A osteoporose é uma doença silenciosa que afeta em especial mulheres após a menopausa e homens a partir dos 50 anos. De acordo com dados recentes do Ministério da Saúde (2023 e 2025), cerca de 10 milhões de pessoas a doença que provoca a fragilidade dos ossos.
Entre as complicações mais graves estão as fraturas de quadril, associadas a alta mortalidade e incapacidade em idosos. Embora silenciosa, a osteoporose causa aproximadamente 200 mil mortes por ano e é a principal responsável por fraturas em idosos e mulheres na menopausa.
Estudos recentes publicados pela Aging Clinical and Experimental Research apontam que a taxa de óbito pode chegar a 30% no primeiro ano após o evento, sobretudo em homens. Menos da metade dos pacientes recupera a mobilidade prévia e cerca de 40% não voltam a caminhar de forma independente, resultando em dependência, institucionalização e elevado custo para a saúde pública.
Segundo Fábio Tavano, especialista em doenças osteometabólicas e diretor da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), a prevenção deve começar cedo: “A osteoporose precisa ser vista desde a juventude e não apenas na velhice. É fundamental envelhecer de forma ativa, com prática de exercícios e acompanhamento médico regular.”
Osteoporose: entenda a doença silenciosa que compromete a saúde dos ossos
A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, o que aumenta significativamente o risco de fraturas. De evolução silenciosa, ela costuma ser diagnosticada apenas após a ocorrência de uma fratura, tornando o acompanhamento preventivo essencial para a saúde.
Segundo dados da Internacional Osteoporosis Fonundation (IOF),uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas ao longo da vida. As regiões mais afetadas são a coluna vertebral, o fêmur e o punho, podendo gerar graves consequências para a qualidade de vida e a independência do paciente.
A osteoporose é prevalente em indivíduos de idade avançada, assim como em pessoas com deficiência severa de cálcio e de vitamina D – com a principal característica sendo a fragilização da estrutura óssea, devido à perda de massa e formação de buracos.
O ortopedista Ulisses dos Santos, diretor geral do Hospital HSANP, fala sobre as possíveis causas da osteoporose. “O fator mais comum da doença são o envelhecimento e a falta de cálcio e vitamina D, mas existem outros aspectos que podem contribuir, como histórico familiar, alterações hormonais, tabagismo, consumo de álcool e o sedentarismo”, explica o médico.
De acordo com o Ministério da Saúde, a osteoporose é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos, com a estimativa de que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com 50 anos ou mais, irão sofrer uma fratura osteoporótica.
Entre os sintomas mais comuns estão: alteração na postura, devido ao enfraquecimento da coluna, fraturas frequentes, sensibilidade óssea e redução na altura.
Fatores de risco e prevenção
A osteoporose é influenciada por diversos fatores, entre eles o envelhecimento, a predisposição genética, o sedentarismo, o baixo consumo de cálcio e vitamina D, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Mulheres no período pós-menopausa estão particularmente suscetíveis devido à redução dos níveis de estrogênio, hormônio que desempenha papel fundamental na manutenção da saúde óssea.
A prevenção da osteoporose começa na infância e deve se estender por toda a vida. A adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta rica em cálcio e vitamina D, a prática regular de exercícios físicos — especialmente aqueles que promovem impacto e fortalecimento muscular —, a exposição moderada ao sol e a cessação do tabagismo são medidas eficazes para reduzir o risco de desenvolvimento da doença.
Para que a prevenção seja feita, um dos fatores mais importantes é a prática de exercícios físicos regularmente, para que a estrutura muscular seja fortalecida e assim, servir como suporte para os ossos, acompanhado de uma alimentação rica em cálcio e evitar o excesso de café e sal, que podem dificultar a absorção de cálcio pelo corpo” complementa Ulisses.
“Exposição ao sol em horários adequados, evitar hábitos como tabagismo e o consumo de álcool e no caso das mulheres, fazer exames regulares na menopausa, devido ao desbalanço hormonal, são cuidados essenciais para que o paciente tenha uma estrutura óssea e muscular fortalecida, assim, evitando a doença”, finaliza.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da osteoporose é feito, principalmente, por meio da densitometria óssea, exame que avalia a densidade mineral dos ossos. Pessoas com fatores de risco ou histórico familiar da doença devem conversar com um médico para a realização do exame e o acompanhamento adequado.
O tratamento pode envolver suplementação de cálcio e vitamina D, medicamentos que aumentam a densidade óssea e a indicação de atividades físicas específicas. A orientação médica é fundamental para definir a melhor abordagem em cada caso, bem como para monitorar possíveis efeitos adversos.
O diagnóstico pode ser feito por meio de exames físicos, de sangue, do metabolismo ósseo, além de radiografias e densitometria óssea. O tratamento envolve acompanhamento médico regular, uso de medicamentos quando indicado, alimentação adequada, suplementação (se necessária) e a prática regular de exercícios físicos.
Importância da conscientização
Com o aumento da expectativa de vida, cuidar da saúde dos ossos tornou-se, mais do que nunca, um investimento essencial em qualidade de vida, bem-estar e autonomia. À medida que a população envelhece, cresce também a necessidade de adotar medidas preventivas que garantam a manutenção da força, da mobilidade e da independência ao longo dos anos.
Manter-se informado sobre a importância da saúde óssea, adotar hábitos de vida saudáveis — como uma alimentação equilibrada, rica em cálcio e vitamina D, a prática regular de atividades físicas e a exposição moderada ao sol — e realizar exames de rotina são atitudes fundamentais para preservar a estrutura óssea e prevenir doenças como a osteoporose. Cuidar dos ossos é, portanto, cuidar do futuro, assegurando mais vitalidade, segurança e qualidade de vida em todas as fases da existência.
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Nosso objetivo é mostrar que cuidar da saúde óssea precisa estar na rotina de todos, desde cedo. A osteoporose é silenciosa, mas pode trazer consequências graves. Com iniciativas como essa, buscamos conscientizar a população de que é possível prevenir a doença e garantir mais qualidade de vida, autonomia e independência ao longo dos anos, comenta Marcelo Steiner, presidente da Abrasso.
Durante a campanha, especialistas de diversas áreas estarão disponíveis no local para orientar a população, como: ortopedistas, ginecologistas, endocrinologistas, fisiatras, dentistas e reumatologistas entre outras. O objetivo é aconselhar sobre cuidados preventivos e destacar a importância do diagnóstico precoce no tratamento da osteoporose.
A ação reforça que, com hábitos saudáveis, diagnóstico precoce e acompanhamento médico, é possível reduzir os riscos da osteoporose, garantindo qualidade de vida, autonomia e independência.
Com Assessorias