Investigadores do massacre de Blumenau – que deixou quatro crianças mortas e cinco feriadas em uma creche da cidade catarinense nesta semana – trabalham com a hipótese de um “caso isolado”, sem indícios de ação coordenada por redes sociais ou jogos online. Apesar disso, psiquiatras apontam que um meio violento e uma sociedade intolerante potencializam o risco desses atos.

Desde 2002, 41 pessoas foram mortas em ataques a escolas, incluindo uma professora de 71 anos, esfaqueada há dez dias por um aluno de 13 anos em São Paulo. Por trás de muitos desses casos, estão perfis de adolescentes e jovens vítimas de bullying. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40% dos estudantes adolescentes admitiram ter sofrido bullying de provocação e intimidação nas escolas. Além disso, 24,1% dos alunos mencionaram que a vida não vale mais a pena, após as agressões.

O bullying é reconhecido como toda prática de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, cometido por uma pessoa ou grupo, contra uma ou mais indivíduos, com objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e sofrimento à vítima.

De acordo com Maria Teresa de Almeida Fernandes, psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Santa Marcelina, o ambiente acadêmico tem sido muito estudado pelos prejuízos psicológicos e emocionais que atingem às crianças e adolescentes quando expostos aos ataques.

“Vários estudos revelam dificuldades nos relacionamentos interpessoais, prejuízos no processo de aprendizagem, déficit de atenção, baixo rendimento, evasão escolar, ansiedade, depressão e sintomas psicossomáticos”, disse a psicóloga.

Segundo a especialista, pais e professores devem estar atentos as mudanças de comportamento, dialogar com as crianças e adolescentes, proporcionando um ambiente seguro e de confiança para que expressem suas angústias.

“A escola deve incluir, continuamente, em suas ações, projetos de combate ao bullying, envolvendo alunos, professores e pais. O estreitamento entre as partes favorece resultados positivos. Por outro lado, pensar em medidas preventivas é sempre o melhor caminho e quando necessário procurar atendimento especializado”, finaliza.

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