Alerta: mais plástico do que peixes nos oceanos em 2020

Poluição das águas ganha ações de conscientização em todo o mundo neste sábado (16)

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Neste sábado (16) é dia de Clean Up nas praias do Rio, para recolher lixo (Reprodução de Internet)
Contra a poluição dos oceanos: neste sábado (16) é dia de Clean Up nas praias do Rio (Reprodução de Internet)

Lixo que boia e animais que morrem. Esta é a realidade de oceanos, lagos e rios poluídos, impedindo o ser humano de utilizar e consumir a água. Um estudo norte americano estimou que, em 2010, mais de 8 milhões de toneladas de plástico foram jogadas nos oceanos. A poluição é tanta que o Fórum Mundial Econômico prevê: haverá mais plástico que peixes nos oceanos em 2020.

“As pessoas ainda usam os mares e praias como depósitos de lixo, sem perceber que os oceanos são uma das principais fontes de vida do planeta”, comenta Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil.

O tema é tão importante que foi discutido esta semana no Chile durante o 4º Congresso Internacional de Áreas Protegidas Marinhas (IMPAC4). Mais de 80 países participaram do evento, que conta reúne cientistas, pesquisadores, governos, comunidades e ONGs. Yolanda Kakabadse, presidente do WWF Internacional, citou o empresário Richard Branson. “O oceano nos dá oxigênio, comida e alegria e a gente dá a ele plástico, o saturamos de carbono”, disse.

Para Anna Carolina Lobo, a única solução para resolver o problema dos oceanos é o envolvimento da sociedade. “Precisamos conscientizar aqueles que ainda não sabem dos riscos que os oceanos enfrentam. Mostrar na prática quanto de lixo chega nas nossas praias. A simples ação de jogar lixo no lixo pode fazer toda a diferença para a saúde dos oceanos”, diz.

Para mudar este cenário e conscientizar as pessoas sobre a importância de preservamos os recursos hídricos, todo ano, no terceiro sábado de setembro, é realizado o Dia Mundial pela Limpeza das Praias e Rios. No Rio, o Clean Up The World acontece neste sábado (16) nas principais praias. Para combater a poluição das águas, é preciso intensificar as campanhas de conscientização ambiental, promover medidas de controle e fiscalização, além de se realizar o correto tratamento e descarte dos esgotos.

O projeto Conhecer para Preservar, desenvolvido pela WWF, se juntou ao Clean Up the World, que reúne cerca de 35 milhões de pessoas. O movimento nasceu em 1994 para chamar a atenção para a necessidade de cuidar do meio ambiente e orientar para um mundo mais limpo e saudável.

Tratamento do esgoto ainda gera água de reúso

Para o engenheiro Fernando Pereira, da General Water, o tratamento do esgoto reduz a poluição dos rios e proporciona o reaproveitamento dos efluentes. A água de reúso, segundo ele, é a alternativa mais sustentável para garantir os recursos hídricos para as gerações futuras. “No Brasil, mais da metade do esgoto não é tratada e menos de 3% são reaproveitados. Em Israel, esse número chega a mais de 80%. O país está em primeiro lugar no ranking de reúso do recurso”, explica.

A poluição das águas não diminui. Mas a mudança de mentalidade já pode ser observada na iniciativa privada no Brasil. Indústrias, shopping centers e grandes centros corporativos já fazem o reúso. Transformam o esgoto em água para fins não potáveis (vasos sanitários, processos industriais e irrigação, dentre outros usos). “É muito importante que o poder público acompanhe a evolução do gerenciamento de recursos hídricos. E promover a prática do reúso de água através de incentivos à iniciativa privada. Legislação específica e investimento em grandes projetos de reúso para abastecimento público também são necessárias”, afirma Fernando.

Mais sobre o Clean Up

O Brasil tem participado ativamente do Clean Up the World. Em março deste ano, foram retirados 1.640 litros de resíduos das areias de Copacabana com a ajuda de 500 voluntários. Em julho, 90 pessoas retiraram 34kg de resíduos da Ilha Comprida e do fundo do mar, em mutirão nas Ilhas Cagarras. O objetivo é sensibilizar a sociedade e engajar as pessoas na proteção ao meio ambiente marinho. Com isso, é possível combater a poluição das praias e mares e propagar conhecimento sobre o assunto.

“Com ações lúdicas e os clean ups vamos conseguir mudar a cabeça das pessoas aos poucos e ajudar a melhorar a saúde dos nossos oceanos”, complementa Clerio Aguiar, vice-presidente do Instituto Mar Adentro. As novas ações acontecem nesta sexta-feira e sábado, dias 15 e 16.

Da Redação, com assessorias

 

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