5 perguntas frequentes sobre a varíola dos macacos

Muitas dúvidas sobre a varíola dos macacos surgiram por conta do aumento no número e formas de transmissão. Especialista responde principais

Testagem para o vírus monkeybox, transmissor da "varíola dos macacos", é feito na Fiocruz (Foto Dado Ruvic / Reuters / via Agência Brasil)
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A Organização Mundial da Saúde declarou em 23 de julho a varíola dos macacos uma emergência de saúde global. Mais de 90 países onde a doença não é endêmica reportaram surtos, somando mais de 47,6 mil casos confirmados no mundo. No fim de julho, a OMS classificou a situação no Brasil como “muito preocupante”.

O Brasil tinha 6.129 casos confirmados de monkeypox, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde divulgados no último dia 13 de setembro. A maioria das infecções foi registrada no Estado de São Paulo. No Estado do Rio de Janeiro, até o dia 5 de setembro, foram confirmados 737 casos de monkeypox. Havia ainda 79 casos prováveis, e 486 casos suspeitos seguiam em investigação. Foram descartados 973 casos.
Muitas dúvidas sobre a varíola dos macacos surgiram nos últimos meses por conta do aumento no número e formas de transmissão. Por este motivo, o professor de Infectologia da EPM-Unifesp e diretor científico da Sociedade Paulista de Infectologia, Eduardo Medeiros, esclarece as principais dúvidas. Confira.

1 – A principal forma de transmissão é pelo contato com as lesões?

Sim, principalmente com as vesículas (pequenas bolhas) que possuem grande quantidade de vírus. Se após o contato com a lesão e as mãos não forem higienizadas e levadas à boca ou aos olhos, podem transmitir a infecção.

2 – Quem tomou a vacina contra a varíola há mais de 50 anos está protegido? 

Alguns estudos mostram que existe alguma proteção. O vírus da monkeypox é do mesmo gênero da varíola humana e pode ter proteção cruzada. Porém uma vacinação há muito tempo, pode não ter mais a mesma resposta imunológica.

3 – Devemos ter cuidado com as roupas do familiar que está com a monkeypox?

Se o familiar está com diagnóstico da doença, procure não sacudir as roupas, pois pode espalhar o vírus no ambiente. As roupas de cama e a vestimentas devem ser colocadas em um balde ou saco plástico e colocadas para lavar na máquina ou no tanque, deve-se evitar manipular as roupas antes de lavá-las.

4 – Pacientes com a doença não transmitem aos seus animais de estimação?

É possível transmitir sim, se o animal lamber ou morder as lesões ou se a pessoa com a infecção na boca beijar o animal próximo da boca ou das mucosas. O vírus da monkeypox pode infectar mamíferos, em particular, roedores. A infecção em outras espécies ainda está sendo estudada, embora já exista relato de transmissão para animais domésticos.

5 – O sexo seguro é uma medida de contenção a doença?

Sim, isso inclui o cuidado na escolha de parceiros sexuais e adotar medidas de prevenção. Evitar relação sexual com múltiplos parceiros é uma medida de prevenção, pois a principal forma de transmissão é o contato com as lesões. Se você tem relação sexual com várias pessoas, em um curto espaço de tempo durante uma epidemia, aumenta a possibilidade de encontrar um parceiro com monkeypox e adquirir a infecção.
Como aconteceu com a infecção pelo HIV (vírus da Aids), a infecção acomete inicialmente grupos específicos mais expostos, no caso da monkeypox, homens que fazem sexo com homens, porém com o tempo se dissemina para mulheres. Muitas das lesões não se restringem ao pênis, vagina ou região perianal, assim, mesmo com o preservativo é possível ocorrer a infecção se existir contato com lesões em outros locais do corpo.
Ainda segundo Medeiros, é importante que quem contrair a varíola dos macacos deve ficar em isolamento. “Ele deve ser mantido até que a pessoa não apresente mais lesões com crostas que, em geral, dura entre três e quatro semanas do início dos sintomas”, finaliza.

RJ atualiza Painel Monkeypox para registrar casos graves da doença

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) atualizou o Painel Monkeypox (varíola dos macacos) com mais informações sobre a doença no Estado do Rio de Janeiro. A página conta agora com um formulário para registros de casos graves. A unidade de saúde ou a Secretaria de Saúde do município de origem do atendimento deve cadastrar as informações do caso no formulário disponível no site da pasta.

No dia 25 de agosto, a Anvisa aprovou a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe e utilize no Brasil o medicamento Tecovirimat, para tratamento experimental de casos graves de monkeypox. De acordo com o Ministério, o antiviral Tecovirimat está envolvido em quatro ensaios clínicos para avaliação de sua eficácia no tratamento da doença. São três estudos de fase 1 e um de fase 3. Atualmente, quatro pacientes fazem uso do medicamento no estado.

O Painel Monkeypox lançado no início de agosto segue em aprimoramento e traz informações sobre números de casos confirmados, prováveis, em investigação e descartados. A página conta ainda com dados separados por faixa etária, sexo e regiões onde foram registrados no estado. As informações são atualizadas diariamente.

Na estante virtual, é possível consultar um e-book voltado para profissionais da área da saúde sobre os cuidados com a doença. O documento traz orientações sobre as características dos casos, método de diagnóstico, coleta e transporte das amostras, formas de transmissão, medidas de prevenção, tipo de exposição, entre outras informações que vão auxiliar os trabalhadores no manejo e atendimento aos pacientes.

Com informações da SES

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