Subiu para 14 o número de mortes por dengue no Estado do Rio de Janeiro e para 84.861 os casos prováveis da doença desde o começo do ano. Ao todo, 2.556 pessoas estão internadas com quadro de dengue. Em 2023, o estado registrou um total de 51.428 casos, 3;177 internações e 36 óbitos confirmados, de acordo com dados do Painel de Arbovirores da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) desta sexta-feira (1).

Na capital, já são 46.409 casos, contra 22.742 em 2023. A taxa de Incidência chega a 734,27 por 100 mil habitantes, mais que o dobro do que foi registrado ano passado – 359,8. São duas mortes até o momento no município – em todo o ano de 2023 foram oito. Os dados são da a plataforma EpiRio, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Já no Estado de São Paulo, o número de pessoas que morreram em decorrência de dengue neste ano subiu para 27, informou nesta sexta-feira (1º) a Secretaria Estadual da Saúde. Estão em investigação 132 óbitos. Foram confirmados 127.978 casos de dengue em todo o estado, de acordo com o painel de monitoramento. Isso representa quase 40% do total de casos registrado em 2023 no estado. Outros 77.131 casos estão em investigação.

Em todo o Brasil, já foram registrados 1.038.475 casos prováveis de dengue e 258 mortes confirmadas pela doença. Outros 651 óbitos estão em investigação. O coeficiente de incidência da dengue no país neste momento é de 511,4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.

De acordo com  a pasta, em 2023 foram registrados 1.530.940 casos prováveis no país, com um coeficiente de incidência de 753,9 casos por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 16,5% em comparação com o ano anterior.

Dia D de combate ao mosquito da dengue

Com a explosão de casos de dengue, o Ministério da Saúde convoca estados, municípios e toda a sociedade para uma grande ação de conscientização sobre medidas de prevenção e eliminação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Com o tema ‘10 minutos contra a dengue’, o Dia D de Mobilização Nacional Contra a Dengue acontece neste sábado, 2 de março, durante todo o dia.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, detalhou as ações do Dia D que envolvem o controle do Aedes aegypti e a orientação à população.

“O principal é o combate aos focos do mosquito. [Teremos] visita às casas; trabalho junto com os agentes de saúde, tanto de endemias como os agentes comunitários de saúde; esclarecimentos à população. Em alguns lugares, as escolas também vão estar participando desse esforço”, destaca.

Ações no Rio e São Paulo

O apelo é seguido à risca na cidade do Rio. Das 8h às 13h, a campanha “Brasil Unido contra a Dengue fará inspeções de vigilância ambiental para prevenção e controle do Aedes aegypti em bairros e comunidades, com distribuição de material informativo e orientações aos usuários nas unidades de saúde, nas estações do BRT e em logradouros públicos.

Já o Governo do Estado resolveu escolher o Parque das Figueiras, na Lagoa, Zona Sul do Rio, para este Dia D. Dentre as atividades programadas estão exposição de equipamentos, aulas para formação das brigadas antidengue, observação do ciclo dos mosquitos em microscópio e distribuição de panfletos com orientações.

Por causa do grande número de registros, o governo de São Paulo promoveu antecipou para esta sexta o Dia D de combate à doença. Com a participação das secretarias estaduais da Saúde e da Educação, além da Defesa Civil e do Exército Brasileiro, a iniciativa uniu os esforços para orientar a população sobre o combate à doença e alertar para a importância da continuidade da prevenção.

Os principais sintomas da dengue. Foto: Arte/EBC

Maioria das mortes por dengue é previnível

A dengue é uma doença causada por um vírus que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.Uma das principais formas de prevenção da dengue é o combate ao mosquito transmissor. Isso pode ser feito eliminando água parada ou objetos que acumulem água como pratos de plantas ou pneus usados.

O Ministério da Saúde define a dengue como uma doença febril aguda, sistêmica, debilitante e autolimitada. Os sintomas mais comuns da doença são febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, manchas avermelhadas na pele, coceira, náuseas e dores musculares e articulares.

A maioria dos pacientes se recupera, mas parte deles pode progredir para formas graves da doença. A quase totalidade dos óbitos por dengue é classificada pela pasta como evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.

Em caso de dengue, a hidratação é fundamental, como também buscar atendimento médico e evitar a automedicação.  Para o tratamento de sintomas como dor ou febre, dipirona ou paracetamol são os indicados. Já corticoides, aspirinas e antiinflamatórios são contraindicados.

Situação no país: ‘o pior ano da história da dengue’

Atualmente, 17 unidades da federação estão com incidência de dengue acima do esperado. Dessas, 15 indicam crescimento pelo menos até o final de março, assim como em boa parte do país. Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Paraná registram os maiores números da doença.

Distrito Federal, seis estados e 154 municípios apresentam incidência da doença acima da tendência histórica e já decretaram situação de emergência. Nessa terça-feira, o governo liberou 23 milhões de reais para estados e municípios que decretaram emergência em saúde pública para combater doenças como a dengue.

Segundo o Ministério da Saúde, esse crescimento neste período do ano não era esperado, considerando as tendências históricas, que indicam o pico das epidemias entre março e abril. Estimativa é de mais de quatro milhões de casos só este ano.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Fábio Baccheretti, que é secretário de Saúde de Minas Gerais, disse que o país vive o pior ano da história em relação a dengue.

“Então nós temos mudanças climáticas que fez com que essa onda iniciasse muito cedo. Em outubro do ano passado, já discutimos que este ano seria difícil. Vale a pena enfatizar que já sabíamos este ano e estávamos já discutindo ações. Hoje não estamos aqui surpresos com o que está acontecendo. É o pior ano da história. Como é o pior ano da história, nós não podemos achar que não temos que fazer ações ainda mais intensas”.

Com informações da Agência Brasil, SES-RJ e SMS-Rio

 

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