Após 24 horas internado por conta de um quadro de obstrução intestinal, o presidente Jair Bolsonaro, apresentou um “evolução clínica satisfatória” nesta quinta-feira (15), segundo boletim médico divulgado no início da noite, mas ainda não tem qualquer previsão de alta. Sua mulher, Michelle, e o secretário de Cultura, Mário Frias, divulgaram foto do presidente visitando outra paciente, ainda usando sonda nasogástrica, mas sem máscara, medida que deveria ser recomendada dentro do ambiente hospitalar. A nova cirurgia – que era dada como certa – está descartada.

O Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, segue internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, mantendo evolução clínica satisfatória. Desta forma, foi retirada a sonda nasogástrica e planeja-se o início da alimentação para amanhã (sexta). O presidente segue sem previsão de alta hospitalar”, diz o texto do boletim, assinado por cinco médicos do hospital.

Bolsonaro desmarcou compromissos e avalia uma licença médica da Presidência da República. No final da tarde, usou as redes sociais para informar que não poderia realizar a live que faz todas as quintas-feiras. Também disse que não tinha condições de viajar a Manaus no fim de semana – onde pretendia fazer o seu já tradicional passeio de moto. “Por motivo de internação hospitalar, comunico a impossibilidade de realizar a live de hoje bem como nossa ida a Manaus fica adiada”, disse no Twitter. Ele também recebeu a visita do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.

Mais cedo, Bolsonaro ainda concedeu uma entrevista ao programa do jornalista Sikêra Jr. (TV A Crítica) em que falou de sua melhora e voltou a atribuir o novo problema no intestino à facada que sofreu em setembro de 2018. “Cheguei aqui ontem com o indicativo muito forte para cirurgia, tendo em vista [que foi] constatado uma obstrução intestinal. Isso tudo aconteceu porque, dada as quatro facadas que levei e corte de uma parte do intestino e quatro cirurgias, essa obstrução ela é sempre um risco muito alto. Mas graças a Deus, de ontem ora hoje, evoluiu bastante esse quadro. Então a chance de cirurgia está bastante afastada”, disse.

O médico Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo participou da entrevista o confirmou o diagnóstico apresentado por Bolsonaro. “O presidente hoje melhorou. Ele ainda está com uma sonda gástrica, nós estamos estudando a retirada da sonda porque os barulhos no abdômen são bons, os ruídos são bons”, explicou. De acordo com o médico, o presidente deve fazer dieta líquida para assegurar que não haja mais nada. “Mas a cirurgia, a princípio, está afastada, uma vez que o intestino começou a funcionar e o abdômen está mais flácido e mais funcionante”, completou. 

Críticas à CPI da Covid

Mesmo internado, Bolsonaro usou as redes sociais para fazer críticas à CPI da Covid-19 e a Cristiano Carvalho, representante da Davati Medical Supply no Brasil, que prestou depoimento nesta quinta, revelando um suposto esquema de cobrança de propina que envolve militares que ocupam funções no Ministério da Saúde.

Bolsonaro criticou Carvalho e citou trechos do representante da Davati para ironizá-lo, como o de que ele teve de recorrer ao auxílio emergencial no ano passado por conta de dificuldades financeiras. “Um “negócio” bilionário onde o Cristiano para “sobreviver” usa do artifício de se beneficiar do Auxílio Emergencial (sacou e não devolveu R$ 4.100,00 em 2020)”, publicou o presidente.

Ainda reclamou da tentativa de integrantes da CPI em querer acusar, sem provas, o governo de corrupção. “O que frustra o G-7 é não encontrar um só indício de corrupção em meu governo. No caso atual querem nos acusar de corrupção onde nada foi comprado, ou um só real foi pago”, destacou. Bolsonaro ainda atacou o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o relator Renan Calheiros (MDB-AL). “No circo da CPI Renan, Omar e Saltitante estão mais para três otários que três patetas.”

Carvalho admitiu que soube do suposto pedido de propina revelado pelo cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominghetti, que se diz vendedor autônomo de vacinas. À CPI, Dominghetti declarou que, ao tentar vender 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo federal, em nome da Davati, foi sondado com uma proposta feita pelo ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias para que o Executivo ficasse com US$ 1 do valor de cada dose.

Um quilo de conteúdo fecal removido

Cerca de um litro de conteúdo fecal foi retirado do intestino de Bolsonaro ainda no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, onde foi internado na madrugada de quarta-feira, sentindo fortes dores abdominais. A sonda nasogástrica também é usada para eliminar os líquidos formados no intestino, para que o paciente se recupere.

Bolsonaro foi para São Paulo por decisão do médico Antonio Luiz Macedo, responsável pelas cirurgias no abdômen do presidente. Ele foi internado na manhã de ontem no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, com uma crise persistente de soluços e mal-estar. Após exames, o presidente foi diagnosticado com um quadro de obstrução intestinal.

Desde o atentado em que recebeu uma facada na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro já passou por cinco cirurgias na região do abdômen para correção das lesões e sequelas sofridas no intestino. Outras duas cirurgias foram para remoção de pedra na bexiga e uma vasectomia.

Com informações da Agência Brasil, Correio Braziliense e Meio Norte

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