A pandemia do novo coronavírus agravou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que cumprem a chamada “dupla jornada” – atividades em casa e fora do lar. Esse cenário está forçando as empresas a repensarem os valores e condições oferecidas às profissionais mulheres. Se a desigualdade de gêneros já era uma realidade no mercado, a situação ficou ainda mais complicada para muitas mulheres que são mães, donas de casa e profissionais, e precisam se dividir para dar conta das múltiplas funções no dia a dia.
As mulheres no mercado de trabalho foram as mais impactadas pela suspensão das aulas nas escolas. Segundo pesquisa recente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), entre as brasileiras com filhos de até dez anos de idade, a parcela que trabalha caiu 7,8 pontos percentuais – de 58,2% para 50,4%, do terceiro trimestre de 2019 para o mesmo período de 2020. Entre os homens com crianças de até dez anos em casa, a queda foi a metade, de 4,2 % na mesma época.
Em meio a esse cenário preocupante, torna-se ainda mais essencial buscar soluções para as mulheres que sentem-se sobrecarregadas e até mesmo “culpadas” por não darem conta de tudo, o tempo todo. Nesse contexto, será lançado, agora em julho, o livro “A coragem de se apaixonar por você”, o primeiro da mentora de Carreira & Liderança, palestrante e executiva de RH Gisele Miranda.
“Hoje em dia, as mulheres estão tão atarefadas, exercendo tantos papéis diferentes, que estão sempre sobrecarregadas. Ser mãe, esposa e profissional é um desafio diário para muitas, principalmente porque somos cobradas para sermos incríveis o tempo todo. É preciso libertar-se desse peso da perfeição e ter um cotidiano mais leve, descomplicando a rotina e deixando de lado o medo de falhar”, avalia Gisele.
Pensando em ajudar as mulheres nessa questão, em seu livro Gisele dá dicas, propõe reflexões e apresenta exercícios práticos para ter um dia a dia mais feliz e pleno. “É preciso respeitar seus próprios limites e buscar pequenos prazeres no cotidiano, como uma pausa para uma xícara de chá, 5 minutos de meditação, um banho prolongado e outras atividades simples que tragam bem estar e tirem o foco das obrigações e tarefas a cumprir, mesmo que por um curto período”, ensina.
Segundo Gisele, as leitoras terão a chance de “mergulhar no autoconhecimento através de questionamentos para si mesmas e exercícios práticos, libertando-se das crenças limitantes e deixando de lado as cobranças excessivas”.
“O livro oferece a oportunidade de repensar o autoboicote, o medo do futuro, a ilusão da superexecutiva e mãe perfeita e outras questões que atrapalham a trajetória de cada mulher. Elas serão convidadas a assumir um compromisso consigo mesmas, buscando ter mais liberdade e vivendo menos no ‘piloto automático’, além de aprenderem a lidar melhor com as emoções e valorizarem cada momento da vida, exercendo a gratidão e exercitando a felicidade e a plenitude ao lado de quem amam”, resume a autora.
Liderança feminina em alta
No livro, a mentora de Carreira & Liderança também fala da importância do empoderamento feminino no ambiente corporativo e de as mulheres estarem conscientes de seu próprio potencial para que as lideranças femininas cresçam.
Embora as mulheres venham conquistando espaço no mundo corporativo ao longo dos anos, construindo carreiras e se desenvolvendo, muitas ainda enfrentam obstáculos para crescer na profissão. Ainda há pouca representatividade feminina nas lideranças das empresas, pois elas continuam sendo minoria nos cargos de gestão e recebem salários mais baixos que os profissionais homens (em média, 14%). Os dados são de uma pesquisa recente da OIT (Organização Internacional do Trabalho) com 115 países, divulgada em 2020.
O estudo “Sem atalhos: transformando o discurso em ações efetivas para promover a liderança feminina”, da consultoria Bain & Company em parceria com LinkedIn, levantou um número alarmante: apenas 3% das cadeiras mais altas nas empresas do Brasil são ocupadas por mulheres. Já um levantamento da Catho, de outubro de 2020, constatou que mulheres em posições de liderança ganham 23% menos que os homens, em média. Além disso, embora 82% das mulheres e 66% dos homens considerem que a promoção da igualdade de gênero deve ser uma das prioridades das organizações, somente 41% delas e 38% deles relatam que as companhias para as quais trabalham tratam o assunto com essa ênfase.
“Tais números indicam o quanto é urgente falar de empoderamento feminino e do fomento à maior representatividade das mulheres no ambiente corporativo, principalmente em cargos de liderança. As empresas precisam fazer a sua parte, mas as mulheres devem se valorizar e não se limitar no que diz respeito à sua ascensão profissional”, avalia Gisele.
A mesma pesquisa da Bain & Company apontou que os homens se candidatam a uma vaga quando preenchem 60% das qualificações. Já as mulheres apenas quando preenchem 100% dos requisitos. Ou seja, as mulheres precisam combater a insegurança e acreditar mais em si mesmas
Sobrecarga após pandemia de covid-19
A pandemia de covid-19, que deixou as famílias isoladas em casa a partir de março de 2020, afetou principalmente as mulheres, que passaram a ser ainda mais sobrecarregadas pela dupla ou tripla jornada que cumprem no dia a dia. Uma das “missões extras” relegadas às mulheres na maioria das famílias foi o acompanhamento das aulas virtuais dos filhos. Ou seja, além da alimentação da família, organização da casa e outros afazeres domésticos, as mães passaram a se envolver diretamente nos estudos dos filhos, assumindo mais uma função adicional.
Além disso, as mulheres tiveram maior impacto na renda do que os homens. De acordo com estudo da ONG Care International, 55% das entrevistadas relataram ter tido perdas financeiras após o início da pandemia, contra 34% dos entrevistados.
“A situação das mulheres na pandemia comprova a resiliência e a reinvenção feminina, e que somos mais capazes de realizar o que desejamos do que imaginamos. No entanto, a mulher não deve deixar-se atropelar pelo acúmulo de tarefas, nem deixar-se enganar pela ‘invisibilidade’ do trabalho doméstico, nem se ‘esquecer’ das horas gastas com o ensino à distância das crianças. Não marcar reuniões às 13h, por exemplo, horário em que a família costuma almoçar, ou assumir mais compromissos do que é capaz de cumprir. A mulher não pode se deixar levar pela exaustão, é preciso procurar o equilíbrio entre a vida pessoal, familiar e profissional. Não é fácil encontrar o “caminho do meio”, mas é a única saída para as mulheres não ficarem tão sobrecarregadas e consumidas pela rotina“.
Sobre a autora
Gisele Miranda é mentora de Carreira & Liderança, autora e palestrante, Gisele Miranda atua há 25 anos auxiliando mulheres a despertarem 100% de seu potencial na carreira e na vida pessoal, tornando-se protagonistas de sua própria história.
Com formação em Psicologia Positiva, Neurolinguística e Neurociências, tem como principal missão fomentar e empoderar as lideranças femininas nas organizações, guiando mulheres e empresas rumo ao sucesso. É autora do recém-lançado livro “A Coragem de se apaixonar por você” (Editora Gente).
Sobre o livro
A Coragem de se apaixonar por você, Gisele Miranda (Editora Gente)
Lançamento: 28 de julho
Preço: R$49,90
Páginas: 192 páginas