A época das férias acabaram, e voltar à rotina nem sempre é tarefa fácil. Aquele velho drama para as crianças e pais, que precisa ser encarado de frente. O período é um momento de adaptação para os pequenos que vão à escola pela primeira vez ou mudaram de instituição de ensino.

Nessa época, muitas crianças, sejam elas marinheiras de primeira viagem ou veteranas, apresentam resistência em retornar à rotina escolar. Para evitar maiores traumas, o segredo é conversar.

Segundo a psicóloga familiar Lia Clerot, os pais podem colaborar para que seus filhos se preparem para um bom retorno às atividades escolares. “Pais e educadores precisam estar juntos nessa hora para que o trabalho de cada um seja complementado pelo outro”, explica Lia.

Ao contrário do que possa parecer, a tranquilidade da criança no primeiro dia de aula não depende dela, mas da confiança dos pais. Muitas vezes eles ficam com medo de deixar a criança na escola, e sem querer transfere esta insegurança e sensação de abandono para seu filho”, explica a psicóloga.

Para o psicólogo Wilton Batista Cabral, é muito comum e natural que a criança crie elevadas expectativas com relação ao início das aulas. É tudo muito novo, inclusive as relações interpessoais. No entanto, assim como somos inundados de sentimentos positivos quando passamos por esse ciclo de nossas vidas, diversos pontos negativos também se fazem presentes na vida de quem irá passar por essa situação pela primeira vez.

Para lidar com o primeiro dia de aula dos filhos, é importante que os pais se mantenham tranquilos, buscando demonstrar que está tudo bem. Isso pode ser facilitador para o professor que irá receber seu filho. O medo é importante para a sobrevivência, mas nesse caso é importante a demonstração de confiança no processo da experiência vivenciada por todos os envolvidos. Acredite, a criança está observando você e seus sentimentos, podendo corresponder conforme o que ele está observando”, alerta o especialista da Hapvida.

Além disso, os pais, segundo Wilton, podem se sentir um pouco incomodados com as mudanças de rotina, principalmente se for o primeiro ano letivo do filho. Mas isso faz parte do processo de adaptação da nova rotina e cada um vai vivenciar esse processo de forma diferente. “Mas se esse incômodo chegar a níveis muito altos, o importante é procurar ajuda profissional de um psicólogo”, completa.

Para identificar esses sintomas e amenizá-los, é importante que a pessoa esteja atenta para diferenciar uma aparente tristeza passageira de uma situação de tristeza profunda que esteja causando prejuízos importantes em seu dia a dia, assim como em seu meio social e familiar.

Ocupar a mente com a leitura de um bom livro ou atividade física, pode ajudar, e muito no alívio dos sintomas, porém é importante lembrar que se esses sentimentos vêm causando incômodos pessoais e sociais. Podemos e devemos buscar ajuda terapêutica para passar por essa experiência da forma mais saudável possível”, finaliza.

Medidas práticas para ajudar os filhos

Lia sugere algumas medidas que podem ser adotadas pelas famílias, neste início de ano letivo. Entre elas, a mudança gradativa do horário de férias, geralmente meio bagunçado, porque o sono pode atrapalhar ainda mais o retorno da criança para a escola.

Para resolver este problema, é recomendável visitar a escola, antes da matrícula. E nos dias que antecedem o início das aulas é interessante levar o filho para que ele conheça a sala que vai estudar.

Quando a criança conhece o ambiente de ensino junto dos responsáveis, a facilidade de adaptação aumenta, pois os pequenos sentem que seus pais aprovam o local”, comenta Lia.

Para os estreantes na escola, a atenção deve ser redobrada. Afinal o primeiro dia de aula, muitas vezes pode trazer traumas aos que não estão preparados para encarar um novo ambiente, com pessoas totalmente desconhecidas. A insegurança toma conta dos pequeninos e se os pais não souberem como prepará-los, as consequências podem ser imprevisíveis.

Além do problema do primeiro dia de aula, outro motivo de preocupação dos pais é a troca de escola. Neste caso, a criança é retirada de um ambiente onde já está adaptada. Segundo Lia Clerot, a solução é sempre o diálogo e estabelecer uma relação de confiança na decisão que foi tomada pelos pais.

Eles devem exaltar os pontos positivos do novo colégio, como os novos amigos, a nova professora e quais atividades serão realizadas, mostrando as vantagens da troca”, destaca a especialista.

Na realidade, explica a psicóloga, toda mudança é difícil, mas elas são necessárias. “Durante toda vida elas terão que se sujeitar a transformações e se as crianças não aprenderem a lidar com isso desde já, mais para frente terão muitas dificuldades para se adaptar ao novo”, acrescenta.

Da Redação, com Assessorias

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