O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, figura atualmente como uma das principais causas de morte e incapacidade física no mundo e continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil. Os números registrados colocam o AVC como a segunda principal causa de morte no país, atrás apenas das doenças cardiovasculares. 
De acordo com o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC), com base em dados dos atestados de óbitos, a mortalidade por AVC permanece superior ao infarto. A doença causou 75.699 mortes em 2019, número que subiu para 87.856 em 2022, caiu para 85.112 em 2023 e voltou a crescer em 2024, com 85.442 óbitos, contra 77.477 causadas por infarto.
No primeiro semestre de 2025, foram registradas 42.884 mortes por AVC, sendo 6.737 em janeiro, 6.232 em fevereiro, 6.818 em março, 6.938 em abril, 7.991 em maio e 8.168 em junho.
Dados da consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares Planisa indicam que, a cada 6,5 minutos, uma pessoa morre em razão do AVC no país. Os números revelam ainda custos hospitalares relacionados ao tratamento do AVC no sistema de saúde brasileiro.
Entre 2019 e setembro de 2024, foram contabilizadas 85.839 internações, com permanência média de 7,9 dias por paciente, resultando em mais de 680 mil diárias hospitalares. Desse total de diárias, 25% foram em unidades de terapia intensiva (UTI) e 75% em enfermarias.
No período analisado, os gastos acumulados chegaram a R$ 910,3 milhões, sendo R$ 417,9 milhões em diárias críticas e R$ 492,4 milhões em diárias não críticas. Apenas em 2024, até setembro, o montante já ultrapassava R$ 197 milhões.

O levantamento mostra que, ao longo dos anos, houve crescimento constante dos custos, que praticamente dobraram entre 2019 e 2023, passando de R$ 92,3 milhões para R$ 218,8 milhões. O aumento acompanha a alta no número de internações por AVC, que saltou de 8.380 em 2019 para 21.061 em 2023.

Fatores de risco e sintomas do AVC

Dia Mundial de Combate ao AVC
Dia Mundial de Combate ao AVC – Arte/EBC

O acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando há uma interrupção ou redução grave do fluxo sanguíneo para o cérebro, que pode ser provocada por obstrução ou rompimento de vasos, levando à paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.

De acordo com o Ministério da Saúde, o AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. O quadro acomete mais homens e, quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, maiores as chances de recuperação.

A pasta classifica como primordial estar atento a sinais e sintomas como confusão mental; alteração da fala e da compreensão; alteração na visão (em um ou em ambos os olhos); dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente; alteração do equilíbrio, tontura ou alteração no andar; e fraqueza ou formigamento em um lado do corpo.

O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral – isquêmico ou hemorrágico. A tomografia computadorizada de crânio, segundo o ministério, é o método mais utilizado para a avaliação inicial, demonstrando sinais precoces de isquemia.

Os fatores de risco listados pela pasta incluem hipertensão; diabetes tipo 2; colesterol alto; sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool; idade avançada; sedentarismo; uso de drogas ilícitas; e histórico familiar, além de ser do sexo masculino.

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Reconhecer os sinais de alerta faz toda a diferença

O mês de outubro é marcado pelo Dia Mundial de Prevenção do AVC, celebrado em 29 de outubro. A data tem como objetivo ampliar a conscientização da população sobre os fatores de risco, sinais de alerta e medidas de prevenção.

O neurologista Flávio Sallem, que atua no Hospital Japonês Santa Cruz, destaca que a informação e a rapidez no atendimento são determinantes para reduzir sequelas. “O AVC pode acontecer de forma súbita e exige intervenção imediata. Quanto mais rápido o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação sem sequelas graves. Reconhecer os sinais e agir rápido faz toda a diferença”, alerta o especialista.

Para identificar os sinais, existe um método simples que pode salvar vidas, o acrônimo SAMU. O “S” lembra o sorriso, que pode ficar torto; o “A” representa o braço, que pode perder força repentinamente; o “M” é a mensagem, já que a fala pode ficar enrolada ou confusa; e o “U” reforça a urgência, indicando a necessidade de acionar imediatamente o serviço de emergência pelo número 192.

Segundo o especialista, até 90% dos casos poderiam ser evitados com hábitos de vida saudáveis, como controlar a pressão arterial, praticar atividades físicas, manter uma alimentação equilibrada e não fumar. “Informação salva vidas e a prevenção é o caminho mais eficaz para reduzir os impactos do AVC na sociedade”, conclui Dr. Sallem.

Da Agência Brasil e Assessorias

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