O Ministério da Saúde iniciou uma pesquisa para estimar a cobertura vacinal de crianças que completaram três anos em 2020 que vivem em 19 capitais do país e Brasília. A partir dos resultados deste estudo a pasta poderá definir novas estratégias que possibilitem melhorar o acesso à vacinação das crianças brasileiras e, desta forma, ampliar as coberturas vacinais em todo o país para proteger a saúde de toda a população brasileira.
Participarão do Inquérito de Cobertura Vacinal as crianças nascidas no ano de 2017 e residentes na área urbana das seguintes capitais brasileiras: Belém, Palmas, Rio Branco, Macapá, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Maceió, São Luís, João Pessoa, Recife, Teresina, Natal, Fortaleza, Aracaju, Curitiba e Florianópolis.
O inquérito pretende estimar as coberturas relativas às vacinas BCG, hepatite B, poliomielite, pentavalente, rotavírus humano, febre amarela, meningococo conjugada C, pneumococo conjugado 10 valente, influenza, hepatite A, tríplice viral, varicela e reforço para DPT e poliomielite, por meio da análise da caderneta de vacinação das crianças desde seu nascimento até o momento da entrevista.
No Rio de Janeiro, a pesquisa, coordenada pela pesquisadora Silvana Granado, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), teve início nesta segunda-feira (14/12). A coleta de dados será realizada nos domicílios e a entrevista será feita com o responsável pela criança. A entrevista coletará os dados de 1.800 crianças e terá tempo estimado de 20 a 30 minutos.
Além da análise da caderneta de vacinação, a entrevista nos domicílios buscará informações sobre os dados do responsável pela criança, dados da mãe da criança, as características da criança e da família. O entrevistador, que estará devidamente identificado com blusa e crachá da empresa contratada e com equipamento de proteção contra a Covid-19, irá fotografar a caderneta de vacinação da criança para identificar quais as vacinas ela recebeu.
O uniforme (acima) e o crachá (abaixo) dos entrevistadores de campo do inquérito (Fotos: CCI/Ensp)
Silvana lembra que o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil é “um exemplo para o mundo”, tanto pela diversidade de vacinas ofertadas quanto pelo seu caráter universal e gratuito. No entanto, o sucesso do PNI, observado por muitos anos, vem se modificando em anos recentes com a queda da cobertura vacinal, o que tem trazido de volta doenças há muito controladas, como por exemplo o sarampo.
Esse inquérito trará, de forma padronizada, uma estimativa real da cobertura vacinal das crianças nascidas no ano de 2017, obtendo informações sobre quem são e quais os motivos para a família deixar de vacinar a criança. Assim, o Ministério da Saúde poderá identificar quais são as barreiras para essas crianças serem vacinadas e, com isso, buscar formas de melhorar a cobertura vacinal, visando eliminar a ocorrência de doenças imuno-preveníveis em crianças brasileiras”, admitiu a pesquisadora Silvana Granado.