Dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam que pessoas a partir de 60 anos representam 14% da população residente no Brasil: em números absolutos, são 31,23 milhões de pessoas. No entanto, mesmo com dados que apontam para o envelhecimento da população, o etarismo se mantém firme e forte no dia a dia do país.
Este preconceito atua fortemente na saúde mental de homens e mulheres que ainda precisam trabalhar para complementar a aposentadoria. O sacrifício para pagar as contas, muitas vezes associado à necessidade de compra de medicamentos e outros tratamentos, leva muitas pessoas acima de 60 anos que ainda estão no mercado de trabalho a estados de estresse e esgotamento mental.
Neste Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde e Qualidade de Vida (6 de abril), a psicóloga Thainá Alves – que atua na Casa São Luiz, residencial para pessoas idosas mais antigo do país, que funciona no Rio de Janeiro – , faz um alerta para a população 60+ cuidar da saúde mental, evitando assim, o burnout.
“É fato que houve um aumento no número de pessoas idosas no mercado de trabalho, mas também, um aumento significativo no diagnóstico de síndrome de burnout, que é um distúrbio psíquico ligado à exaustão extrema, ou seja, o esgotamento físico e emocional em decorrência do ambiente de trabalho”, explica.
A especialista dá algumas dicas para evitar a síndrome:
“Sempre que possível trabalhe com o que gosta ou tenha aptidão, também é fundamental reconhecer os seus limites e respeitá-los, não se exija ao extremo, é importante definir metas que sejam possíveis de serem alcançadas. Mantenha uma rotina de sono e alimentação saudáveis, tire um tempo para você, faça atividades que sejam prazerosas, pratique atividades físicas regulares e tenha momentos de lazer com amigos e familiares”, disse a especialista.
Ainda segundo Thainá Alves, essas ações contribuem de forma positiva para a manutenção do bem-estar emocional, mas alerta: “Caso continue se sentido sobrecarregado e com um nível elevado de exaustão, procure ajuda profissional, os mais indicados neste caso são os psicólogos e psiquiatras”.
Rede de apoio à pessoa idosa
A pessoa idosa enfrenta muitos desafios em decorrência do processo de envelhecimento, que podem gerar alguns transtornos emocionais, como a depressão e ansiedade. Isso porque esta fase da vida é marcada por mudanças e perdas significativas, como a saída do mercado de trabalho, limitações físicas, que geram dependência, perda de autonomia, solidão e o falecimento de pessoas próximas.
“Para enfrentar todos esses desafios é importante que a pessoa idosa possua uma rede de apoio sólida, capaz de suprir suas necessidades e possa identificar possíveis transtornos emocionais, para que possam ser tratados o quanto antes”, enfatiza a psicóloga.
Desta forma, a família precisa se fazer presente na vida da pessoa idosa a fim de minimizar o sentimento de solidão, oferecer apoio, escuta acolhedora, motivação para realizar atividades físicas e de lazer, contribuir para a manutenção de sua autonomia e independência e estimular a interação social, para que não venham se isolar do mundo.