Pesquisa da Unaids Brasil divulgada em novembro de 2019 mostrou que das 1.784 pessoas entrevistadas, 64,1% já́ sofreram alguma forma de estigma ou discriminação pelo fato de viverem com HIV ou com Aids. Comentários discriminatórios ou especulativos já afetaram 46,3% delas, enquanto 41% dizem ter sido alvo de comentários feitos por pessoas da própria família. As situações de discriminação incluem assédio verbal (25,3%), perda de fonte de renda ou emprego (19,6%) e também agressões físicas (6,0%).
“Passados quase 40 anos da epidemia no Brasil ainda morrem mais de 12 mil pessoas em decorrência da Aids, novos casos continuam sendo registrados entre os mais vulneráveis e desassistidos socialmente”, alerta Márcio Villard, coordenador do Pela Vidda-RJ, ONG pioneira na luta contra a Aids no Rio de Janeiro.
O primeiro dia do mês de dezembro é mundialmente conhecido como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. A data marca o início do chamado Dezembro Vermelho, campanha que tem como objetivo chamar atenção para a o diagnóstico precoce, prevenção, assistência e direitos das pessoas vivendo com o HIV.
Para marcar a data, diversas entidades estão com programação esta semana. Confira algumas iniciativas:
Pela Vidda-RJ faz testagem rápida na Cinelândia
O Grupo Pela Vidda- RJ realiza nesta terça-feira, 1º de dezembro, um ato pelo Dia Mundial da Luta contra a Aids. A manifestação acontecerá às 14h, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro. Os ativistas levarão faixas e o laço vermelho que simboliza a luta contra a epidemia para as escadarias da Câmara Municipal.
A ONG realizará testagem rápida de HIV com fluido oral e distribuição de autoteste do HIV. Também fará distribuição de kit lanche e máscaras de proteção individual para a população de rua e prestará orientações sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), HIV/Aids e Covid-19. Do dia 1 a 4 de dezembro haverá lives temáticas, às 19 horas, no facebook do GPV-RJ com parceiros/as do grupo.
Veja abaixo a programação da Semana de Debates:
- 01/12 às 19h “Histórico do ativismo de HIV/Aids e atual realidade com a COVID-19” Marcio Villard/GPV-RJ e a Marcia Rachid/Infectologista e co-fundadora do GPV-RJ
02/12 às 19h “Interseccionalidades no contexto do HIV/Aids” Maria Eduarda/GPV-RJ / Jaqueline de Jesus IFRJ/Belford Roxo / Salvador Campos Corrêa/Caminhos PositHIVos
03/12 às 19h “ Conjuntura política atual de HIV/ Aids, cuidados e direitos das PVHA” Marcio Villard/GPV-RJ e Veriano Terto Junior/ABIA
04/12 às 19h “Juventude, preconceito e estigma ao HIV” Maria Eduarda/GPV-RJ / Ana Luísa/Projeto Se Liga / João Victor Pires / Graduando em Pedagogia / Walter Sabino / Ativista
Como ajudar?
Para que as atividades da ONG não parem, a OnG Pella Vida precisa da contribuição da sociedade. As doações podem ser realizadas por meio de depósito informado ou transferência bancária: Banco Bradesco – agência 0468 C/C: 165.355-5 / CNPJ: 35798651/0001-53 // Informações e contatos: Marcio Villard – coordenador geral: (21) 25183993 ou 1997 ou 998999868.
Como fica o futuro da resposta do HIV/Aids?
O que pensar sobre o futuro da resposta do HIV e AIDS num ano em que o novo coronavírus mudou completamente a rotina de toda a sociedade? fomo a pandemia da Covid-19 tem impactado a resposta política ao HIV/AIDS? Estes e outros assuntos serão tratados em um debate organizado pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) nesta quarta-feira, dia 2 de dezembro, às 15 horas, pelo YouTube.
