A partir de segunda-feira (5), a vacina contra a gripe está liberada para todos que procurarem os postos de saúde da rede pública. No Rio de Janeiro, apenas 74,3% do público-alvo aderiram à campanha nacional, que chegou a ser prorrogada até o dia 9 em âmbito nacional, diante da baixa procura. De acordo com o ministro da Saúde Ricardo Barros, ainda restam 10 milhões de doses de vacina contra a gripe em todo o país. Por isso a medida de estender a toda a população.

Estados e municípios serão orientados a ofertar a vacina para todas as faixas etárias, enquanto durarem os estoques. Até esta sexta-feira (2), 41,3 milhões de pessoas do público-alvo se vacinaram contra a gripe no país. O Amapá é o único estado que atingiu a meta até este momento, com 95,6% do público-alvo vacinado. A campanha foi prorrogada para até o dia 9 de junho com o intuito de alcançar a meta de vacinação que, neste ano, é de 90%.

Neste ano, tivemos poucos casos por influenza devido à baixa circulação do vírus. Em consequência disso, o público-alvo procurou menos os postos de saúde. No entanto, ainda há 10 milhões de doses de um montante de 60 milhões adquiridas. Para que não haja desperdício, já que estas vacinas só valem por um ano, decidimos estender a todas as faixas etárias, enquanto durarem os estoques.”, destacou o ministro Ricardo Barros.

Campanha nacional

A campanha publicitária, que tem como padrinho o sambista Martinho da Vila, continua sendo veiculada em TV aberta, rádio, nos meios impresso (jornais e revistas), mídia exterior (busdoor, placas em ruas e avenidas, abrigo de ônibus, metrô), no meio online (internet e com ações nas redes sociais).

Até esta sexta-feira (2), foram vacinados 41,3 milhões de brasileiros. Esse total considera todos os grupos com indicação para a vacina, incluindo população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e pessoas com comorbidades. A população prioritária desta campanha, que não considera esses grupos, é de 54,2 milhões de pessoas. Desse total, 76,7% foram vacinados.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, alerta sobre a importância do público-alvo ainda se imunizar para evitar a gripe e seus possíveis agravamentos. “É importante que a população da campanha se vacine neste período para ficar protegida quando o inverno chegar. A vacina demora 15 dias para fazer efeito no organismo, por isso o Ministério da Saúde planeja a campanha antes do inverno, período de maior circulação dos vírus da influenza”, destacou Carla Domingues.

Até o momento, nenhum grupo prioritário atingiu a meta de vacinação. Entre os públicos-alvo, os trabalhadores da saúde registraram a maior cobertura vacinal, com 3,9 milhões de doses aplicadas, o que representa 84,5% deste público, seguido pelos idosos (83,8%) e indígenas (83,6%). Os grupos que menos se vacinaram são as crianças (62,3%), gestantes (62,4%), professores (76,7%) e puérperas (83,2%). Além do grupo prioritário, também foram aplicadas 8,4 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidades, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.

Os estados com a maior cobertura de vacinação no país, até o momento, são: Amapá (95,6%), Paraná (84,9%), Santa Catarina (84,8%), Goiás (82,4%), Rio Grande do Sul (82%), e Pernambuco (81,3%). Já os estados com menor cobertura são: Roraima (60,8%), Pará (65,3%), Mato Grosso do Sul (67,8%), Mato Grosso (68,3%), Acre (68,9%), Bahia (70,9%) e Sergipe (71,5%). Entre as regiões do país, o Sul apresenta maio cobertura vacinal, com 83,7%, seguida pelas regiões Sudeste (76,6%), Centro-Oeste (75,5%); Nordeste (74,8%) e Norte (72,9%).

Segurança

A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B), é segura e também é considerada uma das medidas mais eficazes na prevenção de complicações e casos graves de gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.

Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai do final de maio até agosto. Mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, o médico.

Os sintomas da gripe são febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.

A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). O Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além de evitar locais com aglomeração de pessoas.

Temporada de gripes e resfriados

A nova estação só começa em 21 de junho, quando é chegada a temporada de gripes no país. É, portanto, a hora das pessoas começarem a se precaver contra a doença, principalmente no caso das crianças. De acordo com um estudo norte-americano divulgado em abril deste ano, a aplicação da vacina da gripe reduz em 65% o risco de morte de indivíduos saudáveis entre 6 e 17 anos devido à doença. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês), no caso de crianças com condições médicas de alto risco, como pneumonia e bronquite, a vacina reduziu o risco de morte em 51%.

Conforme dados do Ministério da Saúde, entre 1 de janeiro e 18 de março deste ano, 31 pessoas morreram por conta dos vírus influenza, sendo as crianças 12% das vítimas. Para o coordenador técnico do Brasil Sem Alergia, o médico Marcello Bossois, as mães devem estar muito atentas a qualquer sintoma de gripe em seus filhos, pois às vezes o caso pode evoluir para a forma grave da doença. Para ele, a prevenção é sempre um bom caminho. “É de extrema importância que todas as pessoas, inclusive as crianças, recebam uma dose anual da vacina da gripe”, alerta.

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, todo mundo deve tomar a vacina, que já pode ser aplicada em bebês a partir de seis meses de vida. A indicação é ainda maior para pessoas com risco de infecções respiratórias, enquanto é contra-indicada para indivíduos com alergia grave, a ovo de galinha, a algum componente da vacina e/ou para quem teve alguma reação adversa em doses anteriores.

No Brasil, as vacinas possuem proteínas de diferentes cepas do vírus da gripe, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que realiza a vigilância mundo afora. Existem dois tipos: a trivalente e a quadrivalente. Segundo Dr Bossois, por ser mais completa e conter uma cepa a mais que a trivalente, a vacina quadrivalente oferece proteção a mais de um vírus da gripe.

A aplicação é intramuscular e é oferecida na rede pública de saúde, mas com algumas restrições. Crianças, gestantes, maiores de 60 anos, profissionais da saúde, pessoas com doenças crônicas, indígenas e pessoas privadas da liberdade têm prioridade na vacinação em postos públicos.

De acordo com o coordenador do Brasil Sem Alergia, crianças de seis meses a nove anos de idade têm que tomar duas doses da vacina quando forem imunizadas pela primeira vez, com um intervalo de um mês entre cada dose. Depois, devem ser vacinadas anualmente, com uma única dose. Maiores de nove anos devem tomar uma dose anual da vacina.

Fonte: Ministério da Saúde e Brasil sem Alergia

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