mamografia

Diagnosticar o quanto antes para aumentar as chances de cura. Pelo menos um quarto das mulheres diagnosticadas com câncer são vítimas de câncer de mama. Neste Dia Internacional de Combate ao Câncer de Mama (19 de outubro), especialistas alertam que quando os sintomas são percebidos no início e o diagnóstico é feito de forma precoce, as chances de cura sobem para quase 95%.

Ao se conhecer a extensão da doença (se está localizada ou generalizada) é possível determinar qual o melhor tratamento. Descobrir o câncer de mama no estágio inicial aumenta a chance de sobrevida e permite tratamento com preservação da mama, sem a necessidade de mastectomia (remoção parcial ou total da mama).

Assim, especialistas ressaltam a importância das mulheres exercitarem o autoexame em casa e também de realizar consultas regulares ao médico. A campanha Outubro Rosa foca na prevenção ao câncer de mama, doença mais comum entre as mulheres no Brasil e a segunda mais frequente no mundo, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia.

Autoexame é o primeiro passo, mas não basta

Toda mulher deve criar o hábito de realizar em casa o autoexame. Esta é a primeira forma de combate: estima-se que pelo menos 66% dos casos de câncer de mama sejam diagnosticados a partir dele.  Para realizar o autoexame, a mulher deve tocar os seus seios e verificar se existe algum tipo de caroço ou nódulo nas mamas. O surgimento do problema é mais comum em mulheres acima dos 40 anos de idade, mas recentemente tem aumentado o número de casos de pacientes abaixo dessa faixa etária.

Por se tratar de um exame muito simples, a recomendação é que todas as mulheres, independentemente da idade, criem o hábito de realizá-lo pelo menos uma vez por mês. Outros sintomas como secreções ou sangue saindo dos mamilos e alterações na forma da mama ou dos mamilos também são motivo de alerta e sinal que a paciente deve procurar um médico.

Tomossíntese ou  mamografia digital 3D

Embora o autoexame seja muito disseminado, especialista diz que esta não é a estratégia mais indicada para descobrir precocemente a existência de nódulos nas mamas.  “A única estratégia comprovada, capaz de detectar a doença em fase pré-clínica e capaz de reduzir a mortalidade é a mamografia, recomendada para as mulheres acima de 40 anos, anual ou bianual, podendo ser complementada com a tomossíntese. No entanto, há sinais que podem ser facilmente percebidos e servem de alerta para a busca de um diagnóstico”, explica Gilberto Amorim, oncologista e coordenador de Oncologia Mamária do Grupo Oncologia D’Or.

Segundo ele, alguns indicativos podem ajudar a reconhecer se há algo de errado nos seios, entretanto, nem sempre são definitivos de câncer. “Nódulos duros palpáveis que permanecem por vários dias, pele da mama tipo ‘casca de laranja’ ou muito vermelha, abaulamentos ou retrações na superfície da mama, caroços nas axilas que não têm correspondência com uma inflamação, são alguns dos destaques”, destaca.

Com exames de alta tecnologia, como a tomossíntese – também conhecido como mamografia digital 3D – é possível detectar tumores pequenos (menores que 10 milímetros) não palpáveis, ou seja, impossíveis de serem identificados no autoexame. “A tomossíntese é utilizada para aumentar o desempenho da mamografia no rastreamento do câncer de mama. Neste exame, a imagem da mama é adquirida em bloco e depois são recriadas imagens com um milímetro de espessura, permitindo detectar pequenas lesões escondidas na glândula”, afirma Ellyete Canella, especialista em Radiologia Mamária e coordenadora do Centro de Mama do Hospital Quinta D’Or (RJ).

Medicina Nuclear oferece quatro técnicas

Além da mamografia, há outros exames que podem ajudar a identificar o câncer de forma eficiente e a existência de metástases. “A Medicina Nuclear conta com tecnologias precisas para determinar o comprometimento dos gânglios (linfonodos que atuam na defesa do organismo) e a existência de metástases e micrometástases”, afirma o médico nuclear e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, George Barberio Coura Filho, responsável clínico da Dimen SP.

Ainda pouco conhecida pelos brasileiros, a Medicina Nuclear analisa a anatomia dos órgãos e também seu funcionamento em tempo real, permitindo diagnósticos e tratamentos mais precoces e precisos. A prática atua na detecção de alterações das funções do organismo acometidos por cânceres, doenças do coração e problemas neurológicos, entre outros.