Marcando o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1/12), o debate terá participação de Jane Galvão (doutora em saúde pública) e Jorge Beloqui (direção do GIV/SP), com coordenação de Richard Parker (diretor-presidente da ABIA). Na ocasião, também vai ser lançado o Dossiê ABIA – HIV/AIDS e COVID-19 no Brasil. Saiba mais aqui.
MTV estreia doc-reality ‘Deu Positivo’
Nesta terça-feira, 1º de dezembro, Dia Mundial do HIV e AIDS, às 20h, a MTV estreia Deu Positivo, projeto idealizado pela Vbrand e coproduzido com a Cine Group para a farmacêutica GSK/ViiV Healthcare. Neste doc-reality inédito, protagonizado por pessoas reais que vivem com o HIV, as pessoas mostram suas histórias com naturalidade e clareza, mas também lidam com estigmas e preconceitos que, até os dias atuais, rondam a causa.
Deu Positivo foi gravado durante a pandemia e contempla três episódios inéditos. Na estreia, o doc-reality conta a história de Victor Bebiano, um multiartista de 23 anos que, recentemente, tornou público que vive com HIV. Victor namora há dois anos com o cenógrafo e aderecista Guilherme Custódio, formando um casal sorodiscordante.
Além do projeto visual encabeçado pelos dois, Victor decidiu gravar uma música e produzir um clipe que apresenta, em formato artístico, a pluralidade de corpos e rostos de pessoas que vivem com HIV. “Enquanto a gente não botar nossa cara, e mostrar quem a gente é, mostrar os nossos corpos, nossos rostos, mostrar como a gente vive, as pessoas vão continuar mantendo aquele estereótipo do passado”, afirma ele.
O criador de conteúdo Gabriel Comicholi vai performar no clipe do novo amigo enquanto trocam experiências e debatem sobre assuntos corriqueiros na realidade de pessoas que vivem com HIV, em especial sobre o conceito I=I (Indetectável = Intransmissível).
No Brasil, mais de 900 mil pessoas vivem com HIV1. Dados publicados pelo Ministério da Saúde mostram que, em 2018, das pessoas que vivem com HIV no Brasil, 85% já fizeram teste; destas, 78% estão em tratamento e, desse percentual, 93% apresentam supressão viral1.
Deu Postivo é um projeto da farmacêutica GSK/ViiV Healthcare coproduzido pela Vbrand e Cine Group com promoção da MTV Brasil.
Confira a sinopse dos demais episódios
O segundo episódio conta a história de André Araújo (32), um jovem potiguar que chegou a São Paulo para expandir seus horizontes, no mesmo momento que recebe o diagnóstico de que vive com HIV. Engajado na militância artística contra sorofobia, sua jornada vai ser acompanhada por Micaela Cyrino.
Lucas Raniel convida a jovem Victória Petrinni (26) para conhecer um projeto de acolhimento e ouve sua história de relação sorodiferente com a namorada Gabi (25). Lucas vai com André até o estúdio de tatuagem de um ex-amigo para ajudá-los a se reaproximarem e superarem a sorofobia do tatuador. Por fim, André convida todos os participantes para assistirem a performance. Impactados pela performance cada participante compartilha o relato de sua transformação.
O terceiro episódio conta a história de Emer Conatus, um educador cultural de 26 anos, que vive com HIV e atua em diversas ações para informar e educar. A iniciativa mais recente de Emer é o podcast Preto Positivo, que ele co-produz com Raul Nunnes.
No episódio, Emer vai convidar a artista plástica Micaela Cyrino para participar do podcast. Em paralelo, há uma história B, na qual o digital influencer Lucas Raniel irá encontrar Renata Ferreira para uma massagem.
Renata estuda estética e faz um importante trabalho como vice-presidente de um grupo de apoio que atua em comunidades. O episódio terá como tema principal a importância das redes de afeto para propagar informação e superar o preconceito contra o HIV.
Com Assessorias