A goiana Eliane Medeiros, de 21 anos, é modelo profissional, estudante de Direção de Artes e tem vitiligo. Seu depoimento no filme acima mostra que ela leva uma vida normal e se aceita como é, com suas manchas. Para ela, a única diferença que existe é que a sua pele é sensível, e precisa de mais cuidados, além de utilizar o filtro solar. A doença, que ainda não tem cura, acomete cerca de 1% da população mundial e 0,5% da brasileira e não escolhe cor nem raça. Apesar de não ser transmissível, a doença acaba afastando pessoas que sofrem de outro mal: o preconceito e a falta de informação.
Eliane é protagonista da campanha criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para este 25 de junho, Dia Mundial do Vitiligo, com objetivo de conscientizar sobre a doença e ajudar a diminuir o preconceito. Durante o filme, ela fala sobre os preconceitos que já enfrentou e faz um alerta à população: “Ninguém quer ser rejeitado ou deixado de lado por uma característica que é sua. Antes de você se afastar de algo ou praticar algum tipo de atitude pejorativa, você precisa se informar. Vitiligo não passa”, diz ela. Em seu depoimento de superação no filme, a modelo conta que descobrir a doença foi um processo bem doloroso.
Mas hoje eu consigo me aceitar da forma como eu sou. Eu me acho bonita, eu me acho interessante. Comecei a enxergar o meu trabalho como uma forma de transformação social. Você também pode ser feliz e bonita do jeito que você é, tendo vitiligo ou tendo qualquer outra característica”, afirma.
O Dia Mundial do Vitiligo foi escolhido pela OMS em homenagem ao astro Michael
As lesões provocadas pela doença impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima. Por isso, na maioria dos casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, para prevenir o aparecimento de novas lesões e garantir efeitos positivos nos resultados do tratamento”, explica Ivonise Follador, médica dermatologista da SBD.
Vitiligo Day traz casos de superação no Rio
A empreendedora Beth Filippelle também tem a doença
Beth foi escolhida apresentadora do Vitiligo Day Brasil 2018, evento que acontece no próximo sábado (30), na Barra da Tijuca, reunindo histórias de superação de pessoas que sofrem com a doença desde a infância, como Carine Guimarães, que já participou
Outra história de superação é da psicóloga Barbarhat Sueyassu, pós graduanda em Psicologia Clínica Comportamental pela
O evento trará ainda Caio Braga, publicitário e
psicoterapia para crianças
O Vitiligo Day Brasil 2018 é organizado pelos
Entre os temas do evento está o coaching como uma ferramenta
Sintomas são mais psíquicos que físicos
O vitiligo é uma doença genética e autoimune, mas nem todos os motivos que desencadeiam a autoimunidade já foram esclarecidos. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença. O vitiligo não tem muitos sintomas físicos e sim psíquicos. Em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e coceira na área afetada. Mas a grande preocupação dos dermatologistas é com os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença.
“Eles precisam conversar com o médico e psicólogo para não deixar a dermatose virar o centro da sua vida, levar à baixa estima e retração social. A família tem papel fundamental na superação da doença, principalmente na infância”, comenta a dermatologista Ivonise Follador. Os cuidados que as pessoas que possuem vitiligo precisam ter é se proteger do sol, usando medidas fotoprotetoras, evitar roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e controlar o estresse. Esses fatores podem precipitar o aparecimento de novas lesões e acentuar as já existentes.
Segundo Caio Castro, também dermatologista da SBD, apesar de ainda não ter cura, existem resultados excelentes e satisfatórios no tratamento do vitiligo, que visam controlar a doença, cessando o aumento das lesões (estabilização do quadro) e repigmentando a pele. “O tratamento é individualizado e pode ser realizado a partir da fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb), fototerapia com ultravioleta A (PUVA), tecnologias como o laser, bem como técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos. Também existem medicamentos em fase de pesquisas e/ou estudos que devem surgir em médio prazo”, conta o médico.
A SBD também alerta para cuidado com medicamentos ditos milagrosos, fórmulas ditas naturais e receitas dadas por leigos. “Esses procedimentos podem levar à frustração e a reações adversas graves”, pondera Caio Castro. O dermatologista é o profissional mais indicado para realizar o diagnóstico e tratamento da doença. É importante procurar um médico associado à SBD: http://www.sbd.org.br/associados/.
Da Redação, com Assessorias