Segundo o urologista Rafael Ambar, especializado no cuidado com a saúde sexual e reprodutiva masculina, o aumento no número de tratamentos está relacionado à procura por atendimento e não necessariamente ao crescimento da quantidade de casos. Associado a isso está a ampliação da rede de assistência de saúde pelo país e da conscientização sobre a doença.
Os homens mais jovens têm se mostrado mais interessados em cuidar da saúde e realizar acompanhamento urológico. Essa mudança de comportamento é influenciada pela facilidade atual do acesso à informação, aumento da expectativa de vida e desejo de um envelhecimento saudável. Também existe um movimento interessante, apesar de discreto, de diminuição do preconceito relacionado às visitas ao urologista. Apesar disso, o trabalho de conscientização ainda continua necessário”, afirmou Ambar.
Quando diagnosticada precocemente, a doença tem 90% de chance de cura. Nas fases iniciais o câncer de próstata é assintomático, mas em estágios mais avançados, a doença pode causar dificuldade e necessidade de urinar muitas vezes ao dia, jato de urina fraco, presença de sangue na urina e ou no sêmen, podendo causar também dores na pelve, quadris e nas costas.
O surgimento do problema está associado ao envelhecimento do corpo, à predisposição genética, à obesidade e a comportamentos nocivos à saúde como o tabagismo e sedentarismo. O problema é identificado a partir de exame de rastreio da doença (exame de sangue para identificar o Antígeno Prostático Específico (PSA) e o exame de toque retal)”, explicou o urologista.
De acordo com o médico, é necessário que os homens façam o acompanhamento anualmente a partir dos 40 anos, para aqueles com casos do problema na família e, dos 50, para a população geral. O câncer de próstata é segundo câncer mais comum entre os homens, sendo o primeiro o de pele (não-melanoma), segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Agenda Positiva
Mutirão amplia acesso a exames oncológicos na Bahia
Ação inclui mamografia, PSA e consultas para avaliação dos resultados
Os hospitais Mater Dei Salvador e Emec vão realizar, entre os dias 10 e 21 de novembro, um mutirão gratuito para exames de rastreamento do câncer de mama e do câncer de próstata. Em Salvador, serão ofertadas 100 mamografias e 100 testes de PSA no Centro Médico do hospital. Em Feira de Santana, serão disponibilizadas 30 mamografias e 30 testes de PSA no HMDE, ampliando o acesso ao público da região.
As inscrições começam nesta sexta-feira, 7 de novembro, através dos links que serão disponibilizados nas bios dos perfis oficiais no Instagram: @materdeisalvador e @materdeiemec. No dia 29 de novembro, os pacientes retornam para consultas médicas gratuitas, quando serão avaliados os resultados dos exames.
A iniciativa integra as ações do Outubro Rosa e Novembro Azul da Rede Mater Dei, que reforçam a importância do diagnóstico precoce. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no país, com mais de 73 mil novos casos estimados por ano.
Já o câncer de próstata é o segundo mais frequente entre os homens, com previsão de mais de 70 mil novos registros anuais. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura e possibilita tratamentos menos invasivos.
Raio X
Dados que reforçam a necessidade do alerta
- Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para o triênio 2023-2025 estão estimados cerca de 71.700 novos casos anuais de câncer de próstata no Brasil, o que corresponde a aproximadamente 30% de todos os tumores masculinos (excluindo pele não-melanoma).
- Ainda no Brasil, o Inca estima que o país registrará cerca de 704 mil casos novos de câncer por ano no período 2023-2025, sendo o câncer de próstata um dos tipos de maior incidência masculina.
- Em âmbito global, estudo recente revela que, entre 1990 e 2021, o número de casos novos de câncer de próstata aumentou cerca de 161,5%.
- Nos Estados Unidos, a estimativa para 2025 da American Cancer Society (ACS) aponta para aproximadamente 313.780 novos casos de câncer de próstata e cerca de 35.770 óbitos decorrentes dessa doença naquele ano.
Fonte: Agência Brasil
