Preciso mesmo desse produto? Uma simples pergunta que deveríamos nos fazer toda vez que nos deparamos com uma situação de compra e, principalmente, quando provocada por um desejo de consumo. Com a proximidade da Black Friday, data comercial tradicional nos Estados Unidos e popularizada no Brasil nos últimos anos, vale levantar a discussão sobre consumismo e suas implicações. Afinal, em comparação a um dia comum, a data chega a representar um aumento de 819% nas vendas.
O questionamento e tomada de decisão deve avaliar todo o ciclo de vida dos produtos postos em promoção pela Black Friday. As compras por impulso, geradas pela data, levam a um ciclo vicioso de consumismo desenfreado, potencializado pelo marketing agressivo e altos investimentos em publicidade para impactar o consumidor. Num cenário ainda de pandemia, potencializada por crise econômica, é urgente reavaliar nosso comportamento de compra, nossa relação com os bens de consumo e necessidades básicas.
De acordo com os dados divulgados pela ONG World Wildlife Fund (Fundo Mundial para a Natureza), a humanidade já consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Essa destruição é impulsionada pelo consumismo desenfreado, incentivado por movimentos de incentivo às compras. De acordo com uma pesquisa realizada pela Green Alliance, cerca de 80% dos itens comprados na Black Friday acabam sendo descartados em aterros sanitários, o que tem um impacto muito negativo no meio ambiente e na natureza.
O impacto das compras está também no alto volume de embalagens geradas e descartadas, desde papel, papelão, isopor e plástico. De acordo com um estudo da ONG Pew Charitable Trusts, o acúmulo de lixo nos oceanos chegará a 600 milhões de toneladas métricas até 2040, mas já chegam notícias de cenários alarmantes como uma ilha de plástico formada no Oceano Pacífico e a morte de animais marinhos por ingestão de microplásticos.
“O exercício da autoindagação leva à tomada de consciência sobre o que realmente precisamos consumir e a tornar mais consciente a nossa relação com os produtos e o ato de comprar em si”, explica Lori Vargas, cofundadora da Mapeei, marca de produtos sustentáveis e hub de educação sobre desperdício zero e consumo consciente.
Green Friday estimula compra consciente
Uma das campanhas com o propósito de promover um consumo mais consciente foi a Green Friday (Sexta-feira verde, em livre tradução), criada no Canadá, no começo dos anos 90. A campanha prega a desaceleração do consumo, promovendo assim, um dia e/ou mês de consumo mais consciente.
Como alternativa para os consumidores e clientes investirem em produtos que possuem um impacto positivo no planeta, a YVY, startup de produtos de limpeza saudáveis, eficazes, naturais e sem reagentes químicos e sintéticos, decidiu investir na Green Friday. Para apresentar aos clientes e consumidores opções naturais que não agridam o meio ambiente, durante o mês de novembro, a marca disponibiliza um desconto cumulativo de até 20% para os dois primeiros ciclos de assinatura, seja no plano mensal ou no bimestral.
Já na Yes We Grow, startup de agricultura urbana que tem como propósito ser a conexão entre pessoas, casas e plantas, a Grow Friday foi criada no e-commerce da marca para que as pessoas que desejam plantar dentro de casa consigam comprar por preços especiais. Com ofertas com até 60% de desconto em produtos, a empresa visa proporcionar melhores condições para que o plantio se torne mais fácil.