Enquanto os noticiários tratam dos casos de disseminação do vírus entre a classe média e classe alta, cresce a preocupação com os 12 milhões de brasileiros que moram nas favelas. Nas comunidades, onde a quarentena é um desafio devido à grande aglomeração de pessoas, os moradores ficam ainda mais expostos ao risco de se contaminar com o vírus.

É o que afirma Gilson Rodrigues, integrante do G10 e líder comunitário da favela de Paraisópolis (SP), ao ressaltar que grande parte dos moradores não terão condições de permanecer em quarentena, já que muitos só recebem dinheiro quando saem para trabalhar, como as empregadas domésticas e ambulantes, por exemplo.

“Isso se soma ao fato da maioria das famílias não terem renda suficiente para comprar mantimentos para os dias de isolamento – quem dirá para comprar álcool em gel. Os trabalhadores autônomos pertencem a parcela da sociedade que mais irá sofrer diante da pandemia”, comenta.
São pessoas que estão inseridas no grupo de 69% dos moradores que trabalham na área de serviços: porteiros, empregadas domésticas, babás, zeladores. Diante disso, é urgente apoiar os moradores mais necessitados destas comunidades, com kits de higiene, mantimentos e outras necessidades para esse período incerto.

Famílias que já viviam com muito pouco por conta da imensa informalidade e desemprego no país hoje estão sem nada, se juntando aos quase 15 milhões de brasileiros que já viviam na extrema pobreza no Brasil. Estamos falando de dezenas de milhões de pessoas entrando em situação de insegurança alimentar”, afirma Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania.

Nunca vimos nada parecido com o que estamos presenciando. Por isso, precisamos agora, por conta do novo coronavírus, agir mais do nunca. Por conta da nossa escala, cada real significa um prato de comida na nossa campanha”, acredita Kiko.

Um milhão de famílias beneficiadas por cestas básicas

No Rio de Janeiro, o Governo do Estado  anunciou que vai distribuir cestas básicas para um milhão de famílias inscritas no Cadastro Único de Assistência Social, o Cad-Único. O objetivo é socorrer famílias em situação de vulnerabilidade social ou que vivem na pobreza extrema, as mais afetadas pelas medidas de isolamento social tomadas para tentar diminuir a disseminação do novo coronavírus.

Em entrevista coletiva, o governador Wilson Witzel anunciou, nesta quarta-feira (25/03) o lançamento do mutirão humanitário. As famílias beneficiadas, segundo o governador, são essencialmente chefiadas por mulheres, com renda per capita de R$ 89 (na extrema pobreza) e menos de meio salário mínimo (na faixa de baixa renda) por mês. Alunos da rede estadual também serão contemplados, mesmo que suas famílias não estejam inscritas no Cad-Único.

Na primeira fase, as cestas serão distribuídas na cidade do Rio, nos municípios da Baixada, em São Gonçalo e Itaboraí. Em seguida, famílias de outros municípios do estado também serão atendidas.

O governador fez um apelo aos empresários que participem do mutirão humanitário doando cestas básicas para socorrer os que mais precisam, no momento em que medidas de confinamento foram tomadas provocando a redução abrupta da atividade econômica no Estado do Rio e em todo o país.

– A fome não espera. Nós vamos vencer juntos essa pandemia. Uma guerra não se vence sozinho e, sim, com toda a sociedade. É uma primeira ajuda, e, com ela, as pessoas vão ter o que comer. Se Deus quiser, já na semana que vem, estaremos distribuindo as cestas. Está sendo criando um fundo humanitário, pois as empresas querem doar, muita gente sabe do problema que estamos enfrentando – disse o governador.

R$ 100 milhões em doações

Segundo o governador, toda cautela está sendo adotada para que as cestas sejam distribuídas sem aglomerações, em parceria com prefeituras e instituições da sociedade civil, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS)e de especialistas. O Governo do Estado vai fazer um aporte inicial de R$ 100 milhões e conta com mais R$ 100 milhões em doações dos empresários e da sociedade civil.

O governador explicou que os detalhes do programa serão decididos ainda esta semana porque a distribuição é urgente. Logo após a coletiva, a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fernanda Titonel, participou de reunião com o vice-governador Claudio Castro e técnicos da  de Governo e Relações Institucionais  para discutir como a distribuição será operacionalizada emergencialmente nas comunidades.

O governador afirmou ainda já ter recebido informações de muitas empresas interessadas em participar do mutirão, apesar das dificuldades econômicas enfrentadas por elas na crise do novo coronavírus. “Estamos lutando para preservar vidas. Os empresários sabem que depois a economia vai retomar. Ressuscitar a economia a gente consegue, mas ressuscitar quem morreu é impossível. Nós temos que tomar essas medidas. Teremos dois meses pela frente para podermos atender essas famílias mais vulneráveis”, afirma.

