felicidade

Dizem que a alegria é passageira e a felicidade é relativa e se cultiva a cada dia. Que a a vida é feita de momentos felizes e ninguém pode ser feliz o tempo todo.  Há quem acredite ainda que existem pessoas que ‘nasceram’ para ser felizes e outras não. Mas, afinal, o que é felicidade? Uns falam que é um “estado de espírito”. Mas o que pensam psiquiatras, neurocientistas, psicólogos e até médiuns sobre isso? Na contramão, como encarar a tristeza como um processo inerente do ser humano e quando a tristeza – ou falta de felicidade vira uma doença? E o que fazer para alcançar o estado pleno da felicidade?

Questionamentos como esses deverão ser respondidos na oitava edição do congresso anual do Centro Espírita Joanna de Ângelis (Ceja-Barra), que acontece neste domingo, dia 6 de agosto, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O evento vai contar com a presença de Divaldo Pereira Franco, um dos maiores médiuns e conferencistas da atualidade, patrono e cofundador do Ceja-Barra. O psicólogo Rossandro Klinjey falará sobre a “Felicidade Real x Felicidade Ilusória”, enquanto Sergio Lopes, médico psiquiatra gaúcho trará seus estudos sobre “Psiquiatria e Autoconhecimento”. O psiquiatra e neurologista Luís Mário Duarte fará palestra sobre “A cura através da Neurociência” e a terapeuta Cristiane Niero abordará “O Caminho Interior para a Plenitude”.

Cristiane Niero, que atua como analista junguiana, responde às principais questões levantadas pelo Blog Vida & Ação:

1- Fala-se muito que felicidade é um “estado de espírito”. Afinal, o que é felicidade?

A felicidade é sim um estado de espírito que chamamos de um “bem-estar subjetivo”. Este bem-estar está totalmente relacionado à maneira pela qual o indivíduo entende a vida, e seus desafios inevitáveis;  o sentido que atribuímos a cada experiência vivenciada, e as crenças e valores, a filosofia interna desta pessoa.

2 – Dizem que a a vida é feita de momentos felizes e ninguém pode ser feliz o tempo todo. Concorda? Por que?

Sim. O universo é feito dos opostos. Ao contrário do que muitos dizem, os opostos não são contraditórios, mas complementares. Em tudo na vida precisamos ter o equilíbrio. Não existe, portanto, felicidade sem mescla de tristeza. Tudo tem sempre dois lados. A psicologia junguiana e a doutrina espírita nos dizem que tanto a tristeza como a felicidade sempre trazem em si ensinamentos preciosos sobre nós mesmo. Olhar para a tristeza, para a tragédia como uma oportunidade de autodescobrimento, autoencontro, cura interna para a aquisição da paz interior é dar um sentido profundo para todas as experiências, e perceber que a presença da felicidade é algo que está somente em nossas mãos conquistar.

3 – Como encarar a tristeza como um processo inerente do ser humano?

Se a tristeza puder ser encarada como uma mensagem sincronizada do universo e do nosso íntimo que nos diz que algo precisamos mudar ou conscientizar dentro de nós, ela pode ser o nosso maior tesouro, nossa maior motivação, nossa maior força para nunca desistirmos de nós mesmos. A vida sempre será desafiadora. O olhar que damos a esses desafios é que faz a diferença.

4 – Até que ponto a tristeza – ou falta de felicidade – é uma doença?

A tristeza se torna uma doença quando o indivíduo não consegue transcender a esse estado. Quando se cria um quadro mental repetitivo de ressentimento, revolta e falta de sentido para as coisas que nos acontecem, a tristeza se torna crônica, e é o que chamamos de depressão. Por traz de toda depressão existe uma vida e uma experiência, por mais traumática que seja, que carece de sentido profundo, metas enobrecedoras e que encorajam a criatura a autoconquista. Vivemos muito voltados para fora, para as conquistas exteriores, confundindo ter com ser, fazer com ser. Quando o foco está para fora de nós, nada que não saia como planejamos faz sentido, ou é nobre, proveitoso, porque o indivíduo se torna dependente das circunstância e, portanto, nunca conquistará a felicidade por não controlar o seu entorno. 5 – Como se livrar dela?A única maneira de se livrar da tristeza é amando-a. É atribuindo a ela uma razão profunda, um sentido interior é uma oportunidade de se descobrir novos potências em si mesmo.
6 – Há pessoas que ‘nasceram’ para ser felizes e outras não?

Não. Todos nós temos a igual capacidade de sermos felizes. Contudo, a cada um cabe o seu livre-árbitro, as suas responsabilidades e o nível de compromisso que temos para consigo mesmo. Não é fácil abrir mãos de crenças antigas, como está, mas débeis justificativas para nós esquivarmos desse comprometimento que temos para conosco, desse devir psicológico que é realizar-se através do autoconhecimento. Somente isso pode trazer a sensação de paz interior, de plenitude, que permite os ser gozar da felicidade, embora em uma situação dificultosa. Entendemos que a dor é inevitável, mas que o sofrimento é opcional.

7- Como a neurociência explica a felicidade?

Não existe até hoje uma fórmula mágica para a felicidade, como também estudos podem até comprovar que certos estados subjetivos podem produzir certos neurotransmissores, acionar certas áreas cerebrais que seriam responsáveis pela felicidade. No entanto nada é certo. A experiência nos mostra que mesmo em um corpo às vezes débil, a felicidade pode se manifestar. O que a ciência vem comprovando hoje é que os estados meditativos podem auxiliar nessa jornada da consulta da felicidade por alterar o quimismo cerebral, seu funcionamento, proporcionando um bem-estar ao indivíduo e melhora na saúde. Contudo, voltamos a enfatizar que os exercícios meditativos são instrumentos para essa conquista, mas não a conquista em si. Para esta dependemos de uma ampliação da consciência acerca da vida, do seu sentido, e do sentido que damos as nossas experiências.

8 – Como realmente alcançar o estado pleno da felicidade?

O estado pleno de felicidade não é alcançado sem antes um grande esforço do indivíduo em reformular, ressignificar a própria existência, assim como olhar de uma forma mais compreensiva para suas lutas íntimas e exteriores. Chamamos isso de autoamor, autoperdão e espiritualidade. Mudar o foco de fora para dentro, do ter para o ser, não confundido o fazer com ser é o caminho. Para isso dizemos que a criatura precisa aprender a filosofar sobre as questões essências da sua existência, e a partir dai seguir essa filosofia que lhe dará motivação sempre, sentido, e paixão pela própria vida.

Saiba mais sobre o evento

A apresentação do congresso anual do Centro Espírita Joanna de Ângelis é feita pelos trabalhadores da Casa, além da atriz Ana Rosa e do ator Rodrigo Sant´Anna. O evento contará ainda com a tradicional participação musical da cantora Leila Pinheiro.

Os ingressos custam R$80 e já estão em seu último lote de vendas, podendo ser adquiridos na secretaria do CEJA-Barra (Av. Gilberto Amado, 311). A exemplo dos outros anos o evento sempre tem lotação máxima em sua capacidade – 3.500 pessoas.

“O nosso congresso acontece para você e por você. Com grande alegria aguardamos a todos nesta tarde especial. Essa é uma ótima oportunidade para refletir e absorver informações importantes para nosso autoconhecimento e evolução. Será imperdível!”, diz Iraci Campos Noronha, presidente do Ceja-Barra.

Mais informações: www.cejabarra.org

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