Pai e filha, de apenas 2 anos, morreram e quatro pessoas ficaram feridas no desabamento de um prédio na comunidade de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. Natan Gomes e a pequena Maitê não conseguiram escapar de uma tragédia anunciada e bem conhecida das autoridades municipais e estaduais, que nunca tomam uma providência definitiva para evitar construções irregulares na cidade.

A região de Rio das Pedras é conhecida como um dos lugares com maior atuação das milícias cariocas. Os prédios daquela área costumam ser construídos de maneira irregular, como foi o caso dos edifícios que desabaram e deixaram 24 mortos na Muzema, comunidade vizinha, em 2019.

Três feridos no desabamento desta madrugada foram levados para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Uma mulher, de 38 anos, e um homem, de 29 anos, já tiveram alta médica. Outra mulher, de 28 anos, permanece sob cuidados médicos na unidade, com quadro de saúde estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A última mulher resgatada, Kiara Abreu, de 27 anos, foi levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, e ainda passa por avaliação e exames.

Empregada doméstica, Maria Elizabete, de 41 anos, diz que se sente “um lixo” por viver nessa situação há 20 anos. “Vamos para onde, se o que dá pra pagar é aqui?”, questiona. “O prédio onde moro é todo rachado. Quando chove, tem água pingando toda hora.”

Desde antes das 4 horas da manhã, militares fluminenses atuam no atendimento às vítimas. O governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes estiveram no local para acompanhar de perto o trabalho de resgate e salvamento do Corpo de Bombeiros. Ambos ressaltaram que a fiscalização de construções desordenadas precisam ser em conjunto. “

Paes afirmou que vai tentar combater a construção de novos edifícios irregulares na cidade e que a prefeitura já tem atuado em demolições, mas que esse tipo de moradia “é uma realidade da cidade”. “Ninguém vai construir mais nada nesta cidade de maneira irregular. Só nesta semana, foram três operações”, afirmou.

A fiscalização deve ser integrada entre a Prefeitura e o Estado. É um ponto que precisa melhorar e, por isso, eu e o prefeito vamos sentar para entender como isso pode ser feito por meio dos projetos de infraestrutura”, disse o governador.

O prefeito disse que os imóveis provavelmente vão ser condenados. “Vamos ter laudo mais técnico da Defesa Civil Municipal”. Prédios vizinhos também foram afetados pelo desabamento. No entorno da construção que desabou, moradores comentaram que a comunidade é repleta de prédios em situação parecida.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia da Barra (16ª DP), instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do desabamento do prédio. Equipes estão na região para identificar testemunhas e vítimas. A perícia será realizada no local assim que os bombeiros concluírem o trabalho.

As secretarias estaduais de Vitimados e de Desenvolvimento Social estão no local e realizam, em parceria com a prefeitura, atendimento social e psicológico para as vítimas e famílias, com auxílio para os sepultamentos, aluguel social, cestas de alimentos e colchões.

O momento agora é dar apoio às vítimas e ao Corpo de Bombeiros, que foram chamados por volta das 3h30 da manhã. Está sendo feita a avaliação de todos os prédios do entorno pelas Defesas Civis do estado e do município, que estão trabalhando em conjunto” afirmou Castro.

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