinar com mais assertividade as chances do paciente ter câncer de próstata.
“O p2PSA garante, em questão de segundos, o que chamamos de maior especificidade para câncer. Ele é uma fração do PSA, que só vai constar alterado no resultado se, realmente, o paciente estiver com a doença. Com certeza representa um diagnóstico diferenciado”, avalia o professor Dr. Adagmar Andriolo, médico patologista clínico, chefe da disciplina de Medicina Laboratorial da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. “O teste é recomendado para homens que apresentam um nível de PSA total entre 2,0 e 10,0 ng/Ml e sem alteração no exame de toque retal”.
O exame pode reduzir em até 30% a necessidade de biópsias, um procedimento invasivo, que pode provocar infecção e sangramento. Aproximadamente 75% das biópsias prostáticas realizadas têm resultado negativo para o câncer.
A eficácia do índice de saúde da próstata-phi foi comprovada em mais de 80 publicações científicas ao redor do mundo. O exame é aprovado desde 2012 pela FDA, Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, e recomendado pela National Comprehensive Cancer Network como ferramenta para um melhor diagnóstico do câncer de próstata.
Ressonância de próstata
Medicina Nuclear é alternativa em diagnóstico
Ainda pouco conhecida pelos brasileiros, a Medicina Nuclear utiliza pequenas quantidades de radiação, tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento de diversas doenças – entre elas, o câncer de próstata.
A modalidade é capaz de analisar a anatomia dos órgãos e mostrar como eles funcionam, em tempo real. Além de auxiliar no reconhecimento, esse tipo de medicina também é essencial para tratamentos ainda mais antecipados e precisos, já que serve como instrumento de aplicação endovenosa das medicações específicas para cada caso.
A Medicina nuclear conta com um exame que mostra a extensão do câncer e localiza possíveis metástases, antes mesmo que ele provoque alterações anatômicas ou mesmo em alterações nos níveis de PSA muito precoces”, comenta o médico nuclear e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Barberio Coura Filho – responsável clínico da Dimen SP.
Exame de PSA em farmácias – Para o diagnóstico do câncer de próstata, um dos meios para detectar a doença é o exame de sangue de PSA. A Hi Technologies disponibiliza o exame para ser feito por meio do seu laboratório portátil, o Hilab, na qual pacientes podem fazer exames de sangue em farmácias e terem acesso ao resultado em minutos. A tecnologia também oferece um valor muito mais acessível para as pessoas, o paciente recebe o resultado por SMS ou e-mail em até 20 minutos.
Consulta com urologista a R$ 28 – O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença na cura do câncer. O Cartão de TODOS reforça a importância dessa prevenção. Com cartazes e outros elementos visuais destacados em todas as suas unidades, presentes em todo o país, a empresa alerta os homens para se consultarem regularmente. “Ao aderir ao Cartão, o filiado passa a ter acesso a consultas médicas com o urologista, por exemplo, pelo valor de R$ 28, em mais de 230 clínicas parceiras. Além disso, o cartão dá direito a descontos em exames. O custo não pode ser um fator impeditivo para o homem se cuidar”, declara Aquiles Vilar, vice-presidente da empresa.
Com Assessorias