Pesquisa liderada por especialistas da ABMS (Associação Brasileira de Medicina do Sono) e da ABS (Associação Brasileira do Sono) aponta aumento da insônia entre profissionais de saúde, especialmente aqueles da linha de frente de combate à Covid-19. Os resultados desta primeira etapa da pesquisa revelaram que 41% dos profissionais de saúde entrevistados apresentam sintomas de insônia ou pioraram a insônia já existente durante a pandemia.
Além disso, 61% dos participantes reportaram piora da qualidade do sono. Outro dado alarmante é que 13% dos entrevistados iniciaram tratamento medicamentoso para a insônia. Dentre os profissionais entrevistados, 55,7% relataram que atendem ou já atenderam pacientes com Covid-19, sendo a maioria técnicos ou auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos.
Esse estudo sobre o sono é o maior do mundo realizado até o momento. O objetivo primário do estudo foi detectar o aumento de casos de insônia entre os profissionais de saúde, correlacionando com diversos fatores relacionados à pandemia bem como ansiedade e o burnout (estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional).
A pesquisa ouviu mais de 4.900 entrevistados de todas as Regiões do Brasil, no período de 30 de maio a 25 de junho de 2020. O estudo foi coordenado pelos médicos e pesquisadores do Incor HCFMUSP Luciano Drager (vice-presidente da ABMS) e Pedro Genta (presidente da ABMS).
Entre os fatores independentemente associados com novas queixas de insônia ou piora da insônia, destacam-se:
– Sexo feminino (75% de aumento);
– Redução da renda em 30 a 50% (55% de aumento);
– Alterações de peso (aumento ou redução) – aumento de 55 a 87%, respectivamente;
– Atender ou já ter atendido pacientes com Covid-19 (28% de aumento).
– Ter desenvolvido o Burnout (quase 2x maior);
– Ter ansiedade (o maior fator obtido relacionado à insônia neste estudo com 3x mais chance).
O aumento da renda observado em alguns profissionais e o fato de trabalhar no consultório foram associados com menor chance de ter novas queixas de insônia ou piora da insônia. O estudo foi coordenado pelos médicos e pesquisadores do Incor HCFMUSP Luciano Drager (vice-presidente da ABMS) e Pedro Genta (presidente da ABMS).
Fonte: ABS