

O herpes-zóster, também conhecido popularmente como cobreiro, é causado pela reativação do vírus da catapora (varicela-zóster) e costuma atingir idosos e pessoas com imunidade baixa. A doença provoca dor intensa, febre, manchas e bolhas na pele, que podem evoluir para complicações graves, como a neuralgia pós-herpética (NPH), uma espécie de dor crônica que persiste mesmo após o fim das lesões.
Entre 2008 e 2024, o SUS registrou mais de 85 mil atendimentos ambulatoriais e 30 mil internações por herpes-zóster no Brasil. Entre 2007 e 2023, 1.567 mortes foram associadas à doença. A maioria tinha idade igual ou superior a 50 anos.
O tratamento no sistema público envolve medicamentos para aliviar os sintomas e, nos casos mais graves, o uso de antivirais como o aciclovir. Para o tratamento da neuralgia pós-herpética (NPH) – uma complicação do herpes zóster – são oferecidos fármacos como amitriptilina, carbamazepina e lidocaína em gel.
Incorporação no SUS
A incorporação ao SUS da vacina recombinante adjuvada foi uma solicitação do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, e do Ministério da Saúde.
A vacina contém uma proteína do vírus varicela-zóster (antígeno gE) combinada a um adjuvante (AS01B), que ajuda o sistema imunológico a reconhecer e combater o vírus. Ela é administrada por via intramuscular, em duas doses de 0,5 mL, com intervalo de dois meses.
A Conitec avaliou a segurança e a eficácia da vacina. Estudos apontam eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da NPH. Os eventos adversos mais comuns relatados foram: dor no local da aplicação, cansaço, dor muscular, dor de cabeça e febre, geralmente de intensidade leve a moderada. O imunizante também foi considerado seguro.
O alto custo é o principal desafio: o investimento estimado seria de R$ 5,2 bilhões em cinco anos. Para a Conitec, a conclusão é de que a vacina não oferece um benefício suficientemente significativo para justificar o seu custo para o SUS.
A Consulta Pública nº 78 ficará disponível até 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil. Até o momento, já foram registradas 75 contribuições. Qualquer pessoa pode enviar opiniões e sugestões sobre o tema.
Para participar, é necessário preencher o formulário eletrônico. Os interessados podem enviar até dois arquivos com sugestões ou documentos de apoio. O envio de dados pessoais, informações sensíveis ou materiais de terceiros sem autorização não é permitido.
As contribuições serão analisadas pela comissão técnica, que decidirá sobre a incorporação da vacina. Os relatórios técnicos que embasam a recomendação preliminar da Conitec estão disponíveis para leitura. A análise e a deliberação do colegiado também podem ser conferidas no relatório divulgado pelo Ministério da Saúde.
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Conitec também vai avaliar inclusão da PrEP injetável no SUS
Estudo mostrou que 83% dos usuários preferiram PrEP injetável em vez dos comprimidos

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) também vai avaliar a inclusão da forma injetável da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no SUS.
O Ministério da Saúde já vem avaliando as possíveis vantagens do medicamento, por meio da pesquisa ImPrEP CAB, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz. Estudo feito com 1,4 mil pessoas, em seis cidades brasileiras, mostrou que 83% preferiram utilizar o cabotegravir, em vez dos comprimidos, e 94% dessas compareceram ao serviço de saúde para tomar as injeções no prazo correto, o que garantiu que elas permanecessem protegidas ao longo do tratamento. Nenhuma delas foi infectada pelo vírus.
Já as pessoas que preferiram utilizar a PrEP oral ficaram protegidas durante apenas 58% dos dias de acompanhamento e uma delas testou positivo para HIV. Para os pesquisadores, isso mostra que a PrEP injetável pode garantir maior adesão e proteção. De acordo com o Ministério da Saúde, o número de usuários de PrEP no Sistema Único de Saúde chegou a 119 mil este ano.
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A PrEP é uma forma eficaz de prevenção à infecção pelo vírus HIV e deve ser tomada por pessoas mais vulneráveis ao contato com o vírus. Os números absolutos de novas infecções por HIV subiram em 2023, de acordo com o último boletim epidemiológico anual publicado pela pasta.
Foram notificados 46.495 casos no país, cerca de 2 mil a mais do que em 2022. Mais de 40% deles ocorreram em homens de 20 a 29 anos. Apesar disso, graças aos avanços no tratamento, entre 2013 e 2023, a mortalidade por aids caiu 32,9% no país.
O parecer da Conitec é o primeiro passo para a inclusão de qualquer tecnologia no SUS. A comissão pode ser favorável ou contrária à incorporação e analisa critérios científicos e econômicos, além de ouvir a população em consultas públicas.
O pedido de parecer foi feito pela farmacêutica GSK, produtora do cabotegravir, primeira PrEP injetável de longa duração aprovada para uso no Brasil, com apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Com Agência Brasil e GSK
								
			
                    
                    