A medicina nuclear conta com exames de alta tecnologia, como o PET/CT – capaz de realizar um mapeamento metabólico do corpo e captar imagens anatômicas de altíssima resolução, com reconstrução tridimensional, localizando com exatidão nódulos, lesões tumorais e inúmeras outras condições clínicas – e o SPECT/CT – tecnologia de diagnóstico mais rápida, precisa e com menos radiação, que permite melhor localização anatômica dos achados de cintilografia, permitindo um procedimento mais preciso e menos invasivo.

George Barberio Coura Filho explica os exames existentes para o diagnóstico do câncer de mama:

1 – Pesquisa de linfonodo sentinela

O exame é realizado com a injeção de um radiofármaco ao redor do mamilo ou próximo ao tumor quando realizado em conjunto com ultrassom ou mamografia que é drenado para os gânglios da axila, de onde se extrai o linfonodo sentinela, que, se estiver acometido pelas células cancerígenas, indica que existem outros gânglios potencialmente comprometidos (micrometástase) e determina a retirada de todos os linfonodos presentes no local, por meio de cirurgia. As imagens tomográficas do linfonodo sentinela são captadas pelo equipamento SPECT/CT, tecnologia de diagnóstico por imagem mais precisa, que permite melhor localização anatômica dos achados de cintilografia, permitindo um procedimento menos invasivo.

2 – Cintilografia de mama

Para este exame, também realizado com o equipamento SPECT/CT, é necessária a injeção do radiofármaco na veia, que facilita a identificação das lesões tumorais na mama. A tecnologia permite a localização de lesões mesmo em regiões com mais tecido mamário, o que permite avaliar lesões em que a performance dos métodos habituais está limitada.

3 – ROLL para a marcação de tumores ocultos

A técnica ROLL, sigla em inglês para radioguided occult lesion localization, permite a marcação de lesões mamárias não detectáveis ao toque. As lesões são marcadas pelo radiofármaco injetado diretamente na mama acometida pela doença, guiado pela mamografia ou pela ultrassonografia. O equipamento Gamaprobe detecta a radiação emitida pelo material injetado e consegue facilitar a operação para o cirurgião favorecendo que a lesão seja seguramente retirada.

4 – PET/CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) com Tomografia Computadorizada (CT)

O exame pode detectar metástases ocultas, inclusive na região óssea, aumentando as chances de tratamento. A localização nos núcleos comprometidos é possível graças ao traçador do radiofármaco aplicado na veia, que é captado pelas células cancerígenas e identificado pelo equipamento PET/CT. Por meio deste aparelho, a Medicina Nuclear atua também no controle das lesões mamárias malignas, após cirurgia, tratamento com quimioterapia e em mulheres cuja doença já esteja controlada. Todos os procedimentos estão no ROL da Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, e são cobertos pelos convênios médicos.

Mamografia: o que você precisa saber

  • Todo ano, a partir dos 40 anos – A partir dos 40 anos de idade, é extremamente recomendado que todas as mulheres realizem o exame de mamografia ao menos uma vez por ano. Antes dessa idade, o exame pode ser feito com orientação médica ou em caso de alguma suspeita. Precaução nunca é demais e você não perde nada por se certificar se está tudo bem ou não.
  • Exame não dói, mas pode incomodar – A mamografia é um exame indolor, mas alguns pacientes podem sentir um certo tipo de desconforto. Para que as imagens sejam capturadas, a paciente é posicionada em pé, próxima do equipamento, onde há a compressão das mamas, nas formas horizontal e vertical, para que possa ser feito o registro das imagens.
  • Prótese não impede exame – Até mesmo as mulheres que utilizam próteses de silicone podem sem problema algum realizar um exame de mamografia. Contudo, é de fundamental importância que esse fato seja comunicado ao médico e também aos técnicos responsáveis pela realização do exame. Não há nenhum tipo de contraindicação para uma mamografia, ficando de fora da lista apenas as gestantes.
  • Evitar cremes e desodorantes – Um outro conselho dado pelas clínicas ao agendar o exame é que as pacientes evitem utilizar cremes, desodorantes, perfumes e talcos no dia da avaliação. A proposta é que esses itens externos não prejudiquem a interpretação das imagens, facilitando a vida dos técnicos para que eles possam ser mais precisos em seus laudos.
Laudos a distância: a telerradiologia a seu dispor

Na hora de fazer uma mamografia, o ideal é procurar uma clínica ou hospital que trabalhe com o sistema de telerradiologia. Isso permite ter laudos a distância elaborados por profissionais de alta competência e, muitas vezes, com resultados disponibilizados em menos de 24 horas. No caso dos laudos de mamografia, se houver urgência, os laudos a distância podem ser entregues até mesmo em uma hora.

