A prática regular de atividades físicas é uma poderosa arma não só para manter a saúde, mas para prevenir doenças. Estudos científicos apontam os exercícios como ferramentas eficazes de prevenção de diferentes tipos de câncer. Por conta disso, a Oncoclínica lançou no sábado, Dia Mundial de Combate ao Câncer, a campanha #MaisSaúdeNumPulo, para incentivar a prática de atividades físicas. Adriana Scheliga, onco-hematologista da Oncoclínica RJ, mostra seis bons motivos para abandonar o sedentarismo e manter uma rotina de exercícios, mesmo para quem está em tratamento de câncer.
1. O sedentarismo e seus prejuízos à saúde
Apesar de bem estabelecida a correlação entre atividade física e saúde, a verdade é que a maioria das pessoas não pratica exercícios de forma regular. Existem estudos que demonstram uma real redução do risco de morte por câncer em pacientes que mantêm atividade física regular. E as vantagens não estão ligadas apenas ao câncer. Com o controle do peso e atividade física, há um menor risco de desenvolver resistência insulínica, e consequentemente, o diabetes.
A atividade física diminui o risco de casos de demência, de doenças cardiovasculares, de acidentes vasculares cerebrais, reduz perda óssea, atenua as oscilações de humor e, consequentemente, reduz a menor chance de desenvolver sintomas ligados à depressão. Assim, não há uma só contraindicação para a prática de exercícios. Cada individuo deve procurar se manter ativo diariamente, praticando aquilo que lhe proporciona maior prazer dentro de um plano individual e sob supervisão especializada.
2. Benefícios para pacientes em tratamento de câncer
Até pouco tempo, um paciente com uma patologia crônica e limitante como o câncer era aconselhado a repousar e a interromper quaisquer atividades físicas. Isso ocorria porque, muitas vezes, os pacientes apresentavam doença em estágio avançado, como a doença óssea metastática, o que poderia causar dor ou anemia – que, com o esforço da atividade física, poderia causar piora da falta de ar ou aumento da frequência cardíaca. No entanto, pesquisas recentes não só demonstram que é seguro o paciente praticar exercícios, como também a atividade física pode melhorar a performance do paciente e, consequentemente, sua qualidade de vida.
Repouso em excesso pode levar à piora da função motora, a atrofias musculares e à diminuição da amplitude dos movimentos. Por isso, levando-se em conta que cada caso deve ser avaliado separada e individualmente, hoje, como oncologistas, devemos encorajar os pacientes a manter suas atividades físicas, obviamente, respeitando seus limites pessoais. E não só devemos incentivá-los a manter a atividade durante o tratamento, como, também, após o término do tratamento.
3. Vantagens da manutenção da atividade física durante o tratamento
São inúmeras, como melhora no equilíbrio, diminuindo o número de quedas e, consequentemente, de fraturas; diminuição do risco de doenças cardiovasculares; redução de doenças, tais como a ansiedade e a depressão; melhora na autoestima; diminuição do enjoo ocasionado pelo tratamento; auxilio no controle do peso; melhora dos sintomas ligados à fadiga e, com isso, melhorando a qualidade de vida.
4. Exercícios e contraindicações para pacientes
Cada caso deve ser avaliado individualmente. O oncologista deve discutir com seu paciente sobre a prática de exercícios, quando é seguro começar ou até mesmo continuar, expor os riscos e as contraindicações, caso haja (fraturas, eventos cardiológicos, pulmonares, entre outros). Na maioria das vezes, o entendimento sobre os riscos com modificações no plano de exercício é suficiente para manter a segurança do paciente. Uma boa avaliação clínica, juntamente com profissionais, como o fisioterapeuta e um profissional da educação física, é o suficiente para o planejamento adequado à idade, à patologia e ao condicionamento físico do paciente.
Estar fisicamente ativo durante o tratamento para o câncer deve sempre ser uma meta para os pacientes. No entanto, cada paciente deverá ter um programa de exercícios individualizado, baseado no que é seguro e no que funciona melhor para cada um, lembrando que o ideal é que sejam mantidas as atividades que já estavam em curso, principalmente, aquelas atividades que são mais prazerosas para o paciente. Não há uma contraindicação geral para exercícios durante o tratamento oncológico. No entanto, eventualmente, a limitação é temporária e de acordo com o tratamento de cada um. Por exemplo, o paciente em quimioterapia infusional, com bombas de infusão portáteis, não deve fazer práticas aquáticas, assim como o tratamento com determinadas medicações impede que o paciente se exponha ao sol, o que pode limitar pratica de exercícios na piscina ou na praia. O melhor é conversar com o oncologista e decidir, de acordo com as orientações dele, como manter ou iniciar os exercícios durante o tratamento.
5. Esporte regular como uma ferramenta de prevenção
Sem dúvida nenhuma, a prática de exercícios é uma arma de prevenção do câncer. Com exercícios regulares, o individuo se afasta de fatores etiológicos conhecidamente relacionados ao desenvolvimento de câncer, como fumo e álcool. A obesidade, que de fato pode ser combatida com a combinação de dieta adequada e pratica de exercícios físicos, é reconhecidamente um fator etiológico de determinadas neoplasias malignas.
6. Paciente sedentário em tratamento
Mexa-se! Se você já faz exercícios, mantenha esse hábito. Se não faz e quer começar, converse com seu oncologista, procure se informar de como e quando se exercitar. É provável que uma orientação dietética deve ser incluída nas prescrições.
Fonte: Oncoclínica