Ação da Cidadania: incentivo a doações

Entidades lançam campanha de arrecadação para levar alimentos para os mais atingidos pela crise em função no vírus que afeta a população mundial
Fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1993, a Ong Ação da Cidadania está, em parceria o Movimento Bem Maior e a plataforma de crowndfunding Benfeitoria arrecadando doações que serão revertidas em cestas com alimentos não perecíveis e materiais de higiene para os trabalhadores e famílias impactados pelo novo coronavírus e que estão, neste momento, sem qualquer possibilidade de geração de renda.
A distribuição acontece nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, além do Distrito Federal para moradores de comunidades de comitês da Ação da Cidadania priorizando famílias em situação de insegurança alimentar iminente e as que contraíram coronavírus. Em breve serão ampliadas para estados do Sul e Nordeste.
Novas entregas no Rio de Janeiro, de 40 toneladas de cestas com alimentos não perecíveis, acontecem de quarta a sexta-feira (25 a 27 de março), no galpão da Ação da Cidadania (Avenida Barão de Tefé 75, Saúde), a fim de que evitem aglomerações de pessoas. A entrega será feita apenas para entidades já cadastradas. Acesse aqui para participar da campanha.
Com parcerias com empresas como iFood e AME Digital, a Ação da Cidadania já está engajada na distribuição de alimentos desde as chuvas no sudeste onde distribuiu quase 400 toneladas de alimentos no RJ, SP e MG, e segue agora com entregas para as vítimas econômicas e sociais da pandemia.

A Ame Digital está promovendo o movimento #AmeFazerSuaParte para incentivar doações de cestas básicas às comunidades em risco social, mais impactadas diretamente pela pandemia e que estão em quarentena “forçada”. Para motivar as doações, a Ame Digital oferecerá 50% de cashback como contrapartida para quem doar através do aplicativo.

É rápido e bem simples fazer uma doação. Basta acessar a aba de doações do app, que fica dentro de “transações”, clicar na instituição “Ação da Cidadania” e escolher o valor a ser doado. A ação acontece inicialmente até o dia 27, podendo ser prorrogada, com limite máximo de 15 reais de cashback por usuário. As doações serão feitas para comunidades em risco social, mais impactadas diretamente pela pandemia.

A Ação da Cidadania está intensificando sua atuação de distribuição de alimentos por todo o país e apelando para a sociedade civil e para o setor privado que ajudem as famílias mais atingidas pela crise de saúde e econômica.  Mais informações aqui.

Campanhas para ajudar três comunidades

Atenta ao avanço do corona vírus (COVID-19), classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia, a eSolidar, plataforma de impacto social, se juntou ao G10 Favelas e ao Canal Transformadores para ajudar diversas favelas brasileiras. A startup portuguesa abriu vaquinhas online para captar recursos para comunidades como Heliópolis e Paraisópolis, as duas maiores de São Paulo, e Rocinha, no Rio de Janeiro.
O valor arrecadado nas vaquinhas será utilizado para fomentar o empreendedorismo local, ajudar os moradores em condição de vulnerabilidade (que perderam o emprego e não tem meios de subsistência), para aluguel de casa para montagem de um hospital de campana, compra de alimentos / montagem de marmitas, água, colchões, UTI móvel e contratação de transportes e profissionais da saúde”, explica o líder comunitário da favela de Paraisópolis.

Co-fundador e CEO da eSolidar, Rui Ramos acredita que, devido à superlotação e a falta de condições para seguir recomendações, como trabalhar de casa, os moradores das favelas serão as principais vítimas do COVID-19 no Brasil.

Por isso, é tão urgente unirmos forças para ajudar essas comunidades no combate ao Coronavírus. Nós não vamos cobrar taxa de ninguém que precise usar as ferramentas Leilão e Crowdfunding da nossa plataforma, nos próximos 30 dias. Além disso, vamos disponibilizar o uso da ferramenta Business para que as empresas possam fazer campanhas internas e engajar os funcionários à distância para ajudar a comunidade. Essa são as nossas contribuições nesse momento complicado que estamos atravessando”, destaca o empreendedor.

Saiba como ajudar Paraisópolis/SP a combater o Coronavírus
Saiba como ajudar Heliópolis/SP a combater o Coronavírus
Saiba como ajudar a Rocinha/RJ a combater o Coronavírus

 

Vaquinha online para catadores

Atualmente, com a pandemia do vírus COVID-19 – o coronavírus – a OMS e os médicos têm aconselhado as pessoas a se isolarem dentro de casa e, se possível, saírem somente para o necessário. Todavia, enquanto para alguns brasileiros trabalhar em casa – o chamado Home Office – é algo simples, para outros é impossível. Esse é o caso dos catadores.

Para essa classe, a sua renda mensal depende basicamente do quanto conseguem recolher por dia nas ruas. Com isso em mente, o movimento Pimp My Carroça criou um financiamento coletivo com o intuito de garantir uma renda mínima aos catadores, para que, desse modo, possam ficar em casa se prevenindo contra o Coronavírus.

O valor alcançado será distribuído entre os quase 3 mil catadores autônomos cadastrados no aplicativo Cataki, plataforma criada pelo Pimp My Carroça para conectar esses trabalhadores  com as pessoas que produzem os resíduos recicláveis e entulho, dando a destinação ambientalmente correta a esses materiais. Para contribuir com a iniciativa acesse o link aqui.

Doação de cestas básicas

Unibes (União Brasileira Israelita do Bem Estar Social), que há 100 anos atende crianças, adolescentes, idosos e famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social em São Paulo, está organizando uma campanha de arrecadação e doação de cestas básicas para as mais de 1500 famílias que, a partir do dia 23 de março, não poderão contar com o CCA (Centro da Criança e do Adolescente) e SASF (Serviço de Assistência Social Família) para comer.

A ideia é conseguir suprir as necessidades básicas destas famílias. A Unibes fará toda uma logística de coleta e entrega de acordo com as normas indicadas pelos órgãos responsáveis. O valor para a doação será de R$ 78,00 que será revertido em uma cesta básica. Para colaborar com outro valor, acesse aqui.

Com Assessorias

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