Entretanto, o maior diferencial de se utilizar essa metodologia está na qualidade do resultado final. Isso ocorre porque quando as imagens chegam a uma central de telerradiologia, quem as recebe é um profissional dedicado a fazer exames de uma subespecialidade. Assim, um especialista em laudos de mamografia terá muito mais possibilidades de elaborar laudos mais completos e se ater a detalhes que, muitas vezes, um profissional mais generalista poderia deixar passar. Com isso, diminui a necessidade de se realizar novamente o exame para tirar dúvidas pontuais.

No caso de um exame tão importante como a mamografia, é bom contar com especialistas que sejam capazes logo de primeira de indicar os melhores caminhos. O seu médico certamente vai agradecer a clareza nas informações e as chances de você iniciar um tratamento de imediato – se for necessário – aumentam as probabilidades de sucesso. As informações são da DiaRag,  empresa de telerradiologia de São Paulo especializada em laudos a distância para os exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada, mamografia, entre outros.

Outubro Rosa: prevenção e orientação

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. Dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer – Inca indicaram que, em 2016, aproximadamente 58 mil novos casos foram diagnosticados no país. Sabe-se que para o câncer de mama não há prevenção primária, como vacina, mas uma vida saudável, fundamentada em alimentação balanceada e atividade física são considerados os maiores fatores de prevenção para qualquer doença. Este fato se confirma, pois, além do histórico familiar de casos da doença, também se tornam fatores de risco para o câncer de mama a obesidade e o tabagismo.

O mês de outubro é marcado por ações de conscientização sobre a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce pelo Outubro Rosa. Desde a década de 90, nos Estados Unidos, as mulheres se uniram para realizar uma série de campanhas alertando sobre a importância não apenas do autoexame, mas também da eficácia de se buscar auxílio médico desde o início, logo que os primeiros sinais surgirem.
No Brasil, a campanha Outubro Rosa começou nos anos 2000 e a cada ano que passa a iniciativa ganha mais força. Hoje, o Outubro Rosa já faz parte oficial do calendário preventivo da saúde feminina. Em apoio à campanha, especialistas compartilham informações sobre o diagnóstico e tratamento da doença, contribuindo dessa forma para a redução da mortalidade.

Durante o mês, o Grupo Oncologia D’Or realiza uma campanha nacional com o objetivo de conscientizar a população para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. A hashtag Se Ligue Nos Sinais (#SeLigueNosSinais) promete mobilizar as redes sociais do Grupo, que contarão com pílulas diárias sobre os principais exames e sinais de alerta da doença.

Tratamento depende do tamanho do tumor

O tratamento vai depender do tamanho do tumor na época do diagnóstico. Tumores pequenos (menores que 2 cm) geralmente são tratados com cirurgia conservadora da mama. Tumores grandes (maiores que 5 cm) geralmente são tratados por quimioterapia e depois por cirurgia. Hoje sabe-se que o câncer de mama é uma doença com vários perfis, então o tratamento é muito individualizado.

“A doença benigna também tem várias expressões, as mais comuns são os fibroadenomas (tumor sólido benigno) e os cistos (nódulos com líquido). Algumas lesões são caracteristicamente benignas, mas a maioria necessita de uma biópsia para a diferenciação, pois ambas as doenças (benigna e maligna) podem ter a mesma expressão clínica e/ou radiológica”, explica a radiologista Ellyete Canella.

Da Redação, com assessorias

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2 Comments
  • Marlene dos santos Laurindo
    Marlene dos santos Laurindo
    11 de maio de 2018 at 13:42

    Está saído sangue da minha mama já fiz enxame de ultrassom mamária mais o resultado não deu nada porque quê está saído sangue?

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