Os medicamentos análogos do GLP-1, como Victoza, Saxenda, Ozempic, Wegovy, Mounjaro, entre outros, estão promovendo grandes transformações na saúde das pessoas portadoras de doenças crônicas, como obesidade, diabetes, além de contribuírem na prevenção de eventos cardiovasculares.

De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores do Centro Médico Beth Israel Deaconess (BIDMC, na sigla em inglês) e publicado na JAMA Cardiology, 137 milhões de adultos nos Estados Unidos têm características que os enquadram em uma das indicações terapêuticas dessa classe de medicamentos. No entanto, apenas 15 milhões de pessoas no país fazem uso da semaglutida, representando pouco mais de 10% dos potenciais beneficiários elegíveis.

Um dos grandes desafios para a ampla adoção dessa terapia é o acesso em larga escala, tendo o custo como principal entrave. Hoje em dia, uma caixa do medicamento para uso mensal custa entre R$ 929 a R$ 1.063,00, dependendo da dosagem. Para especialistas em emagrecimento saudável, a partir de 2025, essa realidade deve começar a mudar com a quebra da patente do Ozempic, possibilitando a fabricação de um medicamento genérico.

A patente do liraglutida, princípio ativo dos medicamentos Saxenda e Victoza, precursores do Ozempic, já teve seu prazo de validade expirado neste ano.  Além disso, até lá, outras opções de medicamentos análogos do GLP- 1 potencializados  estarão disponíveis no mercado, e os estudos para produção do genérico já devem estar aprovados, permitindo sua distribuição em larga escala no mercado”.

Interrupção do tratamento sem orientação

De acordo com a endocrinologista Alessandra Rascovski, diretora clínica da Atma Soma,  muitas pessoas que fazem tratamentos com os análogos do GLP-1, acabam interrompendo o uso devido ao alto custo, o que compromete os resultados de emagrecimento. Essa interrupção aumenta os riscos de reganho de peso.

Muita gente para de usar o remédio por questões financeiras, mas faz isso por conta própria, sem acompanhamento médico. Sem uma estratégia combinada com o profissional, a chance de reganho de peso é imensa. Há fatores de ordem emocional, alimentar e de estilo de vida que precisam ser considerados e orientados, além da adoção de outras medicações”, explica.

Alessandra ressalta ainda que muitas pessoas abandonam o tratamento porque não gostam de se sentir dependentes de remédios. “Muita gente tem vergonha de dizer que usa esses medicamentos para emagrecer. A questão é que, em muitos casos, há uma doença crônica e recidivante, que precisa de tratamento contínuo”, conclui.

Expectativa para a chegada do Mounjaro ao Brasil

Atualmente, o mercado conta com opções de medicamentos à base de semaglutida, como o Ozempic, aprovado pela Anvisa para tratamento de diabetes tipo 2, e o Wegovy, indicado para obesidade ou pacientes com sobrepeso.

O mercado brasileiro segue no aguardo do Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, substância considerada uma evolução da semaglutida e recomendada para o tratamento de diabetes. O medicamento já foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos e está em análise pela Anvisa no Brasil.

Ainda segundo ela, é gratificante assistir a essa nova geração de medicamentos. E garantir a acessibilidade equitativa a esses medicamentos deve ser uma prioridade compartilhada entre os médicos e o Estado.

 Antigamente, os tratamentos tinham muitos efeitos colaterais e pouca eficiência, mas hoje, temos resultados muito mais positivos. Diversas pessoas já experimentaram benefícios significativos, não apenas na perda de peso, mas também na saúde cardiovascular, proteção renal e outros aspectos importantes da saúde.”

 

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