A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) dá início nesta segunda-feira (11) à nova etapa da Campanha de Vacinação contra a Influenza, adiantando o calendário etário em dez anos em relação ao escalonamento inicialmente previsto. Desta segunda semana até 30 de abril, serão atendidos nas unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) os idosos a partir de 60 anos, além dos trabalhadores da saúde de qualquer idade em seus respectivos locais de trabalho. A campanha segue até o dia 3 de junho, conforme novo calendário disponível em rio.rj.gov.br/web/sms.

“Tivemos um aumento do aporte de doses, o que permitiu a antecipação do calendário. A vacinação contra a gripe é importante para reduzirmos os casos graves e óbitos devido às complicações decorrentes da doença. E os idosos que ainda não tiverem tomado a dose de reforço da covid-19 (DR) podem aproveitar a ida ao posto para tomar as duas vacinas juntas, contra a influenza e contra o coronavírus”, diz o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado.

A campanha de vacinação começou em 4 de abril e a meta da SMS-Rio é alcançar cobertura de 90% dos grupos prioritários, o que corresponde a cerca de 1,8 milhão de pessoas na cidade. Estudos apontam que a vacinação contra a gripe é capaz de reduzir de 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a 75% da mortalidade global, e em aproximadamente 50% as doenças relacionadas à influenza.

Vacina protege contra três cepas do vírus

Em 2022, a vacina usada na campanha protege contra as três cepas do vírus influenza que mais circularam no ano passado no Hemisfério Sul: H1N1, H3N2 Darwin (que no final de 2021 causou o surto de gripe na cidade) e linhagem B/Victoria. Produzido pelo Instituto Butantan, o imunizante é seguro e pode ser administrado em pessoas imunocomprometidas e portadoras de doenças crônicas ou condições especiais. Pessoas com história de alergia grave em dose anterior da vacina influenza devem informar ao seu médico ou ao serviço de saúde, para a devida avaliação do caso e orientação.

Os grupos prioritários da campanha da gripe são idosos; crianças de seis meses a 4 anos; trabalhadores de saúde; gestantes; puérperas (mulheres até 45 dias pós-parto); trabalhadores da educação. O Ministério da Saúde também indica a vacinação aos seguintes grupos: integrantes de forças de segurança e salvamento e das forças armadas, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade, pessoas com comorbidades ou com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores do transporte rodoviário de passageiros urbanos e de longo curso, trabalhadores portuários.

Quem tomou dose em 2021 deve se vacinar novamente

A vacina da gripe é anual. Mesmo pessoas que tomaram a dose no ano passado devem se vacinar novamente este ano. Para quem já tomou o imunizante em anos anteriores, o esquema vacinal é de dose única. Já para as crianças da faixa etária atendida que vão tomar a vacina pela primeira vez este ano, serão duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.

Às pessoas que forem se imunizar, é solicitado comparecer aos postos de saúde portando, sempre que disponível, documento de identificação e caderneta de vacinação. Será preciso apresentar documento que comprove fazer parte dos grupos prioritários elencados pelo Ministério da Saúde, como laudo médico para a confirmação da comorbidade e documento funcional para os grupos profissionais atendidos.

Infectologista alerta para a importância da imunização contra nova cepa

Até março de 2022, o levantamento da Dasa apontou mais de 400 casos de coinfecção por influenza e pelo SARS-CoV2, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Com o surto das duas doenças simultaneamente, houve uma procura pelos imunizantes nos postos de saúde e na rede privada.

A médica infectologista Maria Isabel de Moraes Pinto, que atua como consultora de vacinas da Dasa, explica que são vírus completamente diferentes, por isso a necessidade de garantir a imunização contra a gripe mesmo para quem já tiver tomado a dose de reforço contra a Covid-19.

“A gripe é uma doença séria e pode gerar complicações, evoluindo para o quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Os sintomas das síndromes respiratórias são muito parecidos e é um desafio diferenciar a infecção pelo Sincicial Respiratório (VSR) e outros agentes, como a gripe comum e o próprio coronavírus”, ressalta.

Na avaliação de especialistas, o principal motivo da alta circulação do H3N2 no fim de 2021 e início de 2022 foi a baixa adesão à vacina da gripe. Mesmo nos grupos prioritários, como idosos e crianças, a campanha não atingiu o objetivo esperado. Se não houver uma cobertura vacinal acima de 95% na população, de uma forma geral, não é possível controlar a doença, o que pode contribuir para a disseminação da cepa

Especialistas lembram que as vacinas são fundamentais para reduzir a disseminação de doenças infectocontagiosa. Mesmo os que receberam a dose da vacina contra gripe no fim de 2021 ou início de 2022, devem tomar a nova vacina a partir de abril. Também é recomendável que não haja atraso entre as vacinas, tanto contra Covid-19 quanto da gripe. Não há necessidade de esperar 14 dias (ou menos) entre as doses das vacinas de Covid-19 e gripe. A pessoa poderá tomar no mesmo dia as doses dos dois tipos diferentes dos imunizantes.

Vacina da gripe é para todos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as pessoas a partir dos seis meses de idade se vacinem contra a gripe, independentemente se há algum tipo de comorbidade ou não. A única contraindicação, além dos bebês com menos de 180 dias, é o histórico de alergia grave à vacina da gripe em anos anteriores. Logo, a vacina da gripe não é apenas para os idosos.

Pessoas que tenham doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, cardiopatas e doenças pulmonares estão dentro do grupo prioritário, que precisam tomar a vacina da gripe todos os anos. Além disso, grávidas e puérperas (mulheres que passaram pelo trabalho de parto nos últimos 45 dias) também devem se vacinar contra a gripe.

Maria Isabel lembra que apenas no caso das crianças de até 11 anos é necessário o intervalo de 15 dias antes e depois da vacina e Covid-19, para que seja possível descartar qualquer reação cruzada. “Estamos falando da vacina contra a gripe e contra Covid-19, mas aproveito para fazer um apelo aos pais e até aos adultos: aproveitem para atualizar a carteirinha de vacinação. O risco com o sarampo, por exemplo, é preocupante, e a taxa de vacinados vem caindo. Não podemos nos descuidar!”, completa.

Com Assessorias

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