A aprovação do chamado ‘PL do Veneno’ pela Câmara de Deputados levantou uma série de discussões entre especialistas em saúde pública e meio ambiente. No Brasil, o uso de agrotóxicos na produção agrícola se tornou comum para eliminar insetos ou pragas nas plantações.

Essa prática é tão desvantajosa para o produtor, que fica em contato direto com a plantação, quanto para os consumidores, colocando a saúde de todos em risco. Produtores e consumidores são submetidos ao desenvolvimento de doenças graves como problemas nos rins, no fígado, ou até mesmo câncer, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Considerando os malefícios que os agrotóxicos trazem para a saúde e meio ambiente, é importante também saber que certas frutas e legumes sofrem maior contaminação por esses pesticidas. Entre os alimentos classificados pela Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa) com maior presença de agrotóxicos estão pimentão vermelho e verde, goiaba, cenoura, tomate italiano, alface verde, beterraba, laranja e abacaxi.
Por isso, para além do cuidado na seleção dos alimentos e a higienização de produtos frescos, a melhor alternativa, e que tem crescido e ganhado atenção dos consumidores nos últimos tempos, é a substituição dos alimentos convencionais pelos naturais e orgânicos. Conhecidos por não utilizar venenos e adubos químicos em sua produção, para serem considerados alimentos orgânicos e darem uma garantia na origem, outras condições são exigidas por lei.
Em 2019, um projeto de lei atualizou a legislação dos agrotóxicos ao propor uma série de mudanças para afrouxar as regras sobre o uso, controle, registro e fiscalização dessas substâncias químicas. Ao mesmo tempo, esse movimento parece ter chamado a atenção das pessoas à preocupação sobre a origem dos alimentos que colocam no prato e ter fomentado um crescimento na busca por alimentos orgânicos e naturais.

De forma simplificada, além de serem produzidos para diminuir os impactos ao meio ambiente, aos recursos naturais e as espécies de animais e plantas locais; também são preocupados em não degradar o solo e fontes de água; respeitam os direitos dos trabalhadores envolvidos em sua produção e não contam com o cultivo de transgênicos e nem com a utilização de agrotóxicos ou outras substâncias sintéticas, como hormônios, drogas veterinárias, adubos ou antibióticos, sendo avaliados e certificados por órgãos reguladores do governo.

O acesso aos orgânicos nem sempre é fácil e rápido, e para isso, start ups como a Liv Up, foodtech de alimentação saudável, tem ampliado a sua oferta de opções naturais e livres de pesticidas para quem busca comer e viver melhor. Itens frescos e de qualidade, provenientes das mesmas famílias de agricultores orgânicos que fornecem os insumos para sua cozinha, chegam direto do campo ao prato de cada consumidor. As soluções saudáveis, práticas geram impacto em toda a cadeia, por meio da ampliação de alimentos orgânicos.

A quem interessa a liberação de mais agrotóxicos?

A Ação da Cidadania divulgou uma dura notas de repúdio à aprovação da PL do Veneno em que questiona o interesse em aprovar a  nova legislação e defende o consumo de alimentos naturais e orgânicos – veja abaixo:

Essa questão central deveria ser a prioridade da pauta na Câmara de Deputados. A bancada ruralista quer mascarar o poder nocivo dos agrotóxicos e reduzir a fiscalização. Não à toa a proposta é tratada como Pacote do Veneno, e é mesmo. Não resta dúvida do impacto que essas substâncias vão provocar na saúde de quem trabalha no campo e de quem consome o que é produzido.

Enquanto os parlamentares pensam na melhor forma de beneficiar os interesses econômicos do agronegócio (e os seus), a Ação da Cidadania segue lutando para que alimentos orgânicos e agroecológicos sejam acessíveis para todos, tanto na oferta quanto no preço, e que o pequeno agricultor não seja intimidado pela grande indústria.

A gente quer comida na mesa de todo brasileiro, saudável e a preço justo. O que temos hoje é falta de oferta de alimentos, aumento e dolarização de preços de alimentos. Assim como no combustível, o governo se preocupa em enriquecer acionistas. Infelizmente a prioridade desse governo, definitivamente, não é o cidadão.

Enquanto sobra dinheiro para financiar o agronegócio que foca na exportação, sem impostos, e dolariza o preço do alimento no país, o pequeno produtor, que produz o que a gente come, sofre cada dia mais.

A Fome está na porta de dezenas de milhões de brasileiros, e a preocupação destes deputados é mascarar o nome de agrotóxico para pesticida e facilitar seu uso indiscriminado. Enquanto isso, dezenas de projetos de Lei sobre segurança alimentar permanecem parados neste mesmo congresso, por isso voltamos ao mapa da fome da ONU.

Curiosamente estes deputados parecem ávidos pelas leis que beneficiam os mais ricos e donos do dinheiro, enquanto as que beneficiam quem não tem nada seguem paradas.

Por que será?

Com Assessorias

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