Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune, desmielinizante e neurodegenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC). Sua diversidade de sintomas pode transparecer imediatamente sua gravidade ou se assemelhar a traços comuns e cotidianos fazendo o paciente a não buscar assistência durante meses e anos.
Somente no primeiro trimestre de 2024, os surtos relativos à doença geraram 1044 internações – queda de 6,8% ao registrado no mesmo período de 2023. Apesar do caráter progressivo, os tratamentos disponíveis podem contribuir para a manutenção da qualidade de vida e controle das manifestações e avanço doença.
Essa doença que compromete o sistema nervoso central e atinge principalmente adultos jovens com idade entre 20 e 50 anos, pessoas do sexo feminino, fenótipo caucasiano. Atualmente, estima-se que a EM atinja cerca de 40 mil pessoas no país. A incidência da doença varia de acordo com as regiões do Brasil. A Região Sul lidera em número de casos.
Caracterizada por surtos e remissões, ela apresenta uma ampla gama de sintomas que impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes,  podendo gerar severo comprometimento no bem-estar da pessoa que convive com a doença.
Os potenciais impactos da EM no cotidiano de pacientes não precisa ser fator limitante para projetos pessoais e profissionais – incluindo o planejamento familiar e concepção. Acometidas majoritariamente pela doença, as mulheres, quando assistidas em tratamento, se desejarem, podem engravidar sem a implicação de riscos para sua saúde ou do bebê.  Os atuais medicamentos disponíveis possibilitam a estabilização da doença.
É importante derrubarmos estigmas. O impacto da esclerose múltipla não pode ser definidor dos objetivos de vida. Com os cuidados médicos necessários, a realização da maternidade e paternidade pode ser compatível com o controle da doença”, comenta Tatiana Branco, diretora médica da Biogen Brasil.

Diversidade de sintomas iniciais pode dificultar diagnóstico

Esclerose Múltipla é uma condição complexa que requer uma abordagem multidisciplinar para seu manejo eficaz. Com o apoio adequado, incluindo diagnóstico precoce, tratamento específico e suporte contínuo, os pacientes podem enfrentar os desafios impostos pela doença e manter uma boa qualidade de vida.
A doença pode se manifestar por meio de variada gama de sintomas como neurite óptica (inflamação do nervo ótico); diplopia (visão dupla), paresia (fraqueza muscular), redução da mobilidade e coordenação, fadiga, dor crônica, disfunções cognitivo-comportamentais e outros.
As manifestações podem ocorrer de forma isolada ou combinada e ainda por meio de surtos ou ataques agudos – que podem seguir por redução ou desaparecimento espontâneo ou associado a medicações. Transtornos depressivos têm prevalência de 36% e 54%, estando relacionados à redução da qualidade de vida, nas esferas pessoal, social e profissional.

Diagnóstico e tratamento

A ampliação do acesso ao diagnóstico tem contribuído para a identificação e tratamento mais precoces da doença. Avaliações clínicas e exames de imagem são utilizados para o diagnóstico.  Comumente, o diagnóstico consiste na documentação de dois ou mais episódios sintomáticos, com duração superior a 24 horas, ausência de febre e ocorridos em momentos distintos, separados por período de no mínimo um mês.

Exames radiológicos e laboratoriais, em especial a ressonância magnética (RM) e exame do líquido cefalorraquidiano (LCR) podem complementar a avaliação diagnóstica. O manejo da Esclerose Múltipla, consiste na associação multidisciplinar de intervenções medicamentosas e não medicamentosas objetivando o controle da progressão da doença, minimizar a incapacidade e promover a qualidade de vida dos pacientes.

O tratamento pode envolver o trabalho conjunto de neurologista, enfermeiros, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, conforme as necessidades de reabilitação de cada paciente, Os tratamentos visam controlar os surtos da doença e ampliar a qualidade de vida . A adesão às terapias nessas fases iniciais possibilita melhor controle de sintomas, redução de comorbidades e ampliação da qualidade de vida e potencial de autonomia.

7 informações que você deve saber sobre esclerose múltipla

Abaixo, foram destacadas as sete principais informações que todos devem saber sobre a EM, desde sua incidência até opções de tratamento e desafios enfrentados pelos pacientes.
  1. No Brasil, cerca de 40 mil pessoas vivem com Esclerose Múltipla 

Estima-se que aproximadamente 40 mil pessoas vivam com EM no Brasil, com uma prevalência média de 8,69 casos por 100.000 habitantes – podendo chegar a 27,2/100 mil na região sul. A maioria dos diagnósticos ocorre entre os 20 e 50 anos, embora a doença possa afetar pessoas de qualquer idade. Pessoas brancas e do sexo feminino apresentam maior probabilidade de serem diagnosticadas com EM. A maior incidência é observada nas regiões sul do país.

  1. Sintomas comuns incluem fadiga, alterações na fala, transtornos visuais e fraqueza muscular

Esclerose Múltipla pode manifestar-se de várias formas no sistema nervoso central, resultando em sintomas neurológicos diversos. Entre os sintomas mais frequentes estão neurite óptica, diplopia, paresia ou alterações sensitivas e motoras de membros. Os pacientes podem experienciar ainda disfunções de coordenação e equilíbrio, dor neuropática, espasticidade, fadiga, disfunções esfincterianas e cognitivo-comportamentais.

A doença é caracterizada por surtos agudos de novos sintomas ou intensificação dos existentes, seguidos por períodos de remissão parcial ou total. Esses surtos podem variar em intensidade e frequência entre os indivíduos, com a progressão da doença sendo altamente variável.

  1. Diagnóstico da EM envolve exames clínicos detalhados e de imagem

O diagnóstico da EM é complexo e baseia-se em exames clínicos detalhados – documentação de dois ou mais episódios sintomáticos, que devem durar mais de 24 horas e ocorrer de forma distinta, separados por período de no mínimo um mês – além de exames de imagem como ressonância magnética e análise do líquido cefalorraquidiano.

  1. Medicamentos e suporte multidisciplinar controlam frequência e intensidade dos surtos e ampliam qualidade de vida

Embora ainda não haja cura, os tratamentos aprovados para a doença visam a melhora clínica e aumento da capacidade funcional ao reduzir a ocorrência dos surtos ao longo dos anos, em face da diminuição da atividade inflamatória. O tratamento pode envolver o trabalho conjunto de neurologista, enfermeiros, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, conforme as necessidades de reabilitação de cada paciente.

  1. Pacientes de esclerose múltipla precisam atentar à qualidade da saúde mental 

Transtornos do humor, como depressão e ansiedade, são frequentes em pacientes com esclerose múltipla (EM) e muitas vezes são desencadeados ou exacerbados pela dificuldade em enfrentar a doença. A depressão, por exemplo, afeta entre 36% e 54% dos pacientes e está correlacionada com piora na qualidade de vida, perda de dias de trabalho, redução na adesão ao tratamento e aumento do risco cumulativo de suicídio. Além disso, o funcionamento cognitivo, que envolve memória, concentração, raciocínio e julgamento, também pode ser comprometido.

  1. Suporte e informação podem contribuir para os desafios de viver com EM

Organizações como a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – ABEM desempenham papeis de destaque ao oferecerem suporte emocional, informação e advocacy para pacientes e familiares. Elas ajudam a ampliar a conscientização sobre a esclerose múltipla, promovendo melhores condições de vida para os afetados pela doença.

  1. Ferramentas tecnológicas têm o potencial de amparar a rotina de pacientes e familiares que convivem com esclerose múltipla

Soluções digitais, como o aplicativo gratuito Cleo podem contribuir na orientação e organização da rotina. A plataforma gratuita apresenta conteúdo para ajudar pacientes que convivem com EM, fornecendo informações gerais sobre a doença, aconselhamento sobre dietas, bem-estar, exercícios e possíveis sintomas. Desenvolvida pela Biogen, a plataforma contou com uma equipe de elaboração formada por mais de 30 neurologistas e enfermeiros e mais de 100 pacientes.

Fonte: Biogen

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *