O Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, tornou-se uma data conhecida por reforçar temas de importância para o público feminino, adotada inclusive pela Organização das Nações Unidas, ampliando a conscientização por assuntos como  saúde e bem-estar.  Toda mulher tem direito ao acesso e à avaliação integral da sua saúde, com atendimento multiprofissional e olhar clínico, psicossocial e funcional.

Tradicionalmente, nos sistemas de saúde por todo o mundo, a prioridade tem sido o cuidado da mulher no campo da saúde reprodutiva, com foco na atenção ao pré-natal e parto. Mas também é importante destacar outros cuidados como a prevenção dos cânceres de colo do útero e de mama, vacinas específicas, dentre outros.

Nas últimas décadas houve muitas conquistas, no entanto, elas ainda sofrem mais com alguns tipos de doenças que os homens. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dois terços dos cegos do mundo são mulheres e meninas.  O uso de óculos de grau também é 35% maior na população feminina, de acordo com o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Particularidades biológicas, sociais e culturais são os principais fatores que explicam este alto índice. As alterações hormonais também favorecem o surgimento de catarata, olho seco e aumento da pressão intraocular. A vaidade é outro fator que explica altos índices de irritações oculares causadas pelo mau uso de maquiagens, lentes de contato e óculos.

De acordo com a OMS, entre os fatores sociais e culturais que colocam os olhos das mulheres em maior risco está o fato de que elas geralmente são responsáveis pelo cuidado com a saúde da família e por isso ficam mais expostas a doenças infecciosas. Além disso, em alguns lugares, as mulheres não têm poder de decisão sobre medidas e gastos com a própria saúde, que fica nas mãos de filhos ou marido.

Biologicamente, também há evidências de que as mulheres têm mais chance de desenvolver doenças oculares. Uma das causas são os fatores hormonais, como a menopausa.  “A baixa produção de hormônios como estrogênio e testosterona provoca o chamado olho seco, que diminui a produção de lágrimas e leva ao aumento de problemas visuais”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio.

Outro fator está relacionado à gravidez, estado em que a mulher sofre alterações fisiológicas que podem levar ao aumento da pressão intraocular. “Isso faz com que a córnea diminua a sensibilidade, aumente de espessura e mude de curvatura. Essa situação pode provocar intolerância às lentes de contato, alterar a refração (mudar o grau dos óculos) e outras alterações reversíveis”, conta o especialista.

Em função da vaidade, há mulheres que tendem a utilizar menos às lentes de contato e óculos, prejudicando a visão. “Quem tem problema de vista e não usa óculos ou lentes de contatos adequadas vai agravar o problema, podendo não só aumentar o grau como também adquirir novas disfunções”, comenta o oftalmologista.

Trocar a cor dos olhos com lentes cosméticas sem consultar um especialista é um risco. “Para evitar ferimentos na córnea é preciso fazer vários exames. Nem toda pessoa pode usar lente de contato. Quem tem baixa produção lacrimal ou doenças alérgicas pode não ter boa adaptação”, explica.  O médico alerta ainda que a adaptação ao olho, mesmo no caso das lentes cosméticas sem grau, depende do ajuste à curvatura e relevo da córnea. “Quando a lente não se ajusta corretamente, ela se desloca causando ferimentos ou coceira, e isso pode ocasionar uma úlcera ou problemas mais graves”, completa. Os mesmos cuidados devem ser tomados por quem deseja trocar os óculos por lentes de grau.

Outro modismo que tem causado bastante problema é o desejo de ter cílios mais longos e volumosos. Para isso, muitas mulheres estão usando produtos que fazem crescer os cílios, como um colírio que só é recomendado para tratar glaucoma. Além de causar sérios danos à visão, esses produtos podem manchar os olhos e as pálpebras.

O mau uso de rímel, delineador, lápis e sombra, itens que estão em contato direto com os olhos, também podem causar irritações oculares que variam da sensação de ardor, coceira persistente a reações alérgicas, além de conjuntivite e blefarite. Apenas os produtos dermatologicamente testados e hipoalergênicos são indicados. Maquiagem com prazo de validade vencido é uma das maiores causas de dermatite de contato.

Hormônios, genética e menopausa

A menopausa é a cessação permanente da menstruação. Decorrente da falência da produção dos hormônios estrógenos e da atividade reprodutiva pelos ovários, geralmente ocorre entre 45 e 55 anos. Quando acontece antes dos 40 anos, é denominada menopausa precoce, o que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares (infarto e derrame) e osteoporose.

A diminuição da produção dos estrógenos pelos ovários pode causar sintomas que diminuem de forma significativa a qualidade de vida da mulher: surgem as ondas de calor, os suores noturnos, secura vaginal, disfunção sexual, alterações de humor como depressão e ansiedade, insônia, diminuição da massa óssea, ganho de peso e alterações do metabolismo. A reposição hormonal é um tratamento para ajudar na qualidade de vida da mulher e a supervisão médica é fundamental durante a reposição hormonal na menopausa.

As mudanças hormonais pelas quais passam as mulheres, como na gravidez, podem trazer a maior ocorrência de algumas doenças, entre elas, a rinite hormonal. A labirintite também tem maior incidência no público feminino por pré-disposição genética e fatores relacionados à menopausa. Já a otosclerose, que se caracteriza pela perda de audição condutiva, é um problema com maior incidência em mulheres.

“Estudos mostram que a reposição hormonal em mulheres com histórico de câncer na família não causa incremento adicional no risco da doença”, explica a Dra. Dolores Pardini, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). Segundo ela, muitas pacientes que entram na menopausa são relutantes para fazer reposição hormonal, mas, de acordo com estudos, a contraindicação absoluta é apenas nos casos de a própria paciente apresentar ou ter apresentado câncer.

De acordo com a endocrinologista, a reposição hormonal na menopausa não está contraindicada caso o câncer seja de mãe ou irmã, pois os estudos científicos indicam que a reposição hormonal não irá aumentar esse risco já inerente à carga genética. “Cerca de 70% dos casos de câncer de mama não são familiares. O fato de terem marcadores de câncer não significa que terão a doença, assim como a ausência desses marcadores”, comenta a especialista em endocrinologia feminina.

“A rinite alérgica pode ser agravada durante o ciclo menstrual, a puberdade, a gestação e por problemas na tireóide, por exemplo, e se dá porque temos receptores hormonais dentro do nariz. Ou seja, quando os hormônios se alteram, ficam em maior ou menor quantidade dentro do sangue, e podem fazer o nariz inchar ou inflamar, levando a rinite hormonal”, afirma Sheila Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.

Já a labirintite ocorre por pré-disposição genética, e acomete principalmente as mulheres. Apesar de não ter uma faixa etária específica, afeta mais pessoas acima de 50 anos, como consequência de alterações metabólicas e vasculares.

Problema menos comum, a otosclerose é uma condição genética que pode causar surdez, geralmente em um dos ouvidos, e é transmitida apenas pelo sexo feminino, de mãe para filha. Além disso, a gravidez pode piorar o quadro de quem já tem essa pré-disposição, que costuma surgir a partir dos 30 ou 40 anos.

“Vale ressaltar que a mulher deve cuidar da saúde indo periodicamente ao médico, inclusive ao otorrinolaringologista, já que questões tão comuns, como as hormonais, podem gerar diferentes problemas, e muitas nem se dão conta disso”, finaliza a especialista do Hospital Paulista.

Desde as primeiras visitas ginecológicas, dos 10 aos 20 anos, até o início da menopausa e seus sintomas, a mulher precisa conhecer seu próprio corpo e deve estar ciente dos problemas de saúde que pode enfrentar, estando sempre pronta para combatê-los.

Doenças cardiovasculares

De acordo com o estudo Saúde Brasil de 2018, realizado pelo Ministério da Saúde, entre 2010 e 2016, as taxas de mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenças Cardíacas Isquêmicas em mulheres, com idades entre 30 a 69 anos, caíram, respectivamente, em 11% e 6,2%.

Contudo,  ainda há muito a ser feito em relação à prevenção dessas doenças. “É importante que a mulher pense em modificações no estilo de vida. Uma dieta balanceada, atividades físicas e redução de vícios como cigarro e álcool são fatores que podem diminuir ainda mais a taxa de mortalidade por acidentes vasculares e doenças cardíacas”, afirma Danilo Scheit Vieira Jr., Diretor Técnico e Executivo da Clínica Femi, para abordar importantes questões sobre a saúde da mulher, em diferentes fases da vida, e os cuidados que cada idade exige.

O mesmo estudo também revela que, entre 1990 e 2015, a redução na razão de mortalidade materna no Brasil foi de 143 para 62 óbitos das mães por 100 mil nascidos vivos, representando uma diminuição de 56%. Essa redução tem sido reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ao destacar que houve avanços significativos desde a década de 90 nas políticas públicas de saúde.

“A redução da mortalidade materna tem causas específicas. A melhora da qualidade e assistência do pré natal e do parto, efetividade no diagnóstico de doenças, maior abrangência de exames que detectam doenças de alto risco gestacional como DMG (Diabetes melitos gestacional) e DHEG (Doença Hipertensiva da Gestação) e vacinação contra doenças que afetam a morbidade, como a Coqueluche, são procedimentos que contribuem para a prevenção e para o tratamento”, comenta Danilo.

A saúde mental também é um tema de extrema importância para as mulheres. De acordo com a OMS, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo são acometidas pela depressão. A doença é ainda mais comum entre mulheres (5,1%) do que em homens (3,6%).

O Dr. explica que a genética e a flutuação hormonal são mais preponderantes no desenvolvimento da doenças entre o sexo feminino. “Antes da menopausa, a incidência de depressão é pelo menos duas vezes maior nas mulheres. Após a menopausa, é a mesma para os dois sexos. Isso indica que os hormônios femininos, que caem em concentração depois dessa fase, têm um papel na depressão.”

Confira algumas recomendações do dr. Danilo para a prevenção de doenças em diferentes faixas etárias.

10 a 20 anos

Vacinação contra HPV

  • Consultas de orientações com Pediatra – Hebiatra e Ginecologista

20 a 30 anos

Exame ginecológico de rotina

  • Prevenção ginecológica: exame de Papanicolau e pesquisa de HPV
  • Exames direcionados para queixas clínicas como ultrassonografias pélvica-transvaginal

30 a 40 anos

  • Exame ginecológico de rotina
  • Prevenção ginecológica: exame de Papanicolau e pesquisa de HPV
  • Exames direcionados para queixas clínicas como ultrassonografias pélvica-transvaginal e mamas
  • Exames laboratoriais – Checkup clínico

40 a 50 anos

  • Exame ginecológico de rotina
  • Prevenção ginecológica: exame de Papanicolau e pesquisa de HPV
  • Exames direcionados para queixas clínicas como ultrassonografias pélvica-transvaginal
  • Prevenção das mamas: exame clínico, mamografia e ultrassom
  • Exames laboratoriais – checkup clínico
  • Dosagens hormonais

Acima dos 50

  • Exame ginecológico de rotina
  • Prevenção ginecológica: exame de Papanicolau e pesquisa de HPV
  • Exames direcionados para queixas clínicas como ultrassonografias pélvica-transvaginal
  • Prevenção das mamas: exame clínico, mamografia e ultrassom
  • Exames laboratoriais – checkup clínico
  • Dosagens hormonais
  • Densitometria óssea
  • Colonoscopia, Endoscopia Digestiva Alta, Ultrassonografia abdominal

 

São guerreiras, mães, filhas, esposas e trabalhadoras que vão à luta diariamente para dar o seu melhor em tudo o que fazem. Também são vaidosas e merecem cuidar bem de si mesmo todos os dias. Para comemorar a data, a SBD dá dicas de cuidados para evitar o envelhecimento precoce e melhorar a qualidade da pele por faixa etária.

Cuidados especiais com a pele a cada idade

Ao longo dos anos, a pele sofre alterações devido à diminuição de alguns dos seus principais componentes, como fibras elásticas e colágeno  – estruturas que conferem sustentação e previnem flacidez e rugas. “Isto acontece por causa dos fatores naturais de envelhecimento, como alterações hormonais e modificações na produção de proteínas do organismo, mas pode ser acelerado por fatores externos como radiação solar, poluição do dia a dia, tabagismo, má alimentação, ingestão de bebidas álcoolicas, doenças dermatológicas e determinados estilos de vida”, explica o Dr. Sérgio Palma, Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

“As perdas das propriedades naturais da pele e os hábitos de cada um resultam em sinais de envelhecimento, flacidez, fadiga cutânea, rugas e perda do contorno original do rosto”, comenta o Dr. Luiz Gameiro, Assessor do Departamento de Dermatologia Geriátrica da SBD.

Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Dermatologia reforça que não existe idade ideal para começar os tratamentos dermatológicos, mas é importante manter sempre a pele com saúde, independentemente da idade. “A pele exige uma rotina de cuidados para se manter saudável, como: uso diário de filtro solar, limpeza adequada, retirando sempre os resíduos, principalmente de maquiagens, e uso rotineiro de hidratantes”, afirma a Dra. Alessandra Romiti, Coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD.

“Nos últimos anos, a dermatologia evoluiu muito em relação aos procedimentos e técnicas que envolvem tecnologias no tratamento cosmético da face e do corpo. Os tratamentos indicados devem sempre ser individualizados e a prevenção é muito importante”, reforça a Dra. Taciana Dal’ Forno Dini, Coordenadora do Departamento de Laser e Tecnologia da SBD.

O tratamento ideal depende das necessidades de cada pele, mas o mais importante é a prevenção. É preciso consultar um dermatologista regularmente, prevenir-se do sol, alimentar-se bem e ingerir muito líquido para se hidratar.

Fique de olho nas dicas de cuidados específicos com a pele por faixa de idade:

– A partir dos 30 anos: Nessa faixa de idade a palavra-chave é prevenção. É preciso utilizar diariamente protetor solar anti-UVA e UVB, higienizar a pele, aplicar cremes antioxidantes tópicos e eventualmente usar suplementos orais, como a vitamina C e vitamina E. “Nesta fase da vida, perdemos cerca de 1% de sustentação da pele a cada ano, aumentando para um total de 30% nos anos seguintes à menopausa”, destaca a médica dermatologista Marcelle Nogueira, Assessora do Departamento de Dermatologia Geriátrica da SBD. A acne da mulher adulta é muito frequente nesta faixa etária, por isso é importante a utilização de produtos oil free para as mulheres de pele oleosa.

Os cuidados de prevenção também podem incluir a aplicação de toxina botulínica para rugas dinâmicas de expressões faciais e preenchimento com ácido hialurônico para reduzir sulcos, olheiras ou vincos faciais. Nesta idade algumas tecnologias, como a luz intensa pulsada e os lasers, podem melhorar as sardas e o melasma, condições muito frequentes. Vale lembrar que é preciso procurar um dermatologista para indicação do tratamento adequado.

– Acima de 40 anos: Para as mulheres que têm mais de 40 anos é recomendado usar, além dos fotoprotetores e antioxidantes, agentes firmadores, antirrugas e despigmentantes, quando necessário. Isso porque começam a apresentar perda mais intensa de elastina e colágeno e a hidratação da pele começa a sofrer alterações mais evidentes. Alguns tratamentos estéticos combinados, como aplicação de toxina botulínica, preenchimento com ácido hialurônico, injeções de bioestimuladores de colágeno, lasers, radiofrequência microagulhada, ultrassom microfocado, entre outros, podem ser indicados de acordo com cada caso, sempre com orientação do dermatologista.

– Após os 50 anos: Nessa fase as mulheres já devem passar a usar produtos que estimulam a produção de colágeno na face e principalmente ao redor dos olhos, pois as pálpebras já evidenciarão sinais mais intensos do envelhecimento.  Tratamentos estéticos como peelings, lasers e outras tecnologias são recomendados, além da toxina botulínica e preenchedores para reduzir rugas, vincos faciais da pele madura ou danificadas pelo sol. Mas lembre-se: é preciso uma consulta com um dermatologista para saber a melhor indicação para cada caso.

O dermatologista é o profissional habilitado para cuidar da saúde e beleza da pele, cabelos e unhas. “Quem deseja realizar procedimentos estéticos invasivos, como aplicação de toxina botulínica e ácido hialurônico, lasers, microagulhamento e peelings, precisa procurar um dermatologista para diagnóstico correto, prescrição e realização do procedimento mais indicado para cada tipo de paciente”, finaliza Dr. Sérgio Palma, Presidente da SBD.

Busque sempre um médico dermatologista associado à SBD (https://www.sbd.org.br/associados/). Ele é o profissional capacitado para cuidar da saúde e beleza da pele, cabelos e unhas.

“Há várias doenças que afligem o universo feminino que são prevenidas por meio das vacinas. Mais recentemente, podemos falar da vacina do HPV, que é uma vacina muito segura e que tem reduzido drasticamente assistência de câncer de colo do útero, entre outros tumores, mas principalmente do colo uterino”, comentou a médica ginecologista, Raquel Autran, que é responsável pela divisão de gestão do cuidado da Maternidade Escola Assis Chateaubriand, em Fortaleza, no Ceará, e que também é vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Raquel destaca também outras vacinas importantes para mulher. “Você toma vacinas quando está grávida prevenindo vírus que acomete mais mulheres gestantes, a vacina da Hepatite B que está no calendário vacinal da mulher ele vai exatamente seguindo esse ciclo de vida dela”, reforçou.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a maior parte dos atendimentos se iniciam na Atenção Primária, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Durante a consulta, se necessário, o médico solicita exames laboratoriais e de imagem, que também são ofertados pelo SUS. Após avaliação médica dos resultados, a paciente pode ou não ser encaminhada para atendimento especializado na rede pública.

“O motivo da busca da mulher ao consultório é para fazer check-up, fazer rastreamento de algumas doenças, se preparar para engravidar. Isso tudo está dentro do contexto do cuidado com a saúde da mulher, que vai desde cuidar das doenças que são as mais prevalentes em mulheres até prevenções de doenças”, comentou Raquel.

Cuidando do corpo

De acordo a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 7,7% da população adulta brasileira foi diagnosticada com diabetes em 2018. As mulheres apresentam maior percentual de diagnostico com 8,1%, do que em homens 7,1%. Além disso, as mulheres apresentaram obesidade ligeiramente maior, com 20,7%, em relação aos homens,18,7%.

Manter hábitos saudáveis é a melhor forma de evitar doenças. Uma alimentação balanceada com frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, aliada à uma ingestão menor de gordura, ajudam a ter uma vida mais sadia.

Da mesma forma, fazer uma atividade física ao menos 30 minutos por dia, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar, são algumas das recomendações que ajudam a prevenir contra essa e outras doenças.

“É importante se atentar para dieta e fazer sempre uma atividade física, isso começa na infância que isso é o que vai prevenir algumas doenças quando ela chegar em uma idade maior. Vale lembrar que as principais causas de mortalidade na mulher são as doenças cardiovasculares, e prevenção é praticar atividade física e fazer vistas ao profissional de saúde para avaliação”, comentou a médica.

Planejamento reprodutivo

O planejamento reprodutivo é um importante recurso para a saúde das mulheres. Ele contribui para uma prática sexual mais saudável, possibilita o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando as condições que ela tem para cuidar dos filhos e para realizar outras atividades.

“Quando a mulher ela quer engravidar o que a gente precisa principalmente afastar as doenças infecciosas. Essa mulher ao chegar no consultório ela fala do seu histórico, faz exames físicos e checagens de prevenção de doenças, como diabetes gestacional, doenças da tireoide, tudo isso identificado precocemente garante uma gravidez mais segura”, comentou Raquel.

É importante que a mulher tenha uma consulta quando antes dela iniciar um método. “Na consulta ela vai poder dizer o que ela quer para saber quais são os métodos mais eficazes. Vai avaliar doenças que ela possa ter ou até mesmo na família que possa contraindicar algum do tipo de método. O profissional de saúde poderá dar as opções para que ela possa escolher”, destacou Raquel.

Métodos contraceptivos

O SUS oferece uma série de serviços que garantem acolhimento e sigilo sem discriminação, como o preservativo masculino e feminino, pílula combinada, anticoncepcional injetável mensal e trimestral, dispositivo intrauterino com cobre (DIU T Cu), diafragma, anticoncepção de emergência e minipílula.

Mas, vale lembrar, que o uso do preservativo não serve somente para evitar gravidez. É fundamental utilizá-los para prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada.

A transmissão de uma IST também pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. Por isso, o acompanhamento pré-natal assegura o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas.

Saúde Mental

Ampliar o olhar também perpassa o cuidado em Saúde Mental das mulheres, sendo assim, a busca do bem-estar é necessária para lidar com a complexidade do dia a dia.

A Organização Mundial de Saúde (2000) afirma que a saúde mental feminina é afetada por seu contexto de vida ou por fatores externos (socioculturais, econômicos, de infraestrutura ou ambientais) e a identificação e a transformação desses fatores pode ser uma direção para prevenção primária.

Nesta busca, é importante a utilização de estratégias que propiciam ambientes apoiadores, o fortalecimento da resiliência, a criação de condições individuais, sociais e ambientais que permitam aumentar a capacidade de bem-estar.

Para promover a saúde mental e física, muitas estratégias são utilizadas, uma delas é a intervenção psicossocial, que possibilita o enfrentamento de questões pessoais como a ressignificação do sofrimento e a busca por redescobrir e potencializar as habilidades. Para isso, pode contar com a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS.

Com Assessorias

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