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A vascaína Kamilly Lopes, de 10 anos, treinava futebol até descobrir um câncer no joelho (Foto: Divulgação)

A vascaína Kamilly Lopes, de 10 anos, é fã de futebol de carteirinha. Treinava o esporte três vezes por semana em um projeto social perto de onde mora, em Guadalupe, até descobrir um câncer no joelho. Após investigar dores recorrentes na perna que não passavam, ela recebeu o diagnóstico da doença e foi encaminhada ao Hospital Estadual da Criança (HEC), onde recebe tratamento desde o início de junho. “Eu amo futebol e adoro jogar. Fiz 10 gols em uma só partida. Quero poder retomar os treinos depois que acabar o tratamento”, conta ela, que se emocionou ontem com uma visita especial:  Wanderson Oliveira, o o campeão paralímpico pela seleção brasileira de Futebol de 7.

A visita fez a alegria dos pequenos pacientes do ambulatório de ortopedia e da enfermaria de oncologia da unidade.  Em agosto do ano passado, no meio dos Jogos Olímpicos, Vitória Oliveira, de 11 anos, iniciava o tratamento de um tumor maligno na pélvis. A menina, que adora esportes, teve que adiar os planos de ver os atletas brasileiros em quadra durante as Olimpíadas no Rio. “O esporte de que mais gosto é a corrida, que eu praticava nas aulas de educação física. Também já fiz capoeira, balé e natação e tenho várias medalhas que ganhei na piscina. Agora, estou só esperando terminar a quimioterapia, que deve acabar no segundo semestre, pra poder voltar pra escola, praticar esportes e rever meus amigos.

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Miguel Fonseca, de 10 anos,  lembrou que viu o jogador em campo nas Olimpíadas, quando a seleção brasileira levou a medalha de bronze. “Eu estava no jogo que o Wanderson ganhou, foi muito emocionante. Adoro futebol, sou flamenguista e jogo na escola de muleta e gesso na posição de atacante. Às vezes, dou um chute com a órtese e ninguém diz que é falta”, brinca o menino, que sofre de Síndrome da Brida Amniótica e foi à unidade nesta quarta para fazer revisão do dispositivo.

Atleta teve paralisia cerebral na hora do parto

O atleta, eleito duas vezes melhor jogador do mundo em sua modalidade, aproveitou para tirar fotos e distribuir bolas de futebol autografadas e mensagens de incentivo para as crianças. Vítima de paralisia cerebral no momento do parto, o que comprometeu os movimentos de seu braço direito, Wanderson Oliveira sempre sonhou em ser jogador de futebol profissional.

Quando chegou a hora de buscar um time pra jogar, o preconceito veio à tona. “Fiz vários testes e sempre recebia um não na hora da avaliação física. Acho que, na verdade, a questão era o preconceito com a minha deficiência. Mas nunca desisti e tive muito apoio da minha família, principalmente da minha mãe, que era auxiliar de serviços gerais e sempre correu atrás de trabalhar para me ajudar a bancar o meu sonho”.

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O flamenguista Miguel, de 10 anos, joga como atacante na escola de muleta e gesso (Foto: Divulgação)

A descoberta pela modalidade paraolímpica aconteceu através de um amigo, que conhecia o esporte e introduziu Wanderson neste meio. “Em 2007, fui apresentado ao técnico da seleção brasileira de Futebol de 7 e fiquei muito empolgado com a possibilidade de poder jogar profissionalmente. Comecei a treinar e, em seis meses, fui convocado pra jogar pela seleção. Nesse mesmo ano, participei do Mundial e, de lá pra cá, não parei mais; estive em todas as competições com a seleção”.

Para Wanderson, os Jogos Olímpicos vêm ajudando a alavancar o esporte paraolímpico no país. “Os esportes paraolímpicos estão numa crescente e o brasileiro passou a conhecer os atletas e as modalidades. Isso ajuda a mostrar o quanto um deficiente físico é capaz e estimula as novas gerações a buscar um caminho do bem”, ressalta.

Sobre o HEC – O Hospital Estadual da Criança, em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio, é a primeira unidade do estado do Rio voltada para o atendimento pediátrico em casos de média e alta complexidades como cirurgias gerais, ortopédicas, neurocirurgias, microcirurgia, plástica, tratamento oncológico e transplantes renais e hepáticos. O hospital atende pacientes de zero a 19 anos de forma referenciada.

Fonte: SES, com redação 

 

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