Alguns homens em busca da paternidade podem encontrar dificuldades no processo da gravidez do casal, necessitando de avaliação de sua fertilidade. Ao fazerem os exames iniciais, eles vão se deparar com um espermograma, exame que avalia a fertilidade masculina e pode encontrar alterações graves que caracterizam a azoospermia, ou seja, a ausência total de espermatozoides no sêmen. Quando isso acontece, os casais frequentemente se apavoram e deixam de buscar alternativas, considerando o diagnóstico definitivo. A atitude é equivocada, pois as chances desse homem se tornar pai seguem existindo.
Atualmente, existem várias formas de se obter, por meio de pequenas cirurgias, espermatozoides dos próprios testículos do paciente diagnosticado com azoospermia. As técnicas utilizadas são conhecidas como ‘coletas alternativas de espermatozoides’ e possibilitam, associadas à fertilização in vitro, fazer com que esse homem conquiste o sonho da paternidade. É o que explica Nilka Donadio, consultora em reprodução humana e medicina fetal da Dasa Genômica.
A médica acrescenta ainda que, além da avaliação prévia feita por um especialista da área de andrologia, há a necessidade de afastar a possibilidade de algumas doenças genéticas, que levam à infertilidade e podem causar problemas de saúde nos fetos. “Antes de se realizar a coleta alternativa, existe a necessidade de fazer uma avaliação genética através de cariótipo e da pesquisa da síndrome do X frágil. Com o resultado dentro do padrão, aliado à avaliação do andrologista, pode-se, então, recorrer ao procedimento”, orienta.
Para os casos de pacientes que não possuem espermatozoides, mesmo após a tentativa de retirada cirúrgica, a solução indicada é a utilização de bancos de sêmen, procedimento também recomendado pela Dra. Nilka como alternativa para homens que querem se tornar pais.
“Sabemos que é frequente existirem barreiras dos casais em relação ao uso do banco de sêmen. Mas vale lembrar que ninguém abraça ou beija um DNA. A gente abraça, beija, recebe e dá carinho a uma criança, independentemente da origem desse DNA. Então, que essas barreiras sejam superadas e que essas famílias consigam exercer e atingir o sonho da paternidade e da maternidade”, finaliza a especialista.