Falta menos de uma semana para o Carnaval e, além de preparar a fantasia, é fundamental cuidar da alimentação pPara garantir energia suficiente e aproveitar ao máximo todos os dias de folia. Para isso uma hidratação e alguns cuidados com a alimentação são essenciais.

O período de Carnaval é uma época onde os foliões gastam muita energia e podem perder bastante líquido. Para isso o foco é não deixar de fazer uma alimentação equilibrada e ingestão adequada de água.

Durante os dias de folia do carnaval, quem se diverte ou trabalha acaba consumindo produtos e bebidas clandestinos na rua. Além de intoxicações alimentares, ingerir alimentos de origem animal não fiscalizados pode ser a porta de entrada para doenças transmitidas dos animais aos homens, as chamadas zoonoses, como tuberculose e brucelose, além de outras enfermidades.
Para garantir a segurança alimentar da população, os médicos-veterinários das Vigilâncias Sanitárias (Visa) reforçam, nesta época, a fiscalização do comércio de produtos de origem animal, como carne, queijos, ovos, peixes e mariscos. O objetivo é prevenir a venda e o consumo de alimentos sem adequações sanitárias, que ofereçam riscos à saúde pública e transmitam doenças.
Na hora de comprar esses produtos, o ideal é conferir as condições de higienização, embalagem e refrigeração do produto, além de verificar se nos rótulos há o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), dos municípios (SIM) ou estados (SIE). É importante também prestar atenção se existe um funcionário exclusivo para manusear dinheiro, para não haver a contaminação cruzada.
“Todo produto de origem animal deve ser registrado no órgão de agricultura federal, estadual ou municipal. Quando não há registro, ele certamente vem de um estabelecimento clandestino, onde não há qualquer controle de qualidade, programa de autocontrole e presença de um responsável técnico médico-veterinário. É um risco ao consumidor”, explica a médica-veterinária Aline Pinheiro Borges, integrante da Comissão Nacional de Tecnologia e Higiene Alimentar do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Contha/CFMV).
A melhor opção, sugere Aline, “é evitar o consumo desses alimentos quando manipulados por ambulantes, pois normalmente a conservação não é feita sob temperatura adequada e não há água para higienização das mãos antes e após a manipulação. Quando já preparados previamente, não tem como ter a rastreabilidade do produto e não há como saber quem é o fornecedor”.

Dicas da Vigilância Sanitária

Blocos de ruas e desfiles de escolas de samba. O carnaval é um período de muita diversão, mas pode virar dor de cabeça, ou melhor: dor de barriga para quem não tiver atenção à procedência dos alimentos e à hidratação. Por isso, antes de colocar a fantasia para cair na folia, confira algumas dicas da Subsecretaria de Vigilância Sanitária da Prefeitura do Rio que, de olho na prevenção de riscos à saúde pública, há mais de 40 dias percorre a cidade inspecionando pontos comerciais e levando muita orientação à população. A médica-veterinária Aline Borges, coordenadora de Alimentos do órgão, alerta em especial para as condições higiênico-sanitárias do local de venda dos produtos. 

– O primeiro ponto a ser verificado pelo consumidor é se o estabelecimento está limpo, e depois busque pela licença sanitária que tem que estar na parede, acessível a todos. Este documento comprova que o comércio foi licenciado pela Vigilância. Um outro aspecto a ser observado é se a comida é mantida em local higienizado. É preciso ter atenção também à higiene de quem manipula os alimentos, que deve estar corretamente uniformizado, com proteção de cabelos e nunca ter contato direto com o alimento. Normalmente, ele tem que utilizar um pegador, lembrando que o uso de luvas não é recomendado para evitar a contaminação – destacou a coordenadora Aline Borges.  

Entre as principais recomendações para este período de carnaval, a médica-veterinária alerta para o preparo das bebidas e do gelo utilizado para consumo.

– O consumo de bebidas com frutas e gelo aumento muito nesta época do ano, até por conta do calor. Então, todo o cuidado é pouco. O consumidor deve estar atento às embalagens e ao lacre, que deve estar íntegro, e exigir que esse tipo de bebidas sejam preparadas na hora. não bebendo sucos e refrescos que estejam em outros vasilhames. Além disso, o gelo usado para conservar a bebida não é filtrado, e por isso não serve para colocar dentro do copo. Para consumo, o ideal é o gelo em cubo. Quanto aos alimentos e bebidas comprados na rua, frisamos que a exposição desses produtos ao sol pode acarretar sérios riscos à saúde do consumidor. A dica é ficar atento ao que vai consumir e qualquer suspeita denunciar à Central 1746 – orienta Aline.

 

Outras orientações para aproveitar a folia com menos riscos à saúde

 

1 – Lave bem as mãos antes de consumir alimentos e após utilizar os banheiros.

2 – Observe sempre as condições de higiene dos locais de venda de alimentos.

3 – Compre comidas, bebidas e qualquer outro tipo de alimentos apenas em comércios licenciados pela Vigilância Sanitária.

4 – Verifique o prazo de validade dos produtos antes de consumir.

5 – Confira o rótulo dos produtos industrializados, pois ali estão informações essenciais à saúde.

6 – Não consuma alimentos com textura, cor, odor ou sabor alterados.

7 – Fique atento ao comprar bebidas à base de frutas. Elas devem ser preparadas na hora do consumo.

8 – Cuidado com sintomas como enjoo, vômito e diarreia. Eles podem ser sinais de intoxicação e de outras Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), que precisam de atendimento médico imediato.

9 – Lembre-se de consumir bastante líquido para se manter hidratado.

10 – Caso identifique no comércio alguma irregularidade, como a falta de higiene que ameaça a saúde, denuncie à Central 1746!

 

Capacitação profissional – Essas dicas fazem parte do roteiro de ações da Operação Carnaval da Vigilância que, para a folia deste ano, capacitou mais de mil profissionais em áreas como as de serviços de beleza e manipulação de alimentos. A qualificação, que é fundamental dentro das ações de prevenção de risco à saúde, é oferecida ao longo de todo o ano, com o calendário disponibilizado no site www.prefeitura.rio/vigilanciasanitaria. Basta entrar lá, escolher a turma do interesse e fazer a inscrição pelo e-mail geducavisa@gmail.com, informando nome completo, atividade exercida e o CPF.

Fiscalização em vários locais do país

Carnaval no Rio de Janeiro (RJ)
Aline Borges atua, desde 2003, como coordenadora de Alimentos da Vigilância Sanitária do Município do Rio de Janeiro. Ela explica que, no Rio, na época do carnaval, são realizadas ações de fiscalização em todos os estabelecimentos localizados nas rotas dos principais blocos. Bares, restaurantes, hotéis e quiosques da orla são visitados.
Durante as inspeções, são verificadas as condições estruturais e higiênico-sanitárias do local, assim como o fluxo de manipulação e características sensoriais dos alimentos. Além disso, são realizadas verificações prévias na Cidade do Samba. Ali os médicos-veterinários avaliam a manipulação e higiene dos refeitórios dos trabalhadores. Terreirão do Samba e Sambódromo também estão na rota.
“O objetivo do nosso trabalho é orientar a montagem das instalações para os dias do evento. Realizamos reuniões de alinhamento com os organizadores do evento, fornecedores de alimentos e bebidas esclarecendo os pontos que serão cobrados durante o evento, sempre pautados nas legislações sanitárias vigentes”.
Folia em Salvador (BA)
Em Salvador, a ação da Vigilância começou em janeiro, com a intensificação das inspeções prévias em restaurantes, bares, lanchonetes, hotéis, motéis, drogarias e outros estabelecimentos situados em todos os percursos da folia.
Profissionais de diversas áreas de atuação e técnicos da Visa vão se revezar dia e a noite, durante o período do carnaval. Neste ano serão mais de 20 médicos-veterinários inspecionando estabelecimentos e orientando ambulantes.
“O objetivo é prevenir a venda e o consumo de alimentos sem adequações sanitárias, que ofereçam riscos à saúde pública e transmitam doenças”, explica a médica-veterinária Elenaide de Paula Lyra, da Comissão de Alimentos do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA), fiscal de controle sanitário da capital.
Elenaide explica que dez pontos dos circuitos da folia contam com pórticos, que são estruturas fixas da Vigilância Sanitária para as ações de inspeção. “Diariamente, serão fiscalizadas e notificadas as irregularidades nos trios elétricos, carros de apoio, camarotes, bares, restaurantes e hotéis, além dos comércios informais, como balcões de alimentos, baianas de acarajé e ambulantes. Serão verificadas as condições de higiene, manipulação e comercialização de alimentos; se há ponto de água potável; se estão comercializando produtos clandestinos, bebida sem rótulo, fora do prazo de validade, gelo de indústrias clandestinas, mercadoria deteriorada. Enfim, o trabalho dos fiscais visa evitar surtos alimentares e intoxicações causadas pelo consumo de produtos sem as adequações sanitárias exigidas por lei”, completa.
Maceió (AL)
Cinco médicos-veterinários das equipes da Gerência de Alimentos de Maceió (AL) iniciaram os trabalhos de inspeção, na semana passada, no Jaraguá Folia, no tradicional bloco do Pinto da Madrugada, nas Pecinhas de Maceió e no Vulcão. Durante os dias de Carnaval, os profissionais vão trabalhar em oito polos da prefeitura, junto aos ambulantes, por meio de inspeções. Eles vão verificar questões como acondicionamento, manipulação dos alimentos, higiene pessoal dos vendedores e condições de utensílios e caixas térmicas.
Boa Vista (RR)
Na capital de Roraima, as fiscalizações serão realizadas na Praça Fábio Marques Paracat, local tradicional das festas de carnaval da cidade, onde há mais de cem espaços reservados para oferecer comidas típicas e bebidas.
A equipe é coordenada por um médico-veterinário mais dez profissionais que atuam como agentes de fiscalização. Eles observarão as condições de higiene, manipulação e acondicionamento dos alimentos. A festa vai de sexta-feira (21) até quarta-feira de Cinzas (26).
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