Cada vez se popularizam mais as informações sobre as muitas mudanças que o corpo feminino vivencia ao longo da vida, mas pouco se fala sobre as mudanças do corpo masculino. O que é compreensível, visto que são corpos com ritmos biológicos muito diferentes.
Enquanto o corpo feminino é quase uma metamorfose permanente, que menstrua, engravida, amamenta, perde hormônios rapidamente, é capaz de produzir uma nova vida, o corpo masculino tem uma certa estabilidade e, com frequência, as mudanças pelas quais ele passa durante a andropausa, costumam ser negligenciadas.
Sim! Os homens também sofrem diminuição hormonal a partir dos 40 anos, o chamado hipogonadismo tardio, ou andropausa, em analogia a menopausa feminina. Só que num ritmo mais lento do que nas mulheres e, talvez por isso, ainda passem desapercebidos até mesmo para os homens que, apesar de vivenciarem seus sintomas, não os reconhece como uma condição que pode ser minimizada com certos cuidados ou tratamento médico.
Os principais sintomas são perda da força muscular, diminuição da libido, disfunções sexual e erétil, aumento da gordura corporal, osteoporose, mudança de humor e depressão. Mas ainda pode haver redução da fertilidade, diminuição dos testículos, diminuição dos pelos corporais, mamilos inchados, fadiga, problemas de memória e concentração, insônia ou aumento de sono durante o dia e ressecamento da pele.
Os sintomas podem variar de intensidade de pessoa para pessoa, mas se estiverem muito incômodos é importante procurar um médico urologista e um endocrinologista para investigar e fazer o tratamento adequado. Nunca faça reposição de testosterona por conta própria. Primeiro porque é perigoso, depois porque o hipogonadismo tardio não se resume a diminuição da testosterona, mas envolve a queda de outros hormônios e proteínas que colaboram para o funcionamento de todo o organismo.
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Dicas para mudar seu estilo de vida na andropausa
Para lidar com a andropausa de forma menos tensa pode ser preciso mudar seu estilo de vida, para isto seguem algumas dicas:
Mito da virilidade – saia do pensamento mágico de que nunca vai falhar, pois com a queda da produção hormonal é natural haver episódios de falta de ereção. Se isso estiver te incomodando muito, procure ajuda médica.
Atividade física – é fundamental a prática de exercícios físicos regulares para minimizar as perdas hormonais. Procure fazer aquilo que você mais gosta. Pode ser academia, dança, natação, escalada, trilhas, remo, voleibol, futebol e outras… caso não goste de exercitar o corpo, contrate um profissional, educador físico, para te acompanhar nos treinos e te motivar.
Alimentação saudável – evite os embutidos, enlatados, industrializados, frituras e gorduras. Procure comer alimentos mais nutritivos como as verduras, legumes, frutas e proteínas.
Aprenda a controlar o estresse – Eleve seu nível de prazer, ou seja, pratique atividades que sejam prazerosas para você. Estar com pessoas queridas, se conectar mais com a natureza, ouvir uma boa música, ir ao teatro, viajar, se envolver em alguma atividade voluntária, enfim, pode ser qualquer coisa que faça se sentir bem!
Qualidade do sono – uma boa noite de sono é fundamental para o organismo se renovar e se preparar para o dia seguinte. Enquanto você dorme o organismo se autorregula e você produz os hormônios que são necessários para ter uma vida saudável. Portanto, invista no seu sono. Na hora de dormir se afaste dos eletrônicos, principalmente do celular.
Ajuda profissional – quando a andropausa estiver causando muita preocupação e comprometendo a sua saúde mental, procure ajuda de um psicólogo para dar o suporte emocional que você precisa para compreender e entender esta fase da vida do homem que precisa de um olhar mais integrativo.
É da natureza do homem passar pela andropausa, não tem como pular esta etapa da vida, mas é possível passar por isso de forma mais saudável.