Diante da explosão de casos de dengue no Brasil, o Ministério da Saúde decidiu recomendar o uso de testes rápidos para diagnóstico e fechamento de casos de dengue, com a devida orientação aos profissionais de saúde das redes estaduais e municipais, e já iniciou a compra para distribuição em todo o país.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, outros testes para diagnóstico de dengue, como o RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia de covid-19, são mais sensíveis na detecção do vírus. Mas o aumento de casos acelerado da doença levou a pasta a fazer a recomendação.

Foi elaborada uma nota técnica para orientar estados e municípios sobre a aplicação dos testes rápidos. Eles devem ser usados entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, período em que a maioria dos pacientes busca um serviço de saúde. Mesmo em casos de resultado negativo, o paciente deve ser monitorado e ações estratégicas, como a hiper-hidratação, devem ser adotadas.

Para casos graves e mortes suspeitas por dengue, a orientação da pasta permanece sendo a realização de exame laboratorial, e não do teste rápido, uma vez que este tem limitações, como a incapacidade de rastrear o sorotipo de dengue que causou o agravamento do quadro ou o óbito do paciente, como informou a coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública, Marília Santini.

Brasília(DF), 12/03/2024 - A Secretária de Vigilância Sanitária em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, fala sobre atualização dos numeros de casos de dengue.Foto:Wilson Dias/Agência Brasil
A secretária de Vigilância Sanitária em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, fala sobre uso de testes rápidos para diagnóstico da dengue (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)

Mais de 150 testes para dengue já registrados na Anvisa

Atualmente, mais de 150 testes para diagnóstico da dengue estão registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, portanto, têm utilização autorizada em território nacional. Nenhum deles, entretanto, se classifica na categoria autoteste.

“Essas tratativas já estão em andamento com o Ministério da Saúde em relação aos autotestes, e a Anvisa decidiu priorizar, a pedido do ministério, novos registros, de maneira que se evite qualquer tipo de falta, por exemplo”, disse o diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“A dengue é uma doença de notificação compulsória. Então, é necessário que haja uma política pública gerada pelo Ministério da Saúde nesse sentido e que contemple, mesmo no caso do autoteste – aquele que o próprio cidadão poderá realizar – um mecanismo para que os sistemas de monitoramento sejam notificados, de modo que se possa justamente computar os casos em todo o Brasil”, explicou.

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Anvisa também é responsável por aprovar repelentes

Barra Torres reforçou que a agência também é responsável por autorizar o comércio de repelentes no país. “O cidadão, quando vai a uma farmácia sabidamente certificada e inspecionada, terá certeza de que ali estão sendo comercializados produtos que foram avaliados pela agência”.

“O repelente é, de fato, uma estratégia muito importante porque vamos lembrar: vacinas promovem imunidade dentro de um intervalo de tempo. Então, para resolver o problema agora, combate ao foco do mosquito e prevenção contra o mosquito com o uso de repelentes.”

“Temos mais de 600 registros de repelentes no Brasil e nada nos leva a crer, neste momento, que possa haver algum tipo de desabastecimento”, concluiu, ao destacar a importância de seguir à risca as orientações que constam na bula ou no frasco do produto.

Da Agência Brasil